09. Namorada 📚

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A academia estava lotada quando chegamos. Viemos mais cedo, porque mais tarde Carol ia sair com os pais e queria cumprir sua promessa de vir à academia. Como sempre, estou junto com ela nas suas loucuras. Estou impressionada dela estar seguindo firme nessa rotina de academia. Carol nunca foi fã de exercícios físicos e quando disse que começa ir na academia, duvidei bastante que aguentaria ficar.

E aqui estamos nós, na sua segunda semana firme de academia. Sempre que chega no outro dia, depois de fazer exercícios, diz que seu corpo está todo dolorido e que deve pegar mais leve nos pesos. Eu, não digo nada, porque ela sempre muda de ideia. Mesmo eu não tendo a vontade de emagrecer, mesmo eu já sendo bem magra, faço alguns exercícios leves, apenas para ganhar um pouquinho de massa muscular, porque estou precisando. Sou fraca demais. E leve demais. Já que estou vindo uma vez na semana na academia, vou tentar ganhar um pouco de massa muscular.

Carol disse que não viu resultado ainda em seu peso, que nem é em excesso e disse que deveria vir mais vezes na semana e ficar mais tempo treinando. Novamente, eu não opnei em nada. Vou deixar essa loucura que entrou na cabeça dela, de que precisa emagrecer, para ela resolver. Minha boca fica fechada. Carol e eu fomos até os aparelhos e como sempre, comecei na esteira. Não costumava ficar muito tempo na esteira e nem em velocidade alta, então seria assim mais uma vez.

Com 10 minutos andando da esteira, peguei minha garrafinha de água e tomei uns bons goles, sentindo minha garganta secar. Carol estava perto, puxando um peso que supus não ser muito.

- Será que o professor gostosão tá aqui? - Carol disse, me dando um sorriso malicioso, na qual ignorei, revirando os olhos.

- Não começa.

- Imagina ele também ter decidido vir essa hora na academia? Que coincidência grande que seria.

- Para de dizer essas coisas. - pedi, cansada das suas provocações. - Ele não está aqui. - torci.

Antes não era assim. Agora que ele é meu professor particular, além de ser meu professor na escola, fica me provocando e me irritando com isso. Às vezes tenho vontade de jogar alguma coisa nela, de tanto que me irrita com esse assunto.

- Ou será que sim? - mudou seu sorriso, fazendo ele ficar irônico e malvado. Bufei, virando o rosto para ela e olhando reto. - Tá legal. O destino não é tão certeiro assim.

- Que destino, garota? - virei o rosto em sua direção, com uma cara indignada. - Tá doida? - ela deu de ombros, voltando a se concentrar no peso.

- Vai que exista um destino entre vocês dois.

- Não tem destino nenhum entre a gente. - murmurei, com os dentes cerrados. - Para com isso. Ele é meu professor.

- E que professor, hein. - Carol piscou um olho na minha direção e virei a cara pra ela, evitando-a. - Gatinho ele.

Será que ela não se lembra que ele namora? Que tem dona e que pertence a alguém? Por que se lembrasse, não ia ficar falando essas coisas absurdas sobre mim e meu professor. Carol é impossível em certos pontos. Diminui a velocidade da esteira, querendo descansar um pouco e bebi o resto da minha água. Com a garrafinha vazia, decido esperar meu tempo na esteira ser completo para ir encher minha garrafinha.

- Onde você vai? - Carol me perguntou, me vendo desligar a esteira e sair de cima dela, com minha garrafinha em mãos.

- Encher a garrafa.

- Enche a minha também. - pegou sua garrafa do chão, ao seu lado e me entregou.

Saí dali, indo em direção ao bebedouro e vi uma mulher enchendo a garrafinha, então esperei ela. Abri a boca da minha e comecei enche-la de água. Fiquei cantarolando baixo, para distrair enquanto a garrafa era enchida e quando terminou de encher, tampo a garrafa e troco para encher a de Carol. Aperto o botão para encher e olho para os lados, vendo as pessoas em cada aparelho se exercitando. A maioria é bem musculosa já. Virei a cabeça para outro lado, quando me assusto, me fazendo saltar para trás e arregalar os olhos.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Onde as histórias ganham vida. Descobre agora