12. Prova surpresa 📚

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— Ei! Vocês não vão acordar não? — Bryan falou alto, fazendo eu me assustar, junto de Carol. — Estão atrasadas pra escola, sabia?

— Que horas são? — Carol perguntou.

— Falta menos de 15 minutos para sairmos de casa.

Assim que Bryan terminou de falar, Carol e eu pulamos para fora da cama, pegando nossos celulares e verificando o horário. Merda. Estávamos mesmo atrasadas. Bryan não estava blefando.  Carol foi disparada para o chuveiro, enquanto eu fui para outro banheiro que estava livre e entrei debaixo do chuveiro sem pensar duas vezes. Nos apressamos em nos vestir e Carol parecia mais perdida que eu, não lembrando onde tinha colocado seu uniforme.

Terminamos de nos arrumar e faltavam 2 minutos para sairmos. Bryan apareceu no quarto, dizendo que tia Grace já iria sair de casa. Carol e eu nos apressamos em arrumar nosso cabelo e então disparamos para fora do quarto, com nossas mochilas no ombro. Carol e eu nos empolgamos de novo na série e dormirmos tarde. Não podemos mais dormir juntas. Sempre acontece isso. E o pior de tudo, é que eu estava atrasada para a aula do meu professor babaca. Victor não ia me deixar entrar na sala. Ele já avisou que não ia me deixar entrar na próxima vez que eu estivesse atrasada.

E dessa vez, eu não ia achar ruim. Nem deveria. Ele estava certo. Era uma falta de responsabilidade minha. Do jeito que ele é, com certeza vai me deixar para fora da sala. Tenho que rezar para ele estar de bom humor e me deixar entrar, porque estou achando que não vou conseguir escapar. Estou até imaginando o sermão que vou levar.

A mãe de Carol mal estacionou na frente da escola, quando pulamos para fora do carro, correndo para dentro da escola. Carol e eu nos dividimos no meio do caminho, porque a sala de cada uma é dos lados opostos, então cada um foi para o lado aposto. Verifiquei meu celular do bolso da calça jens, vendo que eu já estava, de fato, atrasada. Corri mais rápido, na tentativa de não ficar para fora da sala e quando cheguei no meu corredor, abri a porta desesperadamente, recebendo o olhar de todos da sala.

— Professor, perdão pelo atrasado. — disse, antes que meu professor falasse alguma coisa. — Perdão mesmo. Perdi o horário. — me explico, torcendo para que aceite minhas desculpas.

— Tudo bem. — falou, depois de hesitar um breve momento, se virando de costas para mim e voltando a escrever no quadro. — Pode entrar.

— Obrigada. — suspirei em alívio.

— Por que o senhor deixou ela entrar? — um aluno questionou, revoltado. Todos olharam para ele, enquanto permaneci parada na porta. — O Rick também chegou atrasado e o senhor falou para ele entrar na segunda aula.

— A diferença... — Victor se virou, em direção ao meu colega de turma, enquanto eu permanecia parada na porta. — É que ela estuda. — apontou para mim. — Já seu amigo, não. Então acha que ele se importou de ficar pra fora? — Victor perguntou, fazendo todos na sala ficarem quietos. — Vá sentar, Srta. Carter.

Surpresa, fecho a porta e caminho até minha carteira. Por que ele me deixou entrar? Victor disse que não ia me deixar entrar de novo. Será que, pela primeira vez, ele estava de coração bom? Pela primeira vez, ele teve uma compaixão em sua vida? Ou só me deixou entrar porque sabe que estou me esforçando em sua matéria? Que seja. Tenho que agradecer ele muito depois. Me sentei na carteira, retirando apressadamente meu material de dentro da mochila e vendo ao mesmo tempo o que o professor escrevia na lousa.

Maravilha. Matéria nova.

Comecei a copiar o que o professor escrevia na lousa, percebendo o bicho de sete cabeças que se formava com a nova fórmula que íamos aprender. Preferia quando química não envolvia cálculos, que era mais simples do que agora. Devia ter aproveitado a época da química no meu primeiro ano, porque agora está se formando um bicho de oito cabeças. Não sei como alguém consegue gostar de química e sente vontade de cursar ela.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Where stories live. Discover now