07. Parabéns 📚

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Ao entrar na sala, vejo meu lindo e maravilhoso professor de química, que tanto amo, já escrevendo a matéria na lousa. O alunos mal entraram e se ajeitaram e ele já está passando a matéria. Sem perder tempo para xinga-lo, vou até uma carteira e me sento, retirando meus materiais de dentro da mochila, para começar a copiar a matéria.

Todos estão copiando o quadro, quando sinto minha cara murchar, vendo que ele está passando uma conta nova na lousa e explicando o passo a passo para resolver ela, mesmo ninguém sabendo como faz. Depois de escrever, Victor se senta na mesa e começa a fazer a chamada. Já disse que detesto ser uma das primeiras? Não poderia ser uma das últimas a responder à chamada? Não, porque nada é como a gente quer.

Com a chamada feita, meu professor organiza sua mesa e dá o tempo para terminarmos de copiar a lousa, para poder explicar a maldita conta nova que vamos aprender. Bom, os demais alunos vão, eu, como sempre, vou ficar boiando e tentando adivinhar como resolve, mentalmente. Com o quadro copiado no caderno, observo Victor, que olha para o relógio e diz aos alunos que eles têm 2 minutos para copiar o que está escrito na lousa.

Quando enfim esse tempo acabada, ele vai até a lousa e escreve uma fórmula, a mesma que deu no exemplo, que está escrito na lousa e começa a dizer o valor das fórmulas, sabendo todas de cor. Penso, em como deve ter sido difícil decorar as fórmulas, os valores delas e como soma cada uma. Professores de química deveriam ganhar troféu, por saberem a matéria.

Explicando, passo a passo a conta e as fórmulas, me obrigo a prestar atenção e tentar, pelo menos, decorar alguma coisa. Mas toda hora, meu cérebro me desfoca, dizendo para mim mesmo, que sou burra demais para entender algo. Com a conta explicada, fico, como todas vezes, boiando, sem entender absolutamente nada.

— Alguma dúvida? — meu professor pergunta, olhando para todos da sala, em exceto, eu.

— Eu, professor. — ergo a mão, envergonhada, por ser a única a responder sua pergunta.

A sala toda ri. Me encolhi na carteira, sentindo a vergonha bater, junto da falta de inteligência. Sou uma negação mesmo.

— O que não entendeu, Srta. Carter?

— Tudo.

A sala ri de novo, achando que eu estava sendo irônica, mas não. Victor lança um olhar de repreensão para todos e volta a explicar todo o processo da conta, somente para mim, eu acho. Tento, de todas as formas, entender e quando acho que entendi, respondendo à sua pergunta com um sim, de que tinha entendido. O professor diz que vai passar alguns exercícios na lousa, para praticarmos e começo a copiar tudo, já começando a esquecer como se começa a fazer a conta.

Com 2 exercícios passados na lousa e copiados no caderno, o professor começa a ir de carteira em carteira, tirando algumas dúvidas simples e básicas dos alunos, sobre as contas. Eu, encaro a lousa, tentando lembrar de como começa e decido escrever, quando sinto uma luz se iluminar na minha cabeça. Olhando milhares de vezes para a lousa, onde tem as fórmulas e as contas, vou tentando resolve-las, sem precisar de ajuda. Quando termino, ergo a mão e chamo pelo professor.

— Terminei uma. — digo, fazendo o professor vir até mim. Mostro meu caderno a ele, que analisa.

— O que você fez aqui? — ele reclama, franzindo a testa, não parecendo entender o que fiz no caderno. Meu sorriso esperançoso e minha esperança que sentia, de ter conseguido fazer, pelo menos metade da conta, foi para o saco. — Está tudo errado. Refaça tudo. — me entregou o caderno.

— Tudo? — digo, decepcionada.

— Tudo. — afirmou, saindo de perto e me fazendo gemer de frustração, apagando tudo no caderno.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀Where stories live. Discover now