A trate como realmente é

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Camila P.O.V

Minha noiva. Minha. Essa palavra reverberava pelo cérebro a todo instante, me deixando com um sorriso estonteante. Lauren é minha noiva. A ideia e a perspectiva de passar toda a minha vida ao seu lado era maravilhosa. Passar anos ao lado dela, a pessoa que eu mais amava nesse mundo.


— Está me ouvindo, Camila? — Sacudo minha cabeça ao ouvir me chamarem, e olho para Hermes, meu empresário e amigo, que me olhava com uma repreensão. Dou um sorriso sem graça, e me ajeito na cadeira, fitando os homens na minha frente.


— Essa é a proposta de vocês? – Questiono, erguendo minhas sobrancelhas, e um deles, o mais novo, e o que parecia mais focado em mim, confirma afobado.


— Sim, senhorita Cabello. – O garoto confirma, passando a mão por seu topete loiro. – Você na capa da Vogue, junto com sua, er, namorada.


Reparo pelo seu tom de voz sua contradição em dizer sobre Lauren, e não sorrio. Olho para Hermes, esperando a sua opinião. Desde que eu assumi meu relacionamento com Lauren na estreia do nosso filme, havia dezenas e dezenas de revistas, sites, todos querendo uma entrevista conosco, ou ensaios fotográficos. Parecia que a ideia de Camila Cabello, namorando uma pessoa normal, que não era do estrelato, os deixava curioso.


— Camila e eu achamos uma ideia interessante, mas não depende somente de nós. A senhorita Jauregui precisava concordar também.


— Vocês foram atrás dela? — No instante em que digo isso, os homens na mesa parecem desconfortáveis. O rapaz loiro ajeita sua gravata, olhando para o lado. Eles não procuraram Lauren. E isso me irrita. Estão agindo como se ela fosse um nada, um fantoche meu. O que não é. — Falem com Lauren, e então podemos pensar. Sem ela não há entrevista, ensaio, nada. Passar bem, senhores.


Me levanto da mesa, indignada, saindo daquela sala abafada, precisando beber desesperadamente. Só que não há nenhuma gota de álcool no prédio da Vogue. Francamente. Uma revista tão importante, e que defende tanto a voz das mulheres, a sua importância na sociedade, agir como se Lauren fosse um nada, como se somente eu importasse. Não existiria relação alguma sem ela. Deus sabe o que seria de mim sem ela. A ideia de viver sem Lauren me fazia ficar sem ar. Ela era a razão de tudo. Viver sem Lauren Jauregui, depois de conhecê-la, não era mais uma opção. Hermes surge ao meu lado, com as mãos no bolso de seu terno italiano, me olhando como olha para os seus filhos quando fazem alguma travessura.


— Eu não vou fazer nada sem a Lauren concordar. Esses filhos da puta egocêntricos. – Rosno, passando a mão por meus cabelos, tentando arrumá-los.


— Eu sei disso. Eles irão procurar pelos empresários dela.


Rio ao escutar isso. – Lauren não tem empresários, Hermes. Ela mal sabe sobre ensaios, ou tudo o mais. Vou providenciar algum para ela. — Meu empresário assente com a cabeça e coloca as mãos em meus ombros quando os homens da Vogue se aproximam de nós.


— Iremos procurar a senhorita Jauregui. – Fala um homem mais velho e careca, que tem a confirmação dos outros.


Eles saem, andando em conjunto e conversando entre si, exceto o rapaz loiro, que ficou para trás, me olhando sem graça. – Seu novo filme está incrível. Você e Lauren fizeram uma boa dupla, vivo dizendo isso a eles. Não foi minha culpa, eu queria contatá-la. Nos perdoe por isso, senhorita Cabello.


Fico surpresa ao ouvi-lo. – Está tudo bem. Lauren não liga para essas coisas. Mas ela me tem agora, e se eu fosse vocês, procuraria fazer uma matéria sobre ela. Lauren Jauregui ainda vai surpreender muitos de vocês.


Hands To Myself | InterssexualOnde as histórias ganham vida. Descobre agora