Tomates Fritos

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Zach ri alto, e eu disfarço com uma risada falsa. Se meu amigo soubesse que eu iria mandar em Camila em outras formas. Camila... suspiro ao pensar nela e em sua súplica para ir vê-la. — É. Até que é legal. Não preciso limpar chão e nem fazer cafezinho pra ninguém. Colocaram um garoto no meu lugar.


— Falando em Camila. O que foi aquela merda que você fez de invadir a casa dela? — Zach ri, e rio junto. Esse era o bom dele. Meu amigo nunca iria me criticar.


— Como você disse, uma merda. Fizeram uma entrega de correspondência na casa dela, e eu simplesmente peguei o endereço. Sempre tive uma enorme vontade de conhecer a casa dela.


— Pois é. E foi parar no xadrez por causa disso. — James se senta ao nosso lado, entrelaçando as mãos com Zach, me fitando. Já Amber havia resolvido que puxar o meu cabelo era algo legal.


— Laur está tão mudada, né amor? — James indaga, e os dois começam a me avaliar.


— Verdade. Nem percebi que tirou os óculos. Por que? E pintou o cabelo também, até que enfim. — Zach passa as mãos em meus cabelos.


— Resolvi colocar lentes. Mudar um pouco.


— Hummm, não sei não. Pra mim você fez isso por causa de mulher. — James ri alto, se levantando e indo até a cozinha.


— Talvez. — Digo vaga, e ele arregala os olhos.


— Você está de brincadeira? Sério?


Merda. Falei besteira, e agora Zach ia me atazanar até descobrir quem era, e estava fora de cogitação falar sobre Camila. Pensa rápido Lauren. — Sim. Ahhhh... ela se chama Normani. E eu conheci ela na Barney's. Fui olhar umas roupas.


James grita da cozinha, comemorando, e Amber se assusta. Zach pula do sofá, e faz uma espécie de dança.


— Finalmente você mostrou interesse por alguma mulher, tirando a Cabello. E então vocês já transaram? —" Sim", penso, " mas não foi exatamente com a Normani".


— Não. Só jantamos ontem.


— Que legal, bear. Estou feliz por você.


Sorrio leve pra ele. Quando tínhamos 18 anos, eu, Zach, Dinah e Ally viemos morar aqui. Somos todos do Kentucky e viemos fazer faculdade aqui. Meus três amigos já estavam arranjados da vida, e eu era a única pessoa solteira e sem a menor ideia do meu futuro. Eu entendia a felicidade de Zach, mas não era da forma que ele pensava. James logo serve o jantar, e eu ataco toda a travessa de tomates fritos que ele fez. James era um excelente cozinheiro. Zach passa todo o tempo me questionando de Normani e falando sobre minha prisão.


Preciso falar com Camila sobre isso. Acho que ela pode pedir a Normani que saia um dia comigo, só pra satisfazer meus amigos.


Logo está na hora de eu ir embora, já que decidi passar um tempo com Ally hoje, vendo algum filme, porque Dinah havia viajado pra Louisville, nossa cidade, visitar uma tia doente. Eu queria passar um tempo com Ally, já que com Dinah em casa era impossível.


— Tchau, minha linda. — Dou um delicado beijo na cabeça de Amber, que dormia no colo de James e faço um carinho no rosto do mesmo. Zach me abraça e me beija na bochecha.


— Se cuida, tá? Não invada a casa de mais ninguém, e traga Normani pra me conhecer. — Confirmo com a cabeça e saio. — E Lauren... — Viro em sua direção. — eu estou muito orgulhoso de você.


Eu tinha o melhor amigo do mundo.

(...)

Ally estava com a cabeça entre minhas pernas, enquanto eu fazia carinho em seus cabelos loiros. Estávamos vendo Titanic, o filme favorito da baixinha, e já havíamos enchido a barriga com pipoca e brigadeiro. Eu sentia que ia explodir, e me lembro de Normani falando que eu iria ter que manter o corpo em forma. Sorry. Ally parecia disposta a tirar informações de mim sobre Normani, já que Zach fez o favor de ligar pra ela quando saí e contou tudo.


— Mas você gosta dela? — A loira me questiona, parando o filme e me olhando. Suspiro.


— Acho que sim. É confuso. Ela é confusa. Acho que tenho um carinho por ela, e uma fascinação por descobrir mais sobre ela, entender algumas coisas. —De repente não estou falando de Normani, mas sim de Camila. Porque era assim que eu me sentia em relação a ela. Extremamente confusa, querendo descobrir mais sobre ela. Mais do que as revistas guardadas no meu quarto diziam.


— Ela é tão difícil assim? — Ally faz carinho em minhas mãos.


— Não é só que... sinto que sei muito pouco. Olha Allycat, eu vou dormir ok? Tenho muito trabalho amanhã no estúdio agora que fui promovida. Você não se importa de ver o final do filme sozinha, né?


— Claro que não, Laur. Você já fez muito. Parabéns de novo pela promoção, diretora. — Brinca.


— Valeu. Boa noite. — Dou um beijo em seu rosto e vou me deitar.


Nessa noite eu sabia que a única coisa que passaria em meus sonhos seria uma latina com olhos castanhos tristes, e uma alma não compreendida.

Hands To Myself | InterssexualOnde as histórias ganham vida. Descobre agora