15. Vontade 📚

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Hoje tenho aula de química. Segunda-feira já é ruim, imagina começar a semana tendo uma matéria terrível igual essa? Ninguém merece. E o pior, é nas duas primeiras aulas. Hoje não estou com o clima nenhum de ficar em uma aula de química. Está chovendo, frio e nublado e isso faz o dia ser mais desanimador possível. A maioria dos alunos estão assim. Todos desanimados. Cheguei atrasada dessa vez e quase nem tive tempo de conversar com meus amigos e preparar meu psicológico para hoje, quando tive que ir direto para a sala do professor babaca.

No caminho, passava pela sala dos professores e quando dobrei a esquina, para entrar em outro corredor e seguir meu caminho, bati com força contra um corpo duro e grande, que me fez bater a cabeça em um peito musculoso. Tropecei para trás, de olhos fechados por conta do impacto ainda e jurei que ia perder o equilíbrio, mas me segurei na parede e me enquilibrei de novo. Massageio minha têmpora, por conta do impacto e abro olhos, para ver quem era o aluno em quem trombei.

Puta merda.

Dei um pulo para trás, assustada e encarei meu professor, tendo aqueles olhos de mel focados nos meus, tão fixamente. Meu coração chegou a acelerar mais rápido e comecei a respirar com dificuldade. Continuei com os olhos arregalados, não parando de encarar meu professor de química.

— Você está bem? — ele perguntou, depois de tussir e se recompor. Victor endireitou o corpo e ajeitou a blusa azul escura que usava de frio. Era um sueter fino, que combinou muito com ele.

Minha garganta secou, quando notei o quanto ele ficava muito estiloso de roupa de frio. Ele segurava uma pequena pilha de livros e a manga da blusa estava um pouco levantada, mostrando seu antebraço e as tatuagens que tinha no lado esquerdo. Ergui o olhar de novo e notei que estávamos muito perto um do outro. Não tanto, mas estávamos. Conseguia sentir o final da sua respiração batendo em meu rosto. Encarei seus lábios. Me senti mais nervosa. Eles pareciam ser bons em provar. Pareciam ser macios. Céus, eu queria tanto provar seus lábios. Queria tanto puxar ele contra mim e...

Pisquei, sem parar e abaixei a cabeça, tendo total consciência do que acabei de pensar. Dei um passo para trás, tocando minha cabeça, onde tinha batido com mais força contra seu peito. Eu não deveria ter pensado esses tipos de coisas. Ele namora. É comprometido, caramba. Isso é proibido. Não posso sentir vontade de beijar meu professor e o mais babaca deles. Isso é completamente errado.

— Estou bem, professor. — respondi, depois de engolir em seco, chegando doer a garganta. — Desculpa. — ergui de novo a cabeça e encarei seus olhos, que agora me chamavam muito atenção. Ele tinha olhos bonitos, mesmo não sendo uma cor exuberante. — Não vi o senhor.

— Tudo bem. Agora vá para a sala. — ele mandou. — Já chego lá. — disse, antes de sair da minha frente e virar o corredor.

Suspirei, tão alto e longo, que alguém poderia ter ouvido. O corredor estava vazio. Não tinha nenhum aluno. E eu ainda estava atrasada. Me recompondo, esquecendo o acabei de pensar, em querer beijar meu professor comprometido, segui meu caminho e fui para a sala, sabendo que logo ele chegaria. Acelerei meus passos, para chegar mais rápido. Entrei na sala, indo direto para meu lugar e me sentei ali, optando por tirar meus materias da mochila. O professor entrou na sala, dando seu bom dia seco a todos e foi em direção à mesa. Olhei pra ele, que me ignorava, lembrando de termos nos trombado no corredor por acaso.

Ele é bem fortinho, né? Não tinha mais encontrado ele com a namorada na academia e sempre ia com Carol, pensando se iria ver meu professor marombeiro de novo, mas nunca mais o vi. Talvez ele tenha mudado sua rotina de treino ou horário. Ainda continuava indo com Carol todas as sextas e era acho que rotina ele ir no mesmo dia e mesmo horário, mas depois do meu terceiro dia na academia, nunca mais o vi. Até pensei por um segundo em perguntar a ele o que tinha acontecido e se ia voltar a treinar. Mas imediatamente pensei o contrário e briguei comigo mesma por ter pensado uma loucura dessas.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Where stories live. Discover now