23. Acordo 📚

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Acordo com uma claridade chata incomodando meus olhos e cubro meu rosto com o travesseiro, apenas querendo voltar a dormir. Mas não adianta. Eu desperto. Resmungo preguiçosa, tirando o travesseiro do rosto e encaro o quarto, levando um choque. Pulo da cama, não sabendo onde estou e começo a olhar para todos os lados, buscando alguém, mas não tem ninguém. Assustada, olho o quarto todo, não reconhecendo. Ai, meu Deus, onde eu estou?

Agarro o lençol no corpo e quando noto, estou nua. Completamente nua. Arregalo meus olhos, me assustando mais ainda com a situação e vejo meu vestido, junto com a minha calcinha no chão e só então eu lembro do que aconteceu. Ai meu Deus! Não, eu não posso ter feito isso. Não posso. Em meio a tanto pensamentos e lembranças da noite passada, uma dor de cabeça insuportável me atinge com tudo.

Eu preciso ir embora. Eu preciso ir urgentemente pra minha casa. Ai meu Deus! O que a minha mãe está pensando de mim agora? Onde está meu celular? Merda, merda, merda, merda.

Tiro o lençol de cima de mim, indo até minhas roupas, para sair o mais rápido possível daqui. A casa está em silêncio, então Victor não deve estar aqui. Ainda bem. Eu só quero ir pra casa. Coloquei meu vestido e peguei meus saltos do chão, abrindo a porta e correndo para fora do quarto. Penteio meu cabelo com as mãos, sabendo que está bagunçado e avisto a porta, querendo sair rapidamente por ela e nunca mais voltar. Quando estou prestes a abrir a porta e sumir por ela, vejo Victor saindo da cozinha, confuso e assutado por me ver acordada e a única coisa querendo fazer, é ir embora.

— Onde você vai?

— Eu vou pra casa. Não deveria estar aqui. — destravo a porta e abro ela para ir embora, mas ele segura meu braço e me vira para ele.

— Olha, eu só queria me desculpar pelo o que aconteceu entre a gente. Eu não queria ter feito nada disso ontem. Estava bêbado. Nunca que eu iria pra cama com você se estivesse sóbrio. — escutei tudo, calada, sentindo a culpa me surrar de tapas na cara. — Esqueça isso, está bem? Siga a sua vida normal e esqueça o que tivemos. Esqueça aquela maldita festa. Nunca aconteceu nada entre a gente. E cancele as aulas particulares. Só por favor, esqueça de tudo o que aconteceu e continue seguindo a sua vi... — interrompi ele, sentindo a raiva percorrer meu corpo.

— Qual o seu problema? — empurrei seu peito, fechando a porta do apartamento. — Qual a porra do seu problema, hein?

— Bárbara...

— Você por acaso acha que é fácil seguir normalmente a vida, depois de ficar me pegando com o meu professor em uma festa e depois ter ido pra cama com ele? — explodi de raiva, ignorando a dor de cabeça forte que sentia. — Qual a porra do seu problema? Acha que sou uma prostituta, que vem, transa com você e vai embora, como se nada tivesse acontecido? Se pensou isso, pensou errado!

— Bárbara, eu não quis...

— Pra você é fácil falar né, porque você é homem, assim como todos os outros! Você é um cafajeste, como todos os homens. Me usa, se aproveita de mim, me beija e agora transa comigo, depois me pede para eu seguir minha vida normalmente, como se nada tivesse acontecido? Vai se ferrar, seu babaca! — me separei dele, me virando e indo até a porta, para ir embora, mas ele me segura e me vira de novo.

— Por favor, não foi isso que eu quis dizer...

— Foi sim, seu babaca! — explodi, não conseguindo controlar a raiva. — Você me beija, depois pede pra eu esquecer, sendo super arrogante comigo. Eu tento esquecer e quando estou no meio do processo, você me beija de novo e me pede de novo para esquecer, sendo de novo arrogante, como se eu fosse uma garota qualquer. Agora, a gente transa e você me pede de novo para eu esquecer tudo e dá a atender que está me dispensando, como se eu fosse uma qualquer? Vai se ferrar, seu babaca! — me virei de novo para ir embora, mas ele me segurou.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Where stories live. Discover now