Inalcançável

Teoria

Inexplicável.

Não há como explicar. Sinceramente não há como explicar o misto de emoções que se passaram por meu corpo naquele momento. Naqueles exatos momentos. O antes e o depois... Do beijo... Na verdade "o depois" perdura até agora. Quando estávamos conectados por nossas bocas, tudo que sentia era desejo, por mais e mais. Não pensava em mais nada; Não lembrava que existia um mundo, que precisava respirar e nem que deveria imediatamente me afastar. Muito menos que aquilo era um grande erro... Acredite, aquele curto tempo, foi o suficiente para causar a maior confusão nos meus sentimentos, me deixando totalmente atordoada.

No instante em que me separei dele, se passou rapidamente pela minha cabeça lhe desferir um enorme tapa na cara. Afinal, ele que teve a conduta inicial de me beijar. Mas, não seria justo, já que correspondi livremente, degustei e aprecie bastante do beijo. O que posso fazer? Se dissesse que odiei, estaria descaradamente mentindo.

Não conseguia nem olhar para ele direito. Estava muito envergonhada. Acho que ambos estávamos, pois seu pedido de desculpas me pareceu demasiado sincero. No entanto, o que somente me ocorreu na ocasião, era fugir dali. Escapar de Edward; Da presença dele; Porém não das emoções que me seguiram, que estavam pressas a mim, e foram junto comigo. O único lugar, no qual poderia refugiar-me era o parque de caminhada perto do meu apartamento, o Buffalo Bayou Park, local perfeito para poder relaxar um pouco e em seguida ligar para minha mãe. Sim, foi a ligação da minha bendita mãezinha (ou maldita?) que interrompeu o ato inconsequente.

Depois, de ter conversado com a minha mãe, continuei sentada, contemplando a paisagem a minha volta e pensando em tudo que ocorreu. Os minutos pareciam passar lentamente. O que exatamente estava esperando? Saber que horas poderia finalmente voltar para casa? Saber o que estaria acontecendo no meu apartamento? Ou no que resultaria? Talvez uma reconciliação?

Por que estava tão preocupada? Nervosismo era o que me definia, até o momento em que Della me ligou dizendo que estava me esperando. Não posso dizer que o nervosismo diminuiu, na verdade só fez aumentar, principalmente quando esbarrei em Edward, a última pessoa que gostaria de ver, naquele momento, na face da Terra. Ambos ficamos parados por longos segundos. Nossa! Foi muito constrangedor. E ainda estou com uma pequena e boba curiosidade: por que ele não estava de carro?

- Sophie! Levanta a cabeça, agora! - a professora diz, me cutucando, enquanto estou com a cabeça baixa e apoiada na mesa. - Você por acaso está dormindo? - Ela continua. Querendo a todo custo chamar minha atenção.

Com a cabeça ainda baixa, não posso deixar de gesticular uma careta para ela. Odeio a aula dessa professora, mas esse não é o principal motivo de não estar prestando a mínima atenção na sua aula. Estou cansada, poxa! Cansada de tanto pensar em Edward. Pior. Estou agoniada, porque ele não sai da minha cabeça e ainda tem que estar no mesmo ambiente que eu. Na mesma sala de aula. Dessa forma a primeira ideia que me veio, quando não conseguia parar de olhar para ele, foi deitar a cabeça na mesa e tirar ele da minha linha de visão. Por incrível que pareça eu acho que estava começando a cair no sono.

Posso ouvir cochichos e sorrisos por todo o espaço. Sinto perfeitamente a professora próxima a mim. Por que ela teve que vir pegar no pé? Idiota. Nunca gostei dela. Levanto a minha cabeça lentamente. A claridade atingi com força meus olhos, fazendo com que minha visão fique embaçada e estreite um pouco os meus olhos. Sem dúvidas, estava desligada há um bom tempo. Até imagino meu rosto nesse exato momento: olhos pré-inchados, cara toda marcada e expressão desorientada.

Eu acho... Não. Tenho certeza. Todos estão olhando para mim, agora sim posso ver claramente; Inclusive Edward que está sentado um pouco à frente, na fileira ao lado da minha e com um semblante divertido no rosto. Ótimo! Agora sou o centro das atenções. Pelo menos os alunos acharam uma distração em meio a essa aula monótona e chata. Não que desejasse que essa distração fosse logo eu.