Lucy Vives

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A fazenda do meu pai nunca esteve tão bonita. O tão aguardado dia havia chegado, e Mike tremia de ansiedade enquanto eu ajeitava seu terno. Estávamos sozinhos, no quarto em que eu dividia com Camz. Falando nela, ela estava com Martha agora, a arrumando.


— Estou bem? — Papai pergunta, ajeitando a gravata borboleta.


— Excelente, pai. Eu casaria novamente com o senhor hoje. — Brinco, e ele gargalha. Hoje, na festa do aniversário de casamento do meu pai e minha madrasta, eu sentia uma aura de amor me envolver. Eu só quero estar abraçada a Camila e lhe dizer o quão importante ela é pra mim.


— Estou feliz porque está aqui, Lolo. Desde que você foi pra Los Angeles eu sinto muito a sua falta. — Eu entendo, Mike. A saudade que eu sinto daqui e de Louisville é enorme. Minha vida mudou drasticamente desde que fui pra L.A, a Lauren nerd assustada e de baixa autoestima não existe mais. Eu sou uma nova Lauren.


— Também sinto falta daqui pai. Mais meu lugar agora é em L. A.


— Por causa da Camila, né? — Suspiro ao ouvir o nome da minha garota. — Lauren, querida, qualquer um que olha pra você vê o quão importante essa garota é.


Abaixo a cabeça e me afasto. Camila disse que me ama e nós estamos bem, mas não posso deixar de me preocupar com aquele maldito contrato. Ou saber lidar com o peso da culpa, por causa de Normani. Eu me dividia internamente, se devia contar a Camila ou não. Confiança é a base de qualquer relacionamento. Não só o amor. Quero ser fiel a ela, quero cuidar dela, ter ela só pra mim, e sem segredos. Da parte das duas.


— Olha, escute o seu pai. — Mike anda até mim, pegando meu rosto e levantando até o encontro de seu olhar. — Se você a ama, se você quer estar com ela 25 horas por dia, se seu único pensamento é ela, não perca tempo. Não deixe ela escapar. Você merece ser amada por alguém.


— Eu a amo mais que tudo nessa vida. — Suspiro, sentindo lágrimas salpicarem meu rosto. A dor da culpa estava me consumindo. Eu não queria perder Camila, mas não queria mentir.


— Então pegue a sua garota. — Meu pai seca as lágrimas do meu rosto, beijando minha bochecha.


— Vamos? — Pego na mão dele e saímos do quarto. A casa estava bem cheia, vários conhecidos meus nos cumprimentam, todos vestidos com ternos. Aqui no Kentucky todo mundo era formal. Eu estava usando calças pretas de linho, uma camisa branca, com uma gravata vermelha, colete e blaser. Meus cabelos escorriam pelas minhas costas. Boa parte das pessoas quando me viam, sem os óculos, não me reconheciam inicialmente. Ouvi vários elogios acerca de minha nova aparência.


— Está bonita, magrela. — Dou um tapa em Alex, que estava escorada em uma canto, bebendo suco. Meu pai foi cumprimentar outras pessoas.


— Você também, Yakut. — Ela pisca e me escoro junto dela.


— Por que Martha e Camila estão demorando tanto? Não é como se fosse o casamento deles de novo. É só uma festa. — Resmungo, sentindo falta de ter o corpo quente de Camila comigo.

Hands To Myself | InterssexualOnde as histórias ganham vida. Descobre agora