Quando o passado vem à tona...

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Seus braços estão em torno de mim, transmitindo-me uma sensação inexplicável. É algo tão aconchegante e acolhedor que eu poderia ficar o dia todo assim que não me cansaria.

O frio da manhã é incrivelmente reprimido, pois o calor do seu corpo me aquece maravilhosamente.

Sentir seu cheiro bem próximo a mim me acalma e me deixa muito tranquila.

Depois de ter me contado toda a sua história, foi difícil não perdoá-lo. Estar ao seu lado novamente era a solução que mais se encaixava, parecia extremamente certo.

Não poderia deixá-lo ir, já que ele disse que me ama. Eu também o amo. Nossos sentimentos são recíprocos e tudo está em seu devido lugar.

Edward aparentava estar bastante cansado, como se relatar todas aquelas memórias acabasse por reduzir drasticamente as suas energias. Eu também já estava exausta. Então, após matarmos a saudade um do outro com poucas trocas de beijos, acabamos dormindo.

Continuo de olhos fechados, desejando dormir novamente, sem me importar para o que está nos esperando lá fora. Tudo o que quero é permanecer dormindo ao lado de Edward.

Parece que se passa um curto tempo até alguém bater na porta, não tenho certeza. Talvez, como queria, acabei pegando no sono de novo.

Abro os olhos rapidamente e ouço Edward bocejando. Em seguida, ele me aperta mais em seus braços e deposita um beijo demorado em meu rosto.

- Edward? - sussurro.

- Oi.

- Preciso que você me solte para que eu possa ir abrir a porta. - esclareço.

- Quem está incomodando a essa hora da madrugada? - ele diz, ironicamente, com a voz mais rouca do que o normal.

Estou de costas para Edward, mas tenho a convicção de que ele ainda está de olhos fechados.

Sem olhar as horas, sei que não deve ser menos de seis horas da manhã. Com um pouco de dificuldade alcanço meu celular e constato que já são sete horas.

- Edward, assim vamos chegar atrasados!

- Atrasados para o quê? - indaga, fingindo estar alheio ao que estou dizendo.

- Para a faculdade.

Outra batida na porta me faz lembrar que ainda há alguém lá a espera.

- Sophie! - a voz abafada da minha mãe atravessa a porta.

No mesmo instante, Edward pula da cama, parecendo ter se assustado ao ouvir a voz da minha mãe. Finalmente, posso me levantar também.

Edward e eu nos entreolhamos. Qual será a reação dela ao encontrá-lo aqui?

- Sophie, por que está demorando tanto? - ela grita, impaciente.

- Já vou, mãe.

Eu sorrio para Edward como sinal de que está tudo bem.

- Fique tranquilo. O mínimo que ela pode fazer é te atirar pela janela. - digo, sarcástica, e vou abrir a porta para ela enquanto Edward fica no meu quarto.

Ao me ver, minha mãe estranha o fato de eu ainda não estar pronta para ir à faculdade.

Eu sorrio de uma maneira tensa e ela me olha desconfiada. É evidente que percebeu que há algo estranho. E eu sei que Edward terá que se mostrar a qualquer momento, só estou me preparando para o constrangimento que virá a seguir.

- Sophie, você está com cara de quem estava aprontando alguma coisa.

Eu ia abrir a boca para falar algo, mas Edward surge repentinamente a nossa frente, fazendo minha mãe o encarar com espanto.

InalcançávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora