𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀

45. Namora comigo? 📚

Victor está apaixonado por mim.

Eu escutei. Eu me lembro. Ele disse, bem baixinho, enquanto estávamos na frente de casa, abraçados por conta do frio que eu sentia, quando eu falava com ele, sobre nosso relacionamento, como se fosse outra pessoa. Eu me lembro direitinho das suas palavras e ele confessou diversas coisas pra mim, como se estivesse falando sobre mim, para outra pessoa, como eu fazia. Acho que Victor não raciocinou que eu poderia me lembrar disso e eu lembrei de tudo perfeitamente, graças ao destino que insiste em nos juntar de novo.

Mas eu não entendi. Se Victor está apaixonado por mim e deu a entender que me quer de volta, porque anda me ignorando totalmente nesses últimos dias? Já tentei ir procurar ele e falar com ele, mas não o encontro em lugar nenhum na escola e se encontro, mal olha na minha cara e se eu pergunto alguma coisa, sem soar grosseira, ele me ignora e segue seu caminho, como se eu simplesmente não existisse. Não sei porque está fazendo isso, se no dia daquela festa, confessou que gostava de mim e que estava apaixonado por mim.

Nossos sentimentos se correspondem, então, andei pensando, por que não, fazer isso dar certo pra valer? Sem essa história idiota de acordo. Uma coisa real, uma coisa definitiva, fixa. Uma relação normal, sem ser de um acordo que Victor inventou. Tenho medo de ir atrás dele de novo, com expectativas de que podemos dar certo e acabar recebendo outro chute na bunda. Victor ama me dar chutes na bunda e agora que anda me ignorando, posso levar um bem mais forte e certeiro. Mas se eu levar, é pra nunca mais voltar e parar de insistir em nós dois.

Não sei o que faço.

Estou apaixonada por Victor e ele também está por mim, mas agora, estamos nos evitando e eu consigo sentir que essa separação nossa não está nos fazendo bem. Não vou conseguir esquecer esse cara tão cedo assim, por mais que eu tente e não sei o que ele está fazendo, para também tentar me esquecer e para seguirmos nossas vidas, assim como pedi. Victor pode não estar gostando dessa distância nossa, assim como eu também não estou gostando e ele confessou isso. Ele sente a minha falta, assim como eu sinto a sua e eu percebi isso, quando eu peguei ele me olhando na sua aula, fixamente e pela sua cara, eu notei que pensava em mim e em como estávamos no momento. Ele me olhava com certa tristeza. Talvez triste pela situação nossa.

Eu realmente não sei o que fazer.

Encaro o teto, decidindo tomar alguma atitude em relação a isso. Eu ainda quero aquele babaca, além de estar cada vez mais apaixonada por ele e se estar sentindo cada vez mais a sua falta, da sua companhia, das nossas conversas, das nossas saídas, das nossas noites juntos, aproveitando um o corpo do outro. Sinto falta, assim como tenho certeza de que ele também deve sentir. Fecho os olhos, querendo tomar uma decisão, antes que eu pense demais e não faça mais o que eu for escolher para minha vida. Tenho apenas duas opções.

1. Continuar do jeito que estar, tentar esquecer meu professor e o que tivemos e continuar seguindo minha vida e deixar que ele siga a dele também e não receber mais um chute na bunda.

2. Me levantar da cama, sair de casa agora, pedir um táxi e ir para casa do meu professor, confessar meus sentimentos a ele e tentar a chance de convencê-lo a dar uma chance a nós, ao nossos sentimentos e deixar toda essa distância nossa, que está nos afetando, acabar e assim podermos ficar juntos, mas com algo definitivo, sem essa de acordo.

Escolho a segunda opção.

Me levanto da cama, calçando meu tênis com pressa e procurando pelo meu celular. Corro para fora do quarto, descendo as escadas, quase pulando os degraus, sendo seguida por Mia. Abro e fecho a porta de casa, trancando ela e peço um táxi pelo celular, andando pela rua, com o coração a mil já. O táxi se aproxima de mim e eu balançando o braço, indicando ser sua próxima corrida. Entro no carro, passando o endereço a ele e mando que seja um pouco mais rápido. Fico olhando pela janela do carro, torcendo para que meus planos deem certo e que não tenha cometido outro erro.