𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀

02. Número 📚

Me despeço da minha mãe e saio de casa, pegando meu caminho de todos os dias, para ir à escola. É sempre uma boa caminhada que faço, indo para a escola. Uma caminhada matinal, eu diria. Vejo a movimentação na frente da escola, os alunos chegando e procuro por Carol, mas nada dela, então deduzo que já tenha chego e que já esteja dentro da escola.

Procuro por ela pelo pátio, até que a vejo sentada no chão, perto de uma árvore, mexendo no celular e ouvindo música. Me aproximo, escutando-a cantarolar a música e quando nota minha presença, ergue a cabeça e sorri.

— Oi.

— Oi. — me sento ao seu lado. — Escutando o quê?

— Umas músicas novas que adicionei na minha playlist. — volta a mexer no celular.

— Vou conversar com o professor hoje. — digo a ela, que me olha.

— Sua mãe gostou da ideia?

— Sim. Ela disse que pode ser bom pra mim.

— E vai.

— Diz isso, porque não é você que pode passar algumas horas com o professor mais babaca que existe. — ela ri, enquanto olho para o nada.

— Pode não ser tão ruim assim. — viro a cabeça.

— Eu detesto ele, Carol. E ficar com ele, no mesmo ambiente, enquanto estudamos juntos, vai ser a pior coisa do mundo. — Carol mexe os olhos, olhando para a frente, igual eu.

— Ah, mas vai que...

— Ele é um babaca. Não vai mudar fora da sala se aula.

— Talvez mude.

— Não vai. — garanti, firme. Isso com certeza não vai acontecer. Victor é um babaca, fora e dentro da sala de aula.

Carol insistiu no assunto e agradeci mentalmente, por ver Lucas chegando, fazendo ela parar com o assunto. Ele sorriu para nós, de jeito alegre e se aproximou.

— Eai, meninas.

— Eai. — Carol e eu dissemos juntas. — Por que faltou segunda e ontem? — Carol perguntou.

— Desfazendo a mudança.

— Ainda?

— Sim. É demorado, sabia? — Carol deu de ombros.

— Ainda bem que eu nunca me mudei.

— Temos sortes, então? — eu disse.

— Muita. Agradeçam, de não estarem desempacotando caixas e mais caixas. E pior, estarem arrumando tudo de novo.

— Tá. Agora, mudando se assunto, preciso comprar roupa.

— Sério isso? — falo rindo.

— Sim. Tô com pouca roupa.

— Carol, você comprou roupa há duas semanas.

Carol tem um leve descontrole e ambição quando o assunto é roupa. Ela já tem um guarda roupa enorme e quer cada vez mais comprar mais roupas. Descontrole eu diria? Talvez. Mas não a julgo, também gosto, só que não tanto quando ela.

— Eu sei! Só que eu quero comprar uma blusinha que combine com um short meu.

— Precisa urgentemente disso? — Lucas disse.

— Talvez. Acho que sim. — dou risada, junto de Lucas. — Não ri! — dá um tapa no meu braço.

— Tá bom. — paro de dar risada, pegando o celular no bolso. — Vamos? Já está quase na hora da primeira aula. — digo, me levantando e pegando a mochila.