•Quarenta e Dois•

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O que acham de maratona?

Aqui estava eu.

Na aula de história. Mais um dia com essa mulher que tem uma verruga do tamanho do Morro, talvez até maior. Ela tem bafo e fede a xixi de gato, e ela é a melhor professora. Pra você ver o nível dessa escola.

Finalmente. O último sinal do dia tocou. O sinal da saída.

Guardei meu material tão rápido, precisava de um cigarro.

Nos corredores mesmo, já fui pegando o cigarro e o bic. Cheguei na minha mesa e o Alex tava la. Gente me recuso a chamar ele de Borgo.

-Pensei que sabia que aqui era o meu lugar. -Falei com o cigarro na boca e logo o acendi.

-Eu sei. Aqui é o único lugar que eu sei que vou te encontrar. -Falou ele dando um sorriso de lado. -Não me mandou mensagem. Me magoou. -Ele fez um bico e eu tive que rir.

-Se orienta, meu filho. -Falei e sentei em cima da mesa. Ele veio pra minha frente.

-Aparece lá na corrida hoje.

-Pra você me deixar ganhar de novo? Não obrigada. -Falei e soltei a fumaça Branca pra longe.

-Gatinha, eu não preciso de dinheiro, aquilo pra mim não foi nada. Mas dessa vez eu tenho pelo o que competir. -Ele falou e deu outro sorrisinho. -Esteja lá as 00:00. Se não aparecer vou me dar por ganho, já programei a corrida e todos irão saber que você é uma covarde. -Ele beijou a minha bochecha e se afastou antes que eu pudesse queimar ele com o cigarro. E ele ainda pegou o meu cigarro e o foi fumando.

Meu sangue ferveu. Eu iria acabar com ele.

Depois daquilo, ele desceu o Morro com a moto dele é eu decidi ir pra casa antes que matasse alguém.

Cheguei em casa e, graças a Deus, estava vazia. Fui pro meu quarto. Meu dia estava muito péssimo.

Acordei com minha mãe gritando, acho que ela está com falta de sexo, brigou comigo até eu sair de casa, minhas aulas foram horríveis, ainda teve o idiota que me irritou mais ainda. Achou que nada nessa vida vai me fazer ficar bem hoje. E ainda são 12:58.

Joguei minha mochila no chá e me joguei de cara no travesseiro. Eu SÓ queria socar alguém. Como uma lâmpada se ascendendo em cima da minha linda cabeça, me lembrei da minha bebê. Segunda bebê.

Me levantei e caminhei até meu closet, fui até o fundo dele, perto dos sapatos e tirei as caixas dos sapatos e tinha um fundo falso ali. Abri e ele era grande, parecia uma caixa, tipo, eu consigo andar ali abaixada, tem dinheiro, munição, maconha, armas, bala e doce (drogas), algumas joias mais caras. Peguei minha 08.

Peguei as munições a oitão e coloquei tudo dentro de uma bolsa de lado. Sai do cofre. Arrumei tudo certinho, peguei uma roupa e voltei pro quarto, meu pai tava logo na minha cama, ele me olhou e eu olhei ele.

-Onde você tava? -Ele perguntou desconfiado.

-Onde você acha? -Peguei olhando pro meu closet.

-Te chamei várias vezes. -Falou ele ainda desconfiado.

-Tava de fone, pai. -Mostrei o fone que tava tocando um proibidão bem alto. Ele não pareceu acreditar.

-Tudo bem então. Ia perguntar se quer comer alguma coisa especial. -Falou ele.

-Quero lasanha. -Falei e ele sorriu assentindo.

-Tudo bem, filha. -Ele levantou e beijou minha testa, uma coisa que ele não faz a muito tempo. -Tem uma surpresa pra você lá na sala. -Ele falou antes de sair e deu um sorriso.

Aconteceu 2: Filha do MorroWhere stories live. Discover now