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Jhack

Nova York é realmente uma bela cidade. Com seus imensos arranha céus, prédios imponentes, o vai e vem de carros apressados, buzinas, faróis, luzes piscando, gente andando sempre com passos largos e ligeiros com celulares a mão sem ligar para a cidade linda e caótica à sua volta.
Aqui sentando observando tudo isso, mesmo com tudo isso, meus pensamentos vagam para muito longe daqui. Para o Alasca. Para a mulher que...deixei para trás. Não gosto de pensar desse jeito, mas deve ser isso que ela pensa agora. Depois de quase duas semanas. Mas eu não poderia explicar, como poderia? Ela não entenderia, ou talvez não acreditaria. Como vou saber? Agora é tarde demais para lamentos. estou aqui, em Nova York, e não posso simplesmente refazer meu caminho de volta para casa. Muita coisa mudou, minha vida mudou, eu mudei. Não por opção, fui forçado a faze-lo.
A história é toda muito confusa, começou um dia após a minha visita à casa da Cassandra, quando eu achei que finalmente havia encontrado meu lugar no mundo, fui de onde fui arrancando bruscamente pela triste realidade. Na manhã de domingo, eu me preparava para vê-la, sabia que era cedo demais e que não deveria sufoca-la, mas eu sentia dentro de mim que era necessário, não, era vital, que eu a visse, a tocasse. Eu jamais me senti tão vivo e feliz. Pela primeira vez em anos, eu estava feliz. Mas então, ouvi a campainha tocar. Uma, duas, três vezes, a pessoa era insistente e impaciente. Eu estava na cozinha, tomando um suco de morango com hortelã, por isso demorei um certo tempo até chegar ao imenso espaço onde fica a minha sala de estar estravagante, confesso que quando se trata de decoração eu costumo ser um tanto, exigente. Minha casa toda foi decorada por um especialista exclusivo vindo da europa. Gastei uma pequena fortuna para satisfazer meus próprios caprichos. É claro que não fiquei rico assim sendo professor, com aquele salário no máximo para viver como classe média. Na verdade, fiz uso de outros meios. Não que eu me orgulhe disso, mas eu era jovem e inconsequente. Não me julgue.
Quando eu tinha 18 anos, saí pela primeira vez do Alasca, vim para Nova York estudar na universidade de Binghamton, um prodígio em ascensão. Esqueci de mencionar esse pequeno detalhe, aos três anos eu fazia coisas que uma criança de sete anos ainda tentava aprender. Por isso fui sempre alvo de espectativas, e consequentemente julgado quando errava.
Acontece que eu não tive culpa. Fui vítima de um golpe astucioso e tão bem elaborado que não percebi até quase ser preso.
Após duas semanas em Nova York, ainda era dia quando saí da universidade, eu voltava para o meu quartinho ( que aquilo não dava para ser chamado de apartamento), mas fiz uma pequena pausa num café que eu passei a frequentar logo ao chegar aqui, fazia esse ritual todos os dias, então naquele não seria diferente. Eu estava sentado na mesa de sempre, lia um livro enquanto aguardava o meu pedido quando de repente alguém parou bem a minha frente bloqueando o sol me obrigando a erguer a vista. Fui surpreendido por uma estotiante morena com incríveis olhos verdes, com longos cabelos negros, qualquer homem a notaria. Mas ela estava ali, plantada na minha frente.
- Posso sentar? - Perguntou ela com voz macia.
- ... Claro, por favor. - Respondi animado.
Elegantemente ela se sentou na cadeira a minha frente. Cruzou as belas pernas.
- Quer um café? - Perguntei.
- Não se preocupe, eu pedi.
- Ah. - Falei por fim.
Ela me avaliou e observou por longos segundos que pareceram anos. Mas não me deixei intimidar e devolvi seu olhar. Ela sorriu e disse:
- Eu sei quem é você.
Arqueei a sombrancelha surpreso.
- Ah é? E quem sou eu?
- Will, o prodígio. Da engenharia.- Falou sorrindo. - Parece que é o que se fala na universidade.
- Eu não sabia disso.
- Parece que não é todo dia que se uma pessoa ler sete livros por dia.
Eu ergui o livro que estava lendo, demonstrando, aquele era o quarto. - Sei. - Não me gabaria por nada, o que tem ler sete livros por dia? - Isso não é nada.
- Mas é claro que é! Eu levo no mínimo uma semana para ler um! E dizem que você contesta o Sr. Johnson, ninguém vai contra suas ideias. você.
- E qual curso você faz? - Desconversei.
- Publicidade.
Concordei com a cabeça sem saber o que dizer, e pecebi que as pessoas a nossa volta nos observavam curiosas, certamente atraídas pela beleza da bela morena.
- Desculpa, mas você não me disse seu nome. - Falei por fim.
- Ah! Eu é que me desculpo, me chamo Suzan. Suzan Liss.

Como Não se ApaixonarWhere stories live. Discover now