De volta para L.A

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— O que você tem, Alex? – Pergunto assim que ela estaciona a caminhonete, e a desliga. Ela me encara pelo espelho, seus olhos dourados vermelhos, e ouço uma fungada.


— Eu estou bem. – Ela devolve, abrindo a porta do carro. Alex se apressa em tirar as malas do carro, e desço junto com Camila. Para minha surpresa vejo Robert, o piloto de Camz, parado, conversando com um homem. Olhar para ele me dá nostalgia e me faz perceber que estamos voltando para nossa realidade.


— Vou falar com o Robert, ok? – Camila diz, e assinto com a cabeça. Ela quer dar privacidade a mim e Alex. Suspiro e olho para a garota. Ela tem os braços cruzados, um boné da faculdade de Louisville em seus cabelos.


— Não vai olhar pra mim? – Brinco, e ela me olha de esguelha. – O que você tem, Slater? — Lhe dou um leve empurrão, como camaradagem.


— Não quero que você vá embora. – Suspira, abaixando a cabeça. Vou até ela, pegando em seu rosto, a fazendo me encarar. Seus olhos dourados, que parecem dobrões de pirata, estão vermelhos e inchados. Alex me agarra, forte, em um abraço de urso. Ela chora como uma criança, e afago seus cabelos.


— Tá tudo bem. Calma. – Sinto meus olhos queimarem e a vontade de chorar aumenta. Despedir das pessoas que eu amo não está sendo nada fácil.


— Eu me sinto em um momento tão confuso na minha vida. Tem o meu livro, ir morar em L.A, Vero, Lucy... sinto que minha cabeça vai explodir. – Nós nos soltamos, e ela enxuga as lágrimas.


— Eu sei que é um momento confuso. Deus, eu te entendo como ninguém. Mas você precisa ter atitude, erguer a cabeça e dar a porra de um rumo pra sua vida. Você não pode foder com a vida das pessoas como está fazendo agora. Lucy e Vero são maravilhosas e merecem uma mulher de verdade. Se você não tomar uma atitude, vai perder as duas. E vai ser bem feito. – Falo sem parar, e bufo, lhe dando um tapa forte no braço. Ela arregala os olhos e geme de dor, pegando no local.


— Você é louca! – Grita, e rio, mas fecho a cara depois.


— Você é que é. Agindo como um bebê chorão. — Estou sendo dura, eu sei. Mas e se ninguém lhe dar um choque de realidade? Ela não pode continuar fazendo isso. Alex abaixa a cabeça e bufa.


— Tudo bem, Jauregui. Vou fazer o que você disse. E você dê um jeito na sua vida também. Camila não é brincadeira. – E pisca. Fico feliz por ela aceitar bem o meu conselho e não ficar brava. Alex realmente precisa tomar jeito. Ela me dá mais um forte abraço, e Camila se aproxima.


— Está pronta, Lauren? – Ela entrelaça o braço ao meu. Assinto com a cabeça.


— Não deixe de ligar e mandar mensagem, otária. – Brinco, o que faz Camila rir. - Quando chegar a L.A, me liga. Te dou uma força com a mudança.


— Tudo bem, otária. E cuide bem de Camila, ok? – Alex dá um beijo na bochecha de Camz e pisca. — Se cuidem, ok? — Camila e eu concordamos, damos mais um abraço em Alex, e ela vai embora. Sinto um aperto no meu peito ao ver isso, e Camila segura minha mão.


— Nós vamos ver ela em breve, baby. Vamos entrar?


Subimos para o helicóptero, Robert sendo extremamente cortês, ignorando toda a sessão de carinhos entre eu e a atriz. Pouco falamos. Trocamos mais singelas carícias e me permito viajar, me lembrando de como eu estava antes de vir para o Kentucky. Camila disse que me ama. Nós sentimos o mesmo. Sorrio sozinha com isso, em meio a carinhos e beijos.


(...)


— Você vai me ligar? – Pergunta Camila, quando estamos paradas em frente ao meu apartamento. Kyle foi nos buscar no aeroporto e dirige o Aston Martin de Camila.


— Vou, amor. Prometo. Se cuide, ok? – Faço carinho no rosto de Camila, ganhando um sorriso sincero e um longo beijo. Nossas bocas se conectam, me dando o tradicional frio na barriga.


— Eu amo você. – Ela murmura nos meus lábios, sorrindo, e quase morro bem ali. Primeiro por sua frase, e segundo pelo seu sorriso em meio a nossos lábios colados.


— Eu também te amo. – Lhe dou um outro selinho e saio do carro. Minha mochila está em minhas costas e aceno, vendo o carro se afastar. Subo pelo elevador, sorridente e saltitando. Abro a porta e respiro o ar gostoso da minha casa. Lar doce lar! Jogo a mochila no chão, esticando minhas costas. Meu pescoço estava meio duro devido a viagem. Ouço um barulho e franzo a sobrancelha.


— Mas que merda é essa... – Digo desconfiada, pegando uma faca na cozinha. O barulho vinha do meu quarto. Porra. Ando devagar, cautelosa. Poderia ter qualquer pessoa ali. Suspiro e abro a porta com violência.


Minha boca se abre de surpresa com a presença ali.


Puta que pariu.


O que ela está fazendo aqui?


Ela me vê, e abre um singelo sorriso. Está elegante e bonita como sempre.


— Oi, olhos verdes. Me desculpe se te assustei, Dinah me deixou entrar. — Meus olhos queimam, e quero fugir dali, e ir ao encontro de Camila.


— Er... Oi Normani. – Falo sem graça, coçando minha nuca. – O que está fazendo aqui? — Ela tira o sorriso do rosto.


— Eu vim aqui porque precisamos conversar. E é sério.

Hands To Myself | InterssexualWhere stories live. Discover now