Jaqueta

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Eu nunca iria imaginar que seria presa. Ainda por cima, presa por invadir a casa de uma das pessoas que eu mais admirava nesse mundo. Só de lembrar da expressão fechada de Camila ao ver que eu era a intrusa de sua casa, meu estômago se revirava. Ela com certeza acha que eu sou maluca, e talvez eu seja, e vai pedir ao Drake que me demita. O que eu tinha na cabeça? Acho que levei essa obsessão além do que deveria.


Os policias continuavam falando de rosquinhas.


— Ei, policial! — Chamo um policial gordinho que estava sentado em uma cadeira lendo um exemplar da Sports Illustraded.


— O que você quer? — Ele se aproxima, com cara de tédio.


— Pode me falar quantas horas são?


Ele olha em seu relógio de pulso.— 2 da manhã. — Meu deus, já era tarde pra caramba! Dinah e Ally deviam estar preocupadas.


— Posso fazer meu telefonema agora? — Ele faz uma careta, e leio na placa que há em seu uniforme que seu nome é Timbers.— Valeu, Timbers. — Digo quando ele abre a porta de minha cela. Timbers me leva até um canto da delegacia onde havia um telefone, no caminho vários policias me encaram e eu dou um sorriso amarelo.


— Está ai. — Timbers se afasta. Decido ligar para o celular de Ally, que atende rapidamente.


— Alô? — Ela tem a voz afobada.


— Oi, Ally. Sou eu, Lauren.


— Lauren! — Ela grita, e escuto a voz de Dinah ao fundo: "Aquela desgraçada deu sinal de vida?"


— Ally, escuta, não posso demorar. Preciso que você me busque aqui na 23ºa delegacia.


— Delegacia, mas por que ?


— Digamos que eu fui presa.


— O que? — Ally grita. — Por que você fez isso Lauren Michelle? Qual o seu problema?


— Olha Ally, eu te explico depois. Você pode vir aqui?


— Está bem. Dinah e eu estamos indo pra aí. — E desliga o telefone. Timbers se aproxima novamente.


— De volta pra cela, Jauregui. — Bufo, frustrada por ter que voltar para aquele lugar abafado. Sento no chão da cela e Timbers coloca uma cadeira ao meu lado, mas obviamente fora da cela. Dinah e Ally estavam furiosas e minha cabeça doía só de pensar nas broncas que iria levar. Tento pegar no sono, mas é óbvio que não consigo. Eu queria desesperadamente ir pra casa. Passam-se uns 20 minutos, eu acho, até eu ouvir uma voz que me faz pular de alegria. Ally.


— Ally! Ally! — A baixinha está com uma expressão séria, conversando com o delegado, que foi quem me prendeu. Ela mostra uns papéis pra ele e se aproxima de mim.

Hands To Myself | InterssexualOnde as histórias ganham vida. Descobre agora