Mudanças

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Estou ofegante. Minha respiração está entrecortada e Camila está me encarando.


— Como se sente senhora? — Me pergunta. Bufo com o "senhora".


— Dá pra parar de me chamar de senhora?


— É uma ordem, senhora? — Ergue as sobrancelhas, e sinto vontade de estapear ela por fazer aquela cara de deboche que era fodidamente linda. Todas as feições dessa maldita era perfeitas, e eu me sentia cada vez mais inebriada.


— Eu não sou a droga da sua senhora, pelo o amor de Deus! — Falo revoltada, me levantando e procurando meus jeans e minha boxer, os vestindo. Estou com raiva dela por ter essa mania de me chamar de senhora.


— Você é sim, Lauren Michelle Jauregui. Você assinou um contrato! — Camila está furiosa, e anda até mim, colocando o dedo em meu peito.


— Mas eu não sabia que teria que aguentar você me tratando com tanta submissão! Eu... eu era obcecada por você, eu sou, e ter que ouvir a mulher que eu idolatrava, que achava que não se submetia a ninguém, fazer isso agora comigo, destrói a imagem que eu tenho de você. Eu não quero te controlar. Quero que você seja quem você é, me trate como igual. — Grito, e ela me olha com seus olhos fervendo de raiva. Camila se mantém calada e nos olhamos por vários segundos.


— Só tente. Faça algo do meu jeito, uma vez, e me diga se irá gostar. E se não gostar, podemos mudar algumas coisas. — Suplica, pegando em minhas mãos. Olho pra seu rosto e ela tem uma cara de filhote de cachorro implorando pra ser adotado. — Por favor... — Eu tinha que saber como era, saber e conhecer essa parte do mundo dela. Talvez isso nos conectasse mais, me permitisse entendê-la.


— Tudo bem. Mas preciso que você me diga o que fazer. — ela sorri triunfante, pegando minha mão, levando-me até seu quarto de apetrechos. Ela anda pelo cômodo e a espero. Camila volta com um chicote preto, de tamanho médio.


— Quero que você use isso em mim. — Me entrega o chicote. Pego nele, pensando em como vou conseguir bater com aquilo nela.


— Agora?


— Não. Mas em breve. Você não vai poder ficar adiando esse dia, Lauren. Você assinou um contrato comigo, tem que cumpri-lo.


Sinto um vazio no estômago ao ouvir isso. Não me passou pela cabeça quando assinei o contrato que teria que fazer coisas que não imaginava e que não era do meu feitio. — Eu.... eu preciso de um tempo. — Pego as minhas coisas, correndo pelas escadas de sua casa. Camila corre atrás de mim.


— Aonde você está indo, Lauren?!


— Pra casa! — Grito.


— Como assim pra casa? Por que ?


— Eu preciso de um tempo Camila, um tempo pra me acostumar com tudo isso. — Ela para na minha frente, ofegante, e com uma expressão indecifrável.

Hands To Myself | InterssexualOnde as histórias ganham vida. Descobre agora