14. Boa aluna 📚

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Já estou mais do que acostumada com a minha rotina. Três vezes por semana, venho visitar o babaca do meu professor de química e tenho aulas particulares com ele. Nunca pensei que teria que fazer aulas particulares um dia, porque sempre fui uma aluna sortuda e estudiosa, mas desde que entrei no primeiro ano do ensino médio, as coisas dificultaram um pouco, mas logo peguei o ritmo da coisa. Agora, estar vindo três vezes na casa do meu professor, já virou um costume pra mim, que não imaginei passar.

A porta do apartamento de abriu, revelando o professor gostosão, como Carol diz e sou recebida por aquele olhar duro e sua falta de educação, ignorando meu cumprimento. Ele fechou a porta e eu me virei para ele, querendo um copo d'água. Fazia um calor ensolarado lá fora e aqui dentro está mais fresco, por conta do ar condicionado ligado, que tem perto da sala. Se virando e ficando de frente para mim, meu professor me olhou.

— O senhor pode me dar um copo d'água? — pedi, educadamente e sem dizer nada, se virou e foi em direção a cozinha, enquanto eu ia à sala, para me acomodar. Retirei tudo da mochila e quando fechava ela, Victor veio até mim, carregando o copo com água nas mãos e me entregou. — Obrigada. — agradeci, dando um longo gole na água. Segurei o copo com as duas mãos. — Está bem calor lá fora. — comentei, tentando puxar assunto.

Ele não responde de imediato.

— Não saí de casa ainda. Mas sinto que está quente. — ele falou da cozinha, com uma voz séria. Bati os dedos no copo com água ainda.

— O senhor não gosta de calor?

— Prefiro inverno. — respondeu, me deixando impressionada por responder sem demorar.

— Gosto do calor. Mas acho que prefiro inverno também. — disse a ele, não esperando resposta, mas ele respondeu, me impressiando mais por estarmos tendo um assunto diferente, sem ser sobre química.

— Inverno tem suas vantagens. Não vejo a hora de chagar inverno e sair do verão. — ele disse, me fazendo pensar o mesmo.

— Gosta de brincar na neve? — tentei brincar, mas sua resposta foi dura demais para fazer outra brincadeira.

— Não sou criança.

Ok...

Ele voltou para a sala, secando suas mãos na lateral do short e veio até mim, se sentando ao meu lado do sofá. Me distanciei dele, mesmo estando em uma distância considerada e boa e me ajeitei no sofá, colocando a copo de água que terminei de tomar em cima da mesina de centro. Comecei a abrir meus cadernos, livros e estojo, até que pensei em puxar assunto de novo.

— Fui bem no teste surpresa que o senhor deu.

— Não era um teste surpresa. — retrucou, sem me olhar.

— Mas nos pegou de surpresa. Ninguém esperava um teste no dia seguinte. — constatei e ele não disse nada. — Acho que nunca tirei uma nota tão alta em química como aquele oito.

— Você estudou e está estudando todos os dias, pelo que me conta. — diz. — Quem estuda, se dá bem. Você se deu bem, porque se dedicou e estudou.

Umideco os lábios, querendo perguntar o motivo dele ter me dado a matéria que ia cair na prova, porque querendo ou não, uma pequena parte de mim acha injusto o que ele fez, de me passar a resposta. Foi injusto, pra mim. Mas Carol está certa, assim como ele. Eu estudei e me dei bem na prova. Me esforcei e acreditei cem porcento no que me falou, de matéria que ia cair na prova. Então, eu acho que foi merecido a nota que eu tirei.

— Passei a noite inteira estudando aquele dia. — falei. — Vim revisando no caminho da escola.

— Seu esforço foi merecido. Isso me faz perceber que as aulas estão te ajudando e que está conseguindo ir bem na minha matéria.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Where stories live. Discover now