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No dia seguinte, chego atrasada à escola. Ótimo! Mas que bela professora sou eu. Cupa de Gisele que  escondeu meu maldito cardigan marrom.
- De jeito nenhum que vou deixar você usar essa coisa de novo! Argumenta Gisele - vou roubar todos eles enquanto você estiver dormindo e corta-los em pedacinhos. Encontrei meu cardingan marrom debaixo do coxão dela, que criativa.
- Caso não tenha percebido querida amiga, mas você acabou de contar seu plano maléfico. Ela ri.

Ao chegar, percebo que a minha vaga está ocupada. Por um BMW lustroso preto. Pensei que essas eram vagas somente para os professores. Mas eu não deveria me surpreender, ao ver o homem de cabelos dourados e de óculos escuros sair do carro! Mas que...catástrofe. Ele me viu. Se aproxima do meu carro e....
- Bom dia Srt. como vai a saia? Me lança aquele meio sorriso que faria qualquer uma suspirar, mas eu não.
- O caminhão de lixo já deve estar bem longe com ela Sr., percebo que o Sr. está na vaga errada, certo?
- Ah, me desculpe, mas não vi seu nome nela, aliás como é mesmo?  Oh ele quer jogar. Que seja.
- Nenhum que lhe diga respeito senhor. Então se me der licença vou procurar outra vaga, sem nomes. Piso no acelerador e não olho para trás.

Não volto a cruzar com o Sr. Simpatia de novo, graças aos céus, na hora do almoço me dirijo à um restaurante charmoso que fica bem próximo da escola para um almoço à sós, sem outros professores por perto, sem o professor beleza perfeitinho. A comida está boa, não tem muita gente no recinto, esta frio como sempre, mas os aquecedores fazem bem o seu trabalho. Estou quase no fim do meu prato que consiste em molho, batatas, e frango frito, quando ele entra no restaurante. Começo a me encolher tentando inultimente me esconder, ele caminha em direção ao balcão e conversa alegremente com a feliz ( até demais ) garçonete, parecem íntimos. E uma cena me vem a cabeça, eles juntos num campo num dia ensolarado.... Mas que idiota eu sou, preciso me concentrar em comer o mais rápido que puder e sair logo daqui.
Enfio uma imensa colherada de batata na boca enquanto alguém diz:
- Calma aí mocinha - ha não, mocinha não! Quero falar mas as batatas não deixam, oh Deus. Acho que...engasguei. Sr. Simpátia arregala os olhos e corre para me socorrer. Me dá tapas nas costas, e eu começo a tosir descontroladamente, meus olhos parecem saltar, ele bate com mais força e eu expilo um imenso pedaço de batata. Que nojo.
- Meu Deus, você quer morrer? Por que comer desse jeito? Fala num tom autoritário sem nenhum traço de preocupação. Ah ele está agindo como um educador que é, como se eu fosse uma criança fazendo bagunça.
- Eu estava bem, não foi nada. Me levanto e começo a pegar minha bolsa quando ele pega meu pulso.
- Não foi nada? Se não fosse por mim você estaria agora  em algum necrotério de algum hospital por aí. Seu toque é simples, mas me faz cabamlear, alguma coisa dentro de mim despertou, alguma coisa que estava profundamente adormecida, estremeço -  Então seja educada e agradeça.
- Tudo bem. Obrigada - puxo meu pulso do seu aperto - por, me ajudar. Agora preciso ir, meus alunos me aguardam.
- Espere tome uma água primeiro! Jane, traga uma água aqui por favor?
A garçonete, Jane, aparece quase que imediatamente com a água mas parece desepcionada ao me ver.
- Aqui, tome. E eu bebo quase todo o conteúdo da pequena garrafa.
- Obrigada.
- Então vamos?
- Para onde? Ah sim. Mas você não vai comer?
- Já comi. Ele me olha de um jeito diferente, fazendo-me corar. Sinto um estranho arrepio na coluna. Retomo o controle:
- O.k. então é melhor eu ir, sozinha. Adeus Sr. Simpática. Ops, eu falei mesmo isso em voz alta?
- Como é? Sim, acho que falei.
Saio apresada do restaurante, dando passos largos e rápidos em direção a escola.

Como Não se ApaixonarWhere stories live. Discover now