Reencontros

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A primeira coisa que me veio à cabeça quando fui surpreendida pelo terror de alguém tapando minha boca, foi o arrependimento. Tudo que eu imagino é que caí numa cilada e que estou correndo um grande risco de vida. Desespera-me pensar que eu nunca mais poderei ver minha mãe.

A chuva começa desmoronar céu abaixo. Os ventos entram em sincronia com os fios dos meus cabelos.

Eu continuo gritando desesperada, tentando me livrar dos braços da pessoa que agora está me forçando a ir com ela.

Sinto uma coisa diferente, mas mesmo assim não paro de gritar e espernear. Um cheiro conhecido se infiltra em minhas narinas. Esse braço em volta da minha cintura parece que ridiculamente foi feito para estar em volta do meu corpo.

- Fique quieta, por favor! - sua voz transpassa para meus ouvidos, enviando correntes de choques por todo meu corpo que reage com o arrepiamento de todos meus pelos e o cessamento das batidas do meu coração.

- Me solta! - sibilo, furiosa.

Então ele retira sua mão da minha boca e desvencilha seu braço da minha cintura, afastando-se um pouco de mim. Viro meu corpo lentamente.

Entre a incessante chuva posso ver seus traços, sua figura máscula, que até um mês atrás eu ficaria feliz em ver. Meu coração volta a bater a toda velocidade.

Olhamo-nos brevemente por alguns segundos, sem dizermos nada.

- O que você está fazendo aqui? - pergunto, tentando fazer minha voz soar mais alta que o barulho da chuva.

- Você é louca? Não vê que esse lugar é perigoso? - ele fala de uma maneira bastante ríspida.

Eu o olho abismada, imaginando a hipótese de ele ter me seguido.

Dou uma rápida olhada para os depósitos e chego à conclusão que eu preciso abandonar o objetivo pelo qual vim até aqui. Não será mais possível.

- Vamos, temos que sair daqui agora! - Edward me apressa pegando em minha mão.

Eu rapidamente retiro minha mão da sua e começo andar apressadamente de volta para onde está meu carro, ignorando totalmente sua presença e a indagação em meus pensamentos do que ele pode estar fazendo aqui.

Começo correr, na intenção de que ele não me alcance. Mas no momento em que eu freio meus pés para saltar os entulhos no meio do caminho, acabo escorregando e caindo.

Com a mesma rapidez que eu espatifo no chão, levanto-me recusando a mão que Edward estende para me ajudar.

A água tornou meus cabelos e minhas roupas pesadas. Minha blusa branca apresenta um visível estado de transparência.

Ignoro os pingos fortes surrando minha pele, ignoro a sensação de está morrendo afogada, ignoro Edward, ignoro tudo...

Dou uma rápida olhada de relance para ele e salto por aqueles obstáculos. No segundo em que toco meus pés no chão, Edward já está do meu lado.

- O que você quer de mim? - digo irritada, parando de frente para ele.

- Agora não é hora para perguntas, vamos.

Ele anda na direção do meu carro, pensando que eu iria segui-lo, mas eu fico parada.

- Sophie, vai ficar parada aí? Vem logo! - Ele diz autoritário, olhando-me com os olhos semicerrados por causa da água que dificulta sua visão.

- Cadê seu carro? - pergunto quando chego próximo dele.

- Já disse que agora não é hora para perguntas.

InalcançávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora