28. Estranho 📚

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Apresso meus passos, depois de ver o horário no relógio, percebendo que estou um pouco atrasada. Corro pelos corredores, indo até a sala de aula, para assistir a primeira aula do dia, que é química. Entro na sala, atrás de um menino e dou sorte pela aula não ter começado ainda, para não receber um puxão de orelha do meu professor. Caminho até minha carteira, me sentando e optando por já me organizar para a aula, tirando meus materias de dentro da mochila.

Victor até então está de costas para todos nós, parecendo ler alguma coisa na folha que segura, pronto para escrever na lousa. Ouvindo as gargalhadas da turma do fundo, Victor se vira e encara todos eles, com seu olhar duro e repreensivo.

— A aula vai começar, então quero silêncio. Sentem todos nos seus lugares e sem conversa paralela. — mandou, lançando aquele olhar para todos da sala. Me remexo na carteira, em silêncio, voltando a me lembrar do acordo.

Não quero pensar sobre isso. Fiquei um pouco mal e não quero me desconcentrar na aula, porque sei que vai ser importante, assim como todas são. Começo a escrever no caderno o que passa na lousa, até que todos veem a palavra que se formou.

— Ah, não! Prova surpresa, não! — alguém reclamou e em seguida outro e mais outro.

— Por que prova surpresa? Ninguém quer saber disso, professor. — choramingou outro aluno, jogando a cabeça para trás.

— Quem não quer saber, é só sair da sala que fica com zero na prova. Não estou obrigando ninguém a fazer. — retrucou Victor, tão arrogante, que todos sentiram na pele o tapa na cara que esse aluno recebeu.

— Fala mais, idiota. — gargalhou outro menino, tirando sarro do que Victor retrucou. Eu, permaneço calada, esperando que me entregue a prova logo e a sala fique toda em silêncio.

Não estou afim de conversar e estou querendo ficar no meu canto agora. Confesso que a presença de Victor me afetou um pouco, justamente pelo o que não sai da minha cabeça ainda, em relação ao prazo do nosso acordo. Por mais que Carol tenha me aconselhado a curtir o momento, não quero pensar que um dia ele vai acabar. Estou gostando e não posso negar. Ter Victor me tratando com gentileza, sem sua grosseria e seu jeito duro, está sendo bom. Estou gostando de ser tratada assim por ele, que tanto me fez me sentir desconfortável e super sem graça. Ainda mais quando me retrucava, sendo que tentava ser gentil.

Meu primeiro namoro foi assim, com um menino de escola e ficamos tão bem e tanto tempo juntos, que acabei me apegando a ele e deu no nosso namoro, que durou apenas 7 meses. Ele se mudou e nunca mais nos vimos e foi difícil ter me separado dele, que me tratava com uma gentileza e respeito, que era incrível. Foi um pouco difícil, mas superei o que tivemos, graças a suposta traição que sofri e apartir daí nunca me interessei por mais ninguém. E é por isso que estava apostando em algo um pouco a mais nesse acordo, porque eu estou sentindo atração por ele e estou gostando do que está acontecendo entre a gente.

Mas vou seguir o que Carol disse. Vou aproveitar, até quando durar e não vou envolver sentimentos nenhum. É isso. Jurei isso e foi cumprir com isso.

....

Fui a última a guardar meu material. Pegando minha mochila e colocando nas costas, peguei a folha da minha prova e fui em direção a mesa do meu professor, para lhe entregar. Não fiz contato visual até então, mas não consegui resisti. Estendi minha folha em sua direção, que pegou e deixou junto com as demais provas.

— Está aí minha prova. — digo, me virando de costas para ele já, para sair dali e ir trocar de aula.

— Espere aí. — disse, pegando meu pulso e me segurando para não ir.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Where stories live. Discover now