- Harry -
Porque é que ela tinha de me falar naquele tom? Já não me chegava o que eu estava a passar devido às merdas em que a minha mãe se mete?
Ela tem sido tão instável. Eu não posso simplesmente ter a bosta de uma vida normal em que, eu sou um rapaz normal que gosta de uma rapariga ainda mais normal e vou passear com os meus pais ate ao parque e como umas sandes e tal.
Isso é ter uma vida normal. Porque é que eu não posso ser assim? Foda-se!
Apego-me no telemóvel e observo três chamadas não atendidas de Kim.
O que é que esta quer agora?
Ligo-lhe de volta. Preciso de me distrair e posso sempre falar com ela porque ela não se importa. Nem eu.
- Olá? - ouço-a - Harry?
- Sim, sou eu Kim. - respondo.
- Então? Está tudo bem? - ouço a voz dela tremelicar.
- Passa essa parte comum à frente e diz-me o porquê de me telefonares.
- Só queria saber se estavas bem.
Apesar de ser mais falsa que o cabelo louro do Niall ao menos finge se importar.
- Yap. Estou bem. Era só isso?
- Bem, posso ir a tua casa? - ela questiona.
- Para quê? - questiono.
- Tipo, é sábado e eu não tenho nada para fazer e como me ligas-te acho que não estás ocupado. Logo... - interrompo-a.
- Desculpa, perdi-me no "Tipo" mas na boa, podes vir até cá... Só não sei como sabes onde eu moro. - penso na stalker desesperada que ela é.
- Eu vou aí, depois falámos sobre isso! - ouço-a arrebentar a pastilha elástica.
- Na boa. - suspiro e desligo o telemóvel.
Observo a imagem de fundo do meu telemóvel que ainda contem o Edward. Ele foi tão estúpido e macaco em falar de mim daquela maneira à Ellen. Estava a dar-me tão bem com ela e graças aquele grande filho de um camelo, não meu filho, mas de outro camelo qualquer.
Rio-me com os meus próprios pensamentos e fecho os olhos observando Ellen filmar-me a fazer o pequeno-almoço.
Consigo acreditar que é ela que mais me entende mas depois as suas palavras atacam-me como flechas fazendo-me fraco a palavra "caralho" percorre a minha cabeça e pergunto-me se desperdiçei os últimos tempos ao pé dela.
A pessoa risonha que ela era ao meu lado e a pessoa que se tornou em segundos em palco por a ter deixado. Não devia de o ter feito. Eu devia de ignorar a minha mãe e o meu pai e de me concentrar nela. Mas são tantos anos de más experiências que é impossível o facto de negar o que sinto.
E merda, como eu a amo. E agora ela quer-me fora da vida dela.
Queria vê-la feliz como quando a vejo a noite, como quando a vejo com as minhas t-shirts, como quando me abraça e por entre palavras estúpidas expressa-se de uma forma engraçada que me deixa babado com a miúda que tenho ao pé de mim. E eu do a queria ver bebada mais uma vez.
Oh, como eu queria vê-la desorientada e embriegada. Segurá-la nos braços e cuidar dela sem ela saber minimamente o que está a fazer. Ela é tão linda quando me pede beijinhos e a maneira de como me trata por ser um estúpido de um conas lamexas e faz-me sorrir saber que ela é com quem eu quero ter filhos. Com quem eu preciso de estar para me encontrar. E é só ela que me consegue fazer bem. O que me deixa completamente fodido a cada segundo que passa.
Estou chateado comigo mesmo por a ter magoado e a ter feito fazer esforçar-se tanto em frente a toda aquela gente, da maneira como sei que ela é consigo até imaginá-la a dizer palavrões mentalmente a tudo o que observa. E rio, volto a rir apenas em pensar nela.
E em segundos consigo abrir os olhos com o toque da campainha. Levanto-me e vou até à porta da entrada arrastando os meus pés descalços.
Abro a porta e deparo-me, de olhos miúdinhos por causa da falta de luz, com a Kim.
Que sorri que nem uma vaca depois de ter comido uma boa quantidade de erva.
- Olá Harry! - ela solta com um sorriso.
- Kim. - assinto com a cabeça e ela entra.
- Então? Que andas a fazer rapaz? - ela diz.
- A coçar o rabo, não vês? - digo no meio de um riso.
Ela dá uma gargalhada cínica.
- Quase tão engraçado como a elefanta da Ellen.
Elenfanta. Eu comparava-a mais depressa a um poste de electricidade por ser seca e alta e a Kim quer dar-lhe o emprego dela. Que é ser uma elefanta mal cagada.
- A Ellen? Elefanta? Coitada, quem lhe dera ter um pouco de barriga... - digo baixo mas em tom suficiente para a Kim ouvir.
- Ela é demasiado deformada. Mas não falemos nela. Tens algum filme?
- Tenho... Alguns filmes. Estão na casa do Ashton, ele gravou os mais recentes. - digo e retiro uma cerveja do frigorífico.
- E achas que podemos ir lá pedir-lhos? - ela diz.
- Se ele estiver em casa, a ouvir AC/DC a altos berros, com o palerma do Luke e que estejam frequentemente a discutirem. Aí sim, estão em casa e estão preparados para nos aturar! - digo e Kim abre já a porta de casa.
- Eles estão lá. - ela diz ouvindo AC/DC e mexendo-se que nem uma gazela. - Vamos lá?
Calço os chinelos de dedo junto da mesa da cozinha e acompanho Kim até casa dos palermas dos meus vizinhos. Espero que tenham um filme de jeito que se veja.
ESTÁ A LER
OUR DEMONS : hs (disponível também em livro)
Fanfiction"Eu tentei ajudar-te com os teus demónios, mas ao invés disso, eu acordei os meus." • 3º lugar em ficção de fãs {23.09.2015} ♡ • Livro já disponível: https://www.chiadoeditora.com/livraria/our-demons • Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=DjhSdR...