Dentro daquele carro, a única coisa que penso é na Kim. Em que tudo tem que dar certo por causa dela.
-Vocês já sabe o que fazer. -Israel falou e todos assentimos.
Saímos do carro e já corremos pra dentro da agência enquanto o carro saia em disparada com o parceiro dirigindo.
Horário de almoço, a agência vazia.
Assim que entramos, os seguranças já nos ganharam, já colocamos nossas armas na cara de cada um dos quatro enquanto Careca ia com o gerente.
Depois que pegamos as armas deles e os prendemos, fomos pro cofre.
-Tá cheio, parceiros. -Careca falou sorrindo e entramos vendo o cofre cheio de notas de cem, cinquenta e vinte. Começamos a encher as malas de dinheiro enquanto colocávamos alguns malotes na roupa mesmo.
Fomos enchendo, pelo menos, dez malas.
-Já apaguei as gravações com o gerente bundão. -Falou Cabelo e riu. -Acho que ele se cegou todo. - Rimos.
-Tchauzinho pra vocês, obrigada por colaborarem. -Falei e "mandei beijo" para os seguranças e o gerente que nos olhavam com raiva.
Depois subimos pro segundo andar e, pela janela do banheiro, saímos e os carros estavam lá. Colocamos as malas em um e entramos em outro.
Um carro foi para um lado e nos fomos sentido calçadão.
Fomos o caminho todo comemorando e nos livrando das provas. Depois chegamos no calçadão, trocamos de roupa no primeiro beco, largamos o carro lá, tacamos fogo nele e fomos para as motos que nos esperavam no estacionamento na frente da praia.
Subimos nas motos e fomos pra Rocinha.
O caminho todo, meu coração saltitava de felicidade. Chegamos no bar da Jô e pedimos uma rodada de petiscos e várias breja.
-Liga ai no jornal -Pedimos e dona Jô ligou a TV.
-Hoje, durante a tarde de segunda, o banco do Brasil, no Rio de Janeiro foi roubado. Não temos muitas informações dos suspeitos, apenas que eram quatro homens com máscaras de personagens fictícios e muito bem armados. O Gerente do banco foi torturado para conseguir a senha do cofre. Agora o que a Polícia quer descobrir quem foi a quadrilha que roubou o banco sem que ninguém percebesse em plena luz do sol e conseguiram sair sem ser percebidos. Fiquem com mais informações durante o dia.
Começamos a comemorar e meu celular tocou, era a Kim. Sai do bar e atendi ela.
-Você não me ligou. Acabei de ver na TV. -Ela falou e sorri. -Onde você tá?
-Tô aqui na Rocinha, volto pra casa amanhã só. -Falei e ela riu.
-Estou indo ai, no bar da Dona Jô né?
-É. Mas Kim, eu to com outros vapores do Morro aqui. -Falei.
-Vou adorar conhecer eles. Vou me arrumar. -Falou e desligou.
Eu estava nervoso, meu melhor amigo vai conhecer minha mina. Bom, ninguém sabe que somos namorados, poucos, na verdade.
Voltei pro bar e continuei a festejar com os caras. Logo ouvi um ronco de motor que eu conheço.
-É a Kim. -Cabelo falou meio assustado. -Israel? Você avisou que a gente ia ganhar o banco né? -Ele perguntou.
-Eu avisei o BBoy. -Ele falou franzino a testa. -Não tem nada pra ela ta cobrando nois. -Falou ele e Kim entrou. Ela passou os olhos pelo bar e logo parou em mim.
-Kim... Ta tudo certo? -Careca perguntou.
-Não sei, me digam vocês. -Falou seria. -Pegaram muito dinheiro? -Perguntou ela sorridente e eles assentiram.
-Ela não tá aqui pra cobrar ninguém não. -Falei me levantando e ela me olhou.
-Eu tô sim. -Falou ela. -To aqui pra te cobrar, cê falou que ia me ligar. -Falou ela e os meninos me olharam confusos.
-Eu ia te ligar, mas você ligou antes. -Falei chegando nela e dando um beijo em sua boca. -O que importa é que já passou. -Falei e ela sorriu e me abraçou.
-Que bom que já passou. -Falou e quando saímos do abraço, todos nós olhavam confusos.
-Gente, essa é minha namorada. -Falei e todos ficaram surpresos.
Depois de um tempo eles começaram a se soltar com ela ali, e logo estávamos em ritmo de festa novamente.
Bebemos e fumamos bastante, comemos um pouco e fomos pra casa da Kim, depois de pedir bastante, acabei indo pra lá.
Estávamos no quarto dela, era umas 21:20.
-Filha? -JP perguntou depois de bater na porta e entrar no quarto. -Não tá pronta? Kimberly. -Ele chamou a atenção dela.
-Pronta pra que? -Perguntou.
-Kim, é hoje que vamos dar a injeção... O médico já tá vindo e o tio Rafa já chegou com o marido e o filho. Será que pode se arrumar? E oi, Alex. -Falou ele e acenei pra ele.
-Já vamos descer. -Falei quando vi que Kim não falaria nada.
JP assentiu e saiu do quarto. Kim olhava o nada no chão, me aproximei dela e passei a mão no cabelo dela é ela me olhou.
-Eu esqueci que era hoje, Ale. -Ela falou fraco e beijei sua testa.
-Vamo se arrumar. -Pedi e ela se levantou e foi pro banheiro.
Tirei os malote que tinha pelo corpo e coloquei em uma sacola, tirei minha roupa e procurei outra. Uma calça de moletom e uma blusa preta, iria dormir aqui, já que sei que como Kim ficará.
Tomei uma ducha quando Kim saiu e me vesti. Kim colocou um vestido Preto e um chinelo. Fez as higienes e sua cara de choro era bem visível.
Me aproximei dela e a abracei, ela me abraçou de volta e ficou um tempo com a cabeça apoiada no meu peito. Depois nos afastamos e descemos assim que a campainha tocou.
Chegamos lá e Rafa estava lá com seu marido e filho, cumprimentando todos e o veterinário entrou. Mike estava no colo da Isa enquanto ela beijava sua cabeça.
-Boa noite. -O veterinário falou e todos responderam, menos eu e JP. -Vou explicar como ocorre. Será uma injeção de anestesia, ele vai dormir aos poucos. Vocês tem cinco minutos pra se despedir antes dele partir. -O cara falou e os olhos da Kim começaram a se encher de lágrimas, assim como sua mãe. Abracei ela e o médico pegou uma seringa.
Kim se aproximou do Mike, se afastando de mim e fui para o lado do JP.
-Vai dormir ai? -Perguntou ele e assenti.
-Ela vai precisar de mim. -Falei e ele assentiu.
-Vai mesmo.
A conversa morreu ali, voltamos a olhar o procedimento, Mike estava deitado no colo da Isa e da Kim, Rafa estava abaixado ali do lado e o médico colocou a agulha e deu a dose de anestesia, ai eles já começaram a chorar.
-Vocês tem cinco minutos. -Falou e assentiram. Ele saiu e olhou pra gente. -Já vou indo, meus pêsames. -Falou e se foi.
Foram os cinco minutos mais tristes que eu já vi. Kim chorava, Isa chorava, Rafa cantava uma música enquanto chorava.
Então o cachorro fechou os olhos. O choro só aumentou. JP me cutucou e apontou na direção da Kim com o queixo e entendi que era pra eu ir até ela e foi o que eu fiz.
-Ele se foi. -Ela falou e me abraçou começando a chorar mais.
Não sou de chorar, não lembro a última vez que chorei, mas vendo Kim assim, queria tirar a dor dela e colocar em mim, só pra ela não passar por isso.
-Ele ta em um lugar melhor. -Falei e beijei sua testa.
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Aconteceu 2: Filha do Morro
Storie d'amoreSegunda temporada. Isabella volta para o Rio de Janeiro com sua filha, a herdeira do dono do morro, mas acredite, não por vontade própria. Ela acaba reencontrando o pai da filha dela e ai já viu... Ambos ainda sentiam coisas, Isabella não conseguia...