Sentamo-nos no banco mais próximo do altar.

"Porquê esta crença?" Perguntei-lhe depois de alguns segundos em silêncio.

"Não tenho uma explicação racional. Gosto de sentir que não estou sozinho, que há algo maior que eu que me guia e me protege. Tenho a necessidade de ter fé porque às vezes é a única coisa que me dá força para continuar."

"Porque é que não acreditas simplesmente em ti mesmo? Tu és suficiente, se queres uma coisa então tens que ter força em ti para a conseguir."

"Gostas de fazer perguntas difíceis, não gostas?" Ele olhou para mim com um pequeno sorriso, depois, encarou o altar. "Não é assim tão simples, às vezes as coisas não dependem só de nós. Por exemplo, há muitas vezes em que eu quero fazer uma coisa bem-feita, sem nenhum erro, sem estragar nada; eu quero muito mas a minha falta de jeito arranja sempre uma maneira de me fazer meter água."

"Essas são situações que te deixam muito frustrado?"

"Quando estrago alguma coisa por ser destrambelhado? Sem dúvida. Deixa-me desiludido e zangado comigo próprio. Por cima disto ainda tenho a questão dos meus pais e quando dou por mim já estou despedaçado."


"O facto de eles não te compreenderem?"

"Também não é tão simples quanto isso." Desta vez ele mostrou-me um sorriso que mostrava pura dor. "Eu tenho outro irmão, chama-se Ricardo e têm 25 anos, o que faz de mim o irmão mais novo. Desde as minhas primeiras memórias que me recordo que eles faziam de tudo para lhe agradar: davam-lhe sempre o melhor, íamos sempre a onde ele queria ir, gastavam quanto dinheiro fosse preciso para agradar ao menino. Na altura em que ele entrou para a faculdade isto agravou-se. Não sei se era por eu estar a passar pela fase da adolescência e por isso sentia as coisas mais intensamente mas a verdade era que só o que o Ricardo fazia é que tinha valor, é que era importante; aquilo que eu fazia estava longe de lhes interessar. Eu sei que ele não era trapalhão como eu, que fazia sempre tudo na perfeição mas caramba, eu também sou filho deles."

"Miguel, a primeira coisa que reparei em ti foi que és uma pessoa fantástica, isso não tem nada a ver."

"Para eles deve ter. Tu não tens noção do quando eu me esforçava para que eles ficassem orgulhosos de mim. Eles nunca faltaram a nenhum acontecimento importante do meu irmão, tiravam férias e tudo se fosse preciso ir visitá-lo a Lisboa, onde ele está a estudar; mas a mim, por mais que eu pedisse, nunca cá vieram, estavam sempre muito ocupados."

"É fudido." Respondi baixinho. Custava-me saber que ele tinha feridas não vivas no seu coração, logo ele, que é tão bondoso com toda a gente.

"Bastante." Ele fez uma pausa como se tivesse a recuperar o folego depois de ter deitado tudo aquilo para fora. "E estas são as razões, por isso é que tenho a necessidade de acreditar num Deus. Assim deixo estas questões encarregues às mãos Dele. Se Ele achar que eu mereço, então vai correr bem e isso dá-me força para continuar. Por isso venho cá quando estou frustrado com alguma destas coisas ou quando quase perco o rumo à vida. Ajuda-me sempre."

"Essa é uma das coisas que me chateia na religião. É como se nos fizesse pensar que não valemos a pena, que somos 'pecadores'. O que queres dizer com 'se Ele achar que eu mereço?'. Tu mereces tudo de bom e é como se a religião te estivesse constantemente a rebaixar."

"Eu vejo-o como uma forma de nos manter humildes, relembra-nos que há coisas tão mais importantes do que os nossos desejos."


"Por isso é que eu não tenho religião, para ter a liberdade e caminhar senão atrás daquilo que eu quero." Aproximei-me dele e coloquei uma das minhas mãos na sua face levemente áspera, da barba que crescia. "E neste momento o que eu mais quero és tu."

Desta vez, ele mostrou-me um sorriso a sério, ligeiramente perverso até, e aproximou o seu rosto do meu, beijando os meus lábios.

Apenas com um beijo, senti todo o meu corpo serinundado de calor e pedindo mais e mais, a cada segundo que passava.


O Miguel colocou as suas mãos firmemente na minha cintura, puxando-me para ele. Num movimento rápido, por não querer perder o contacto com os seus lábios por muito tempo, sentei-me em cima dele, com as minhas pernas a rodearem a sua cintura e os meus braços à volta do seu pescoço. Beijei-o como o queria beijar há muito tempo, de uma maneira intensa e demorada, como se estivesse a absorver cada pequena essência do seu ser.

E apesar de todas as suas inseguranças, ele beijava tão bem.

"E se aparece alguém?" Falei baixinho mas não estava realmente preocupada com isso.

"Nunca vem aqui ninguém, relaxa."

A sua maneira descontraída de falar, pouco usual do Miguel que já conhecia, apelou ainda mais às minhas hormonas, que neste momento estavam completamente descontroladas.


Passei os meus lábios pelo seu maxilar, deixando leves beijos na sua pele. Levei uma das minhas mãos até ao seu cabelo e deslizei os dedos por este, enquanto o voltava a beijar.


A minha cintura estava por cima da sua, as suas pernas estavam afogadas na imensidade das minhas coxas grossas e as suas mãos deslizavam lentamente até ao meu rabo, puxando todo o meu corpo para o seu. As partes mais sensíveis do nosso corpo tocavam-se ocasionalmente, roçando uma na outra.

"Quero tanto sentir-me Miguel." Murmurei ao seu ouvido.

Senti um arrepio no seu corpo assim que escutou as minhas palavras e sorri contra os seus lábios, porque tudo naquele rapaz era adoravelmente fudível.

"Nós não devíamos fazer isto aqui." Falei baixinho novamente, mas mais uma vez, estava pouco me lixando para isso.

"Não faz mal, eu amanhã confesso-me."

"Não, não podes contar. É o nosso segredo." Sussurrei contra os seus lábios.

"O nosso segredo?" Ele perguntou inocentemente.

"Sim, só nosso."



Olá meus amores!

Hoje a única coisa que tenho para vos dizer resume-se a isto: ( ͡° ͜ʖ ͡°)

cada vez preciso mais de um Miguel destes na minha vida

ahhh, no capitulo 9 vi que ficaram muito surpreendidas por a Aurora comer gajos nas casas de banho mas é verdade, ela é uma vadia ahahahhahahahah

pergunta de hoje: gostam de dançar? Se sim, andam nalguma escola de dança ou têm algum estilo que gostem especialmente? Eu tenho aulas de zumba no ginásio onde ando e sou completamente apaixonada por aqui, adoro sacar as musicas do youtube e decorar as coreografias para depois dancar em casa hehe! Inclusive, adorava tirar instrução em zumba mas primeiro tenho que ter 18 anos 330€ disponiveis (caro como o caralho!). pronto, é um plano, quero ser uma escritora zumbastica ahahah

love you all

p.s - o Cody Simpson está neste momento no brasil e tem feito tipo mini concertos na praia, alguma das minhas maravilhosas escritoras brasileira passou por ele ocasionalmente? hehe era preciso ter muita sorte!

Quando a Cidade se Apaixona pelo CampoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora