Solução inalcançável?

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As palavras da carta junto ao doloroso fato que aconteceu logo após, estão se repetindo constantemente em minha cabeça.

Sem conseguir caminhar por muito tempo, pois minha visão começa a ficar turva e meu corpo dá sinais que vai desmoronar a qualquer momento, eu me sento rapidamente em um dos bancos que ficam pelo lado de fora do hospital.

Não consigo ver nem ninguém nem nada que se passa ao meu redor. Estou tonta e minha cabeça está rodando como uma bola que passa de pé em pé em um campo de futebol.

Minha pressão deve ter baixado drasticamente. Fecho os olhos e inclino minha cabeça para trás, na expectativa de retornar ao meu estado normal.

Quando percebo que não estou mais sentindo o mundo girar, abro os olhos. Algumas lágrimas que estavam retidas escorrem pela minha face.

- Sophie, você está bem? - Edward diz, preocupado, se aproximando rapidamente de mim.

Eu o olho por um instante, com uma agonia incessante consumindo meu corpo.

- Não. Eu não estou bem, mas você deve está muito feliz, não é? - digo fria e indiferente.

- Do que você está falando?

- Robert Hernandez está morto. Era tudo que você queria.

Ele me encara por um longo tempo, mas fica calado.

- Está contente? - indago, novamente.

- Você sabe que não é bem assim. Morrer foi pouco para o que ele merecia...

- Está vendo? Nem depois de ele estar morto você consegue tirar isso da cabeça. Ele já te disse que não matou seu pai, Edward.

- Mas eu não acredito! - ele diz, revoltado. - Não sei como em tão pouco tempo você pôde cair na lábia dele.

- Ele não estava mentindo, eu senti isso. Você deveria investigar como ele mesmo propôs. - digo, já sentindo as lágrimas nascendo.

- Você não sabe do que está falando.

Eu passo as mãos pelos cabelos, em nervosismo.

Levanto-me e começo a caminhar para longe dali, para longe Edward, para qualquer lugar que eu possa ficar comigo mesma.

- Sophie, aonde está indo? - Edward pergunta vindo atrás de mim.

- Deixe-me sozinha. - afirmo, sem olhar para ele e continuando a caminhar o mais rápido possível.

- Eu vou com você. - ele não desiste e continua a me seguir.

- Eu quero ficar sozinha! - exclamo, irritada com sua perseguição.

- Só quero te ajudar.

Paro rapidamente, fazendo com que ele também trave os pés no chão. Eu olho dentro dos seus olhos, assim como ele também olha nos meus.

É estranho que pela primeira vez ao encontrar com seus olhos verdadeiramente intensos, eu não sinta vontade de me aproximar dele e ser envolvida pelos seus braços para não sair jamais.

Meus olhos ardem. Tudo está tão confuso dentro de mim, uma tremenda bagunça que nem ao menos consigo respirar.

- Como você pode me ajudar se nem ao menos entende minha situação? - digo e minhas lágrimas logo denunciam meu descontrole.

Ele não diz nada. Talvez não haja nada o que dizer.

- Preciso ficar sozinha, por favor. - peço.

InalcançávelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora