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Em tenho que arrumar um jeito de escapar daqui. Me sinto um gato no meio de cães raivosos. Já sei! Quando ela estiver distraída saio de fininho. E a hora é agora, ela está se esfregando no rapaz que acabou de conhecer, então aproveito e me espremo entre as pessoas me distanciando cada vez mais dela e me aproximando da saída. Mas de repente esbarro em alguém que derrama todo o conteúdo da sua bebida em cima dos meus seios. Meu casaco, onde deixei meu casaco?
- Oh me desculpe. Ele ergue o olhar, olha primeiro para meus seios e vai sobindo devagar até encontar meu olhar. Por reflexo levo meus braços para frente dos meus seios tentando cubri-los.
- Mas que coisa, você está me perseguindo é isso mesmo? Olha só o que você fez.
- Mas a culpa é sua, parecia estar se escondendo de alguém.

- Eu não estava O.K.? Saia da minha frente. O empurro e saio em busca de ar fresco. Que droga, está um frio torturante.
- Ei, você não trouxe um casaco? Está um frio danado aqui fora.
- Eu deixei lá dentro.
- Certo. Pegue o meu. Ele retira o seu e cobre meus ombros. Sinto-me imediatamente aquecida, mas essa blusa molhada....
- Vou leva-la em casa.
- Não precisa. Eu estou com minha amiga e...
- Ah por favor, eu acho que preciso me redimir.
- Eu realmente acho que não...
- Anda vamos, ou você vai congelar.
Como vim de carro com Gisele quer dizer que não tenho como voltar agora. Então é melhor eu ir com ele. Mas alguma coisa no meu cérebro diz que não. Ignoro.
- Ta bom, vamos.

Já estamos perto de casa, quando ele pergunta:
- Acho que já está na hora de você me dizer seu nome. Ele não tira os olhos do da direção. Motorista responsável.
- Isso foi uma pergunta?
- Entenda como quiser.
- Olhe Sr., não sei o que o senhor pretende, mas vou logo avisando que não vai funcionar.
- Mas o que? Eu só perguntei seu nome! Por acaso o meu é Jhack, Jhack Will. Olho do canto do olho para ele, ainda continua com o olho na estrada.
- Cassandra Verc.
- Belo nome senhorita. O que levou uma jovem professora como a senhorita a vir parar aqui no Alasca? - mas o que? Ele quer puxar assunto? Não gosto de conversar.
- O clima, a baixa densidade populacional...
- Percebo que a Srt. não gosta muito de gente.... - ehhhh até que enfim ele percebeu!
- Correto Sr. Will
- Então o que fazia numa boate?
Fico séria. Essa foi um soco no estômago.
- Não fui por que quis. Fui coagida. E eu não lhe devo satisfações da minha vida pessoal Sr. Will. Minha casa, céus! Nunca fiquei tão feliz em ve-la. Tiro o cinto de segurança rápido e abro a porta do carro. Saio, sei que deveria convida-lo para entrar mas não o faço. Não lhe darei esse gostinho.
- Obrigada pela carona.
- Precisando. Ele fica lá me olhando, e eu olhando para ele. Eu quebro o contato visual e começo a subir os poucos degraus da escada de minha casa, sentindo seu olhar me queimar. Olho para trás e ele ainda está lá me olhando. Entro depressa em casa e fecho a porta mais depressa ainda. Após cinco minutos ele vai embora. Vou para o meu quarto me deito e encaro o teto cinza. As horas passam, Gisele chega, acompanhada. Ouve-se risadinhas, gemidos, cama mexendo e depois um absoluto silêncio. E eu ainda não consegui dormir. São 03:41 min da manhã, o que há comigo? Olhos azuis me perturbam, mãos grandes me perseguem. Droga. O que é esse homem? É só um simples professor, de que mesmo? Parece que química, isso, química. Eu não posso ceder aos seus encantos. Não posso me apaixonar. Jurei isso.

Como Não se ApaixonarWhere stories live. Discover now