| Shit, Harry! |

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Durante a viagem admito que o que atravessava a minha mente não eram os melhores pensamentos. Pensava nos riscos que correra esta manhã o que ameaçava-me a comprar alguma coisa que acalmasse isto.

Mas tudo bem, não é muito importante uma vez que o período me deve chegar daqui a uns dias, aquela hemorragia não me deixou descansada. Acho que pode voltar a acontecer se eu não tiver cuidado comigo mesma.

Observo Harry risonho e as covinhas marcadas na sua cara enquanto fazia caretas a uma miúda por volta dos sete anos do outro lado dos bancos o que me fez sorrir devido as caretas que ele fazia. Eu acho que ele tem um amor enorme a crianças...

Seria um ótimo palhaço!

O meu telemóvel vibra e uma mensagem de Anabelle aparece no meu ecrã:

"Espero por ti em tua casa, surpresa!"

Que coisa, já vai começar a tripar por causa do Harry... Já sei que me vai atirar à cara que sabia que isto ia acontecer e que sabia que nós nos queríamos comer e depois vai questionar sobre tudo e eu vou mandá-la pastar, como sempre.

Depois de o Zayn lhe servir, agora tenho de a ouvir com as suas coisinhas.

Já sabia que eu ia ter de a aturar...

- O que se passa? - o Harry questiona quando observa a minha cara de tacho pregada ao telemóvel.

- A Ana, está em minha casa.

- Entrou pela janela? - ele arregá-la os olhos.

- Não! Nem toda a gente é anormal como tu! - atiro-lhe.

- Tu és... - ele lembra-me.

- Merda Harry, vai à merda... - digo e ele apenas se ri.

Assim que saímos do metro Harry começa a correr e eu esforço-me para o alcançar, idiota chapado olha para trás e vai contra uma miúda de cabelos pretos.

Que realmente eu preferia nem ver neste momento. Kim. Tinha mesmo de ser ela? Não podia ser sei lá... A Marge Simpson? Eu realmente iria preferir ver um desenho animado de cabelo alto e azul.

Os meus pensamentos são interrompidos quando a ervilha começa a falar.

- Harry, que bom ver-te! - ela diz.

- Nós não estávamos chateados? - ele questiona.

- Claro que não, eu fui bastante estúpida, olha a Ellen! - ela lamuria-se - Essa roupa fica-te mal. - ela diz.

Sim, a roupa da mãe do Harry, que era mais bonita do que aquela peruca preta que ela transportava no cimo da cabeça.

- Ninguém te pediu opinião Kimberley. - o Harry anuncia.

- Harry, pára de fingir que te importas com ela. - Kim diz - Toda a gente sabe que és bom demais para ela.

A Kim anuncia isto e o meu coração salta do sítio não sabendo lidar com as palavras dela.

Na verdade isto doeu mais do que eu mostro e limito-me a encolher-lhe os ombros enquanto Harry a manda para um sítio que ninguém gostaria de ser mandado e Kim limita-se a rir, na minha cara, enquanto eu finjo que está tudo bem.

Ao mesmo tempo que caminho lado a lado com Harry pelo passeio, um silêncio ocupa o nosso espaço e eu sinto vontade de lhe falar e dizer o que sinto mas mordo constantemente os lábios.

Não sei como me expressar e estou meia perdida nas palavras da Kim Possible a piranha comilona e o meu mundo pára quando os meus lábios se mexem e algumas palavras se escapam.

OUR DEMONS : hs (disponível também em livro)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora