Vou andando descoordenada até a cozinha e não encontro minha mãe. Só então me lembro de que ela ainda deve estar dormindo em seu quarto.

Caminho até lá e abro a porta sem hesitar. Sua cama totalmente arrumada evidencia que, para meu alívio, ela já se levantou. E o som do chuveiro ligado, me diz onde ela está.

Ando por todo o lado do quarto, esperando ansiosamente que ela saia do banheiro.

- Sophie? - diz, assustada. Viro-me para ela e obviamente a encontro enrolada na toalha. - O que você faz aqui? - ela indaga, caminhando para mais perto de mim.

- Mãe, eu preciso ir para Houston ainda hoje. - digo, com o tom de voz firme.

- O quê? - questiona, confusa.

- Eu tenho que ir falar com Edward. As coisas não podem ficar assim.

- Me espere na sala até eu me trocar. - é tudo que ela diz, depois de me olhar atônita por vários segundos.

Eu assinto e obedeço a sua ordem. Enquanto espero por ela, tento ligar várias vezes para Edward, mas é totalmente em vão, só dá na caixa postal.

Droga. Por que tem que ser assim?

Agora eu vejo que somente um beijo abusado de uma garota, não pode atrapalhar todo nosso relacionamento e nem meus sentimentos por ele.

É difícil ainda não sentir certo remorso. Mas o que não posso é ficar aqui me lamentando.

- Você quer ir para Houston, hoje? - minha mãe aparece na sala, já vestida em sua roupa social, pronta para ir para o trabalho.

- Sim. Eu quero pegar o próximo voo que for para lá.

- Sophie, você não pode se precipitar tanto assim.

- Mas mãe não é nada precipitado. Eu somente consegui enxergar que não posso mais ficar aqui.

Ela me olha, parecendo compreensiva com o que acabei de falar. Depois senta-se ao meu lado.

- Liga para casa dele primeiro. Tente conversar com ele antes.

Eu iria dizer que era isso que estava tentando fazer a pouco. Mas, então, subitamente me lembro de que ainda não tentei ligar para sua mãe.

Busco apressadamente o número dela em meus contatos e ao encontrar não penso duas vezes e faço a ligação.

- Oi, Josephine. - digo, quando ela finalmente atende o celular. - Sou eu, Sophie.

- Oi, querida. Tudo bem?

- Sim... - falo, e então as palavras evaporam e não sei mais o que falar.

- Você está na casa de sua mãe? Edward ficou louco quando soube que você foi.

Sinto uma pontada no peito. Engulo em seco e fecho os olhos por um momento. Caminho para janela, na intenção de que minha mãe não possa presenciar minha expressão de dor.

- É sobre isso que queria falar. Ele está aí? - indago, olhando para a rua lá fora.

- Infelizmente não. - responde.

- A senhora pode me dizer onde ele está?

- Ele não me disse para onde iria. Mas eu tenho a intuição de que ele possa ter ido para nossa casa em Port Angeles. - ela declara.

Um bolo se forma em minha garganta. Sinto uma enorme vontade de chorar.

- Por favor, me passe o endereço de lá. - peço com a voz embargada.

InalcançávelWhere stories live. Discover now