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Subo as escadas até ao meu quarto, abro a porta e observo tudo à minha volta, está tudo espalhado desde pratos plásticos, batatas fritas, copos, cervejas...

O meu quarto era a segunda guerra mundial, ele está louco, possuído, completamente fora dele. Não acredito como é que ele foi capaz de tudo isto. Era o meu melhor amigo porra. Ele não devia ter sido capaz disto.

Vou precisar do Louis para me ajudar nesta porra toda. Ele conhecia o Edward tão bem como eu. Só espero que toda esta situação melhore.

Assim que agarro num dos pratos com batatas fritas observo uma folha amarrotada por baixo do mesmo, agarro-a e começo a ler para mim.

"Merda de vida, a Ellen lá para Amesterdão com o Harry e eu aqui. Nos jogos. Ele devia de aproveitar já que vai ser obrigado a estar com ela. Idiota."

Ele é maluco. É impossível que ele tenha escrito isto. Vou ter de guardar para depois ver melhor isto com Louis. Mas que fique longe de Ellen.

Dou por mim num pilha de nervos, ao observar a cama os almofadas, fazem lembrar os meus 2 anos.

- Mãe? - seguro-me na porta para aguentar o meu pequeno corpo.

A minha mãe deitada sobre os lençóis da minha cama, preparava-se com uma tesoura, para cortar o cabelo.

Ela observou-me e guardou-a dentro da primeira gaveta.

- Vem cá amor! - chamou.

Senti a baba escorrer-me pela boca e a minha tentativa de andar fez-me cair.

Fez-me observar alguns lençóis vermelhos debaixo da cama. Minha mãe socorreu o meu pequeno corpo do chão e elevou-me no ar.

Eu não me lembro promenorizadamente de tudo isto, em cada sessão de apoio a minha mãe levava-me para não ficar sozinho em casa e aí eu fui ouvindo várias coisas durante a minha vida. Era criança mas muita coisa sobre ela era transmitida e sempre fui muito observador. O que me permite ter boas notas e descobrir mais facilmente o que pretendo.

Lembro-me de ela não me deixar nunca pegar numa faca quando estava fora do alcance dela, quem partiu o meu bolo de 16 anos foi ela, ainda com medo que eu utilizasse a faca para outros fins. Ela sempre foi muito cuidadosa mas desde que a admitiram em hospital até hoje tenho vivido com o meu pai que trabalha por dois para nos sustentar. Não que eu seja pobre, o meu pai ganha imenso, mas agora que ganha tudo isso perdeu a felicidade.

E levou a minha com ele ou deixar-me sem qualquer atenção.

Agarro numa almofada e atiro-a contra o candeeiro, derrubando-o. O som dos estilhaços fazem os meus olhos dilatarem e sei que o pior está por vir.

Puxo a minha t-shirt e agarro numa bola de futebol debaixo da minha cama atirando-a contra o televisor.

Meu pai é rico, que compre outra, já o candeeiro, não preciso de luz, tudo o que eu preciso é do escuro e da Ellen.

Ouço a porta abrir-se e lá está ela, a pouca luz que corre pela janela do meu quarto consegue iluminar o suficiente e fazê-la mais bonita.

A cara de estúpida dela é que não está a combinar com o momento, mas isso são pormenores.

- Harry seu nabo! Olha o que fizes-te! - chama-me á atenção, preocupando-se.

Até ela se procura mais que o meu próprio padrasto.

- Repete isso Ellen, não sabes o quão bom é ouvir isso! - eu abraço-a, apertando-a.

- Não consigo ... respirar. - ela contorce-se.

- Ellen, não precisas... Não espera, claro que precisas. - eu largo-a e vejo-a debruçar-se sobre os joelhos - Santos caracóis, estás bem?

- Não! - ouço-a.

- Graças a Deus.

- Mas eu disse que não estava bem...

- Tu nunca estás bem! O que me deixa super feliz!

- Idiota quadrado. - ela revira os olhos. - Hoje não dormes comigo, não nessas condições.

- Eu posso dormir nu. - ele ri.

- Não estava a falar disso. - ela abana as mãos e ri-se - Assim, hum ...

- Lindo e maravilhoso? - junto-a ao meu corpo.

- Um porco lindo e maravilhoso? - ela ergue a sobrancelha.

- Sim. - beijo-a. - Acabámos isto em tua casa?

- O quê? Eu disse não, é não!

De certeza que é por eu estar despenteado...

OUR DEMONS : hs (disponível também em livro)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora