Quem é ele?

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O cheiro do café atingi-me em cheio, despertando o meu estômago e anunciando a fome. Realizo meu hábito alimentar matinal, antes de tudo bebo o café puro, para depois degustar os ovos mexidos e torradas que preparei. 

Terminando de me alimentar, ouço o bip do meu celular, anunciando a chegada de uma nova mensagem. Pego o aparelho em cima da mesa e visualizo o SMS.

"Bom dia! Não se esqueça que depois das quatro da tarde estarei aí. Super ansiosa! Bjs!"

Como ela acha que eu poderia esquecer-me disso. Não parei de pensar um só momento. Eu acho que estou ansiosa... Isso explica minha vontade para a hora passar rápido. Olho no relógio. Ainda são 9:30 da manhã. Ah, não! Parece que vai durar uma eternidade até as horas marcarem 16:00. Não, não deve ser ansiedade, talvez seja um arrependimento, e quero que acabe logo de uma vez. É isso! Só pode ser...

Olho para um lado, olho para o outro, vou ao quarto e pulo na cama, depois sigo para a cozinha em busca de algo para comer, acho um pacote de biscoito recheado e vou comendo. Quando fica o último, é que percebo que não faz nem meia hora, que tomei o café da manhã. Como de uma vez o único biscoito. Não posso ficar assim com essa ansiedade, quero dizer, com esse arrependimento ansioso, preciso arranjar algo para fazer.

Primeiro arrumo toda a cozinha, depois todo o restante do apartamento. Lavo toda a roupa suja, e em seguida deito na minha cama novamente. Olho o celular e faltam exatamente quatro horas para Della chegar. Além disso, vejo que tem pelo menos umas dez chamadas perdidas da minha mãe. Ontem não tivemos uma conversa muito agradável, então resolvo ligar novamente para ter uma conversa civilizada.

- Oi, mãe.

- Oi, Sophie! - ela atende.

- Onde está? - eu pergunto.

- Estou em casa, e você filha, como vai? 

- Também estou em casa. Aqui está um tédio, mas nem começa com seu blá, blá, blá. Porque hoje à noite vou sair. - eu digo e do outro lado da linha escuto uma pessoa conversando com ela. - Mãe, quem está aí com você? - digo rapidamente, mesmo já tendo uma óbvia ideia de quem possa ser.

- Espera... - ela diz com a voz abafada, pelo que parece para a tal pessoa. - Hum... filha, é o Roman que está aqui insistindo para que eu sirva logo o almoço... Você disse que vai sair? Pra onde?

Franzo a testa e reviro os olhos, ouvir o nome do meu padrasto não me deixa de bom humor. Minha mãe não enxerga o quanto ele é imbecil, canalha, idiota... Por mais que eu tenha lhe alertado várias vezes, ela não acredita em mim, ela não entende das coisas horríveis de que ele é capaz...

- Vou a uma festa com uma amiga. Você deve estar muito ocupada. Outra hora ligo, tudo bem? - digo ao escutar meu padrasto chamar minha mãe novamente.

- Tudo bem Sophie, você sabe como é Roman, quer tudo da sua maneira.

- Sei bem como ele é. Mais do que você imagina. - digo baixinho.

- O que disse?

- Nada, não. Tchau mãe. Te amo!

- Também te amo muito, divirta-se viu? Tchau.

***

- Seu cabelo é bem liso, seria melhor se fizéssemos umas ondulações nele para criar mais movimento e volume. O que você acha? - Della diz, enquanto estamos fazendo nossas unhas.

- É, pode ser. E o seu, vai fazer alguma coisa? - pergunto, desborrando as unhas da última mão.

- Meu cabelo já é bastante prático, pois é curto, então não preciso realizar muita coisa. 

InalcançávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora