Dores não podem ser eternas

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"Sophie, eu posso te explicar. Por favor, me deixe falar com você."

"Eu sei que isso foi um erro, mas tem uma explicação."

"Fala comigo."

"Vou até aí."

Recebo a última da série de mensagens que Edward me mandou no último minuto, e, de acordo com esta ele está vindo para cá.

Levanto-me da cama, da qual não tinha despregado o corpo desde que cheguei da faculdade, corro até a sala e constato que minha mãe deve está no apartamento dela. Verifico se a porta está trancada e concluo que sim.

Dou suspiro em irritação e me sento no sofá.

Não quero ver a cara de Edward. Estou com muita raiva dele. E não sei se isso vai passar tão cedo. Talvez quando eu estiver mais calma, eu pense em ouvir o que ele tem para falar, mas agora definitivamente não.

Como ele pôde beijar a garota que eu mais abomino, e, principalmente durante o tempo que estávamos separados, no qual ele revelou que, assim como eu, estava sofrendo?

Droga. Só de imaginar os dois se beijando eu fico louca e o pior é que isso não sai da minha cabeça.

Com certeza ele nunca me contaria, porque é claro que já imaginava como seria minha reação.

O som da campainha chama minha atenção. Fixo meu olhar na porta. Será que é minha mãe ou ele?

Levanto-me e caminho vagarosamente até lá, enquanto soa o barulho de batidas na porta.

- Sophie. - sua voz levemente rouca me chama, fazendo meu coração disparar.

Já estava a centímetros da porta e então fico parada, sem saber o que fazer.

- Abre a porta, por favor. - ele diz calmamente, de uma forma que faz meu coração se amolecer por um instante.

O meu lado emocional chora e implora para que eu abra a porta, enquanto meu lado racional grita e ordena severamente que eu não faça isso e o deixe chamar o quanto quiser.

- Eu sei que você está aí.

Permito que o meu lado racional vença e volto rapidamente para o sofá.

- Eu sei que está me ouvindo. Mas se não quer abrir a porta, tudo bem.

O silêncio instala-se, me levando a crer que ele foi embora.

Caminho normalmente até lá e pouso meu ouvido na porta, na intenção de verificar algum ruído do outro lado e constatar que ele realmente partiu.

- Vou falar daqui mesmo. - o som da sua voz atravessa a porta e chega rapidamente até mim. Eu me assusto, pois imaginava que ele já tinha ido.

- Eu estava muito mal aquele dia, então Hellen insistiu muito para eu ir até um barzinho com ela. Como eu estava precisando sair mesmo, acabei aceitando. Mas aí, depois de algum tempo, ela me beijou, e eu na minha maldita fraqueza demorei alguns segundos para impedir aquilo. - ele diz e daqui eu posso sentir o quanto há tristeza e sinceridade em suas palavras.

Eu me escoro de costas para a porta e deslizo até o chão. Minha visão começa a embaçar pelas lágrimas que estão se formando.

- Quando eu vi que estava cometendo um terrível erro, tratei de me separar rapidamente dela. Vim embora e a deixei sozinha lá.

"Mas você saiu com ela. Se não tivesse ido ela não iria te beijar."

É o que minha mente pede para falar. Mas eu permaneço quieta, deixando as lágrimas descerem lentamente.

InalcançávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora