𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 𝐁𝐀𝐁𝐀𝐂𝐀

25. Dia de azar 📚

Acho que nunca me senti anciosa para ver uma pessoa, como fiquei a semana inteira praticamente, querendo ter notícias de Victor.

Ele não apareceu na escola, no dia que dava aula para mim e uma professora horrível e chata entrou no seu lugar e deu aula para nós. Quis saber o motivo por Victor ter faltado, porque é a primeira vez que falta na escola, então penso que deve ser por motivos pessoais. Não consegui ir na aula particular nossa, que acontece nas terças-feiras, pelo fato da minha mãe ter ido para outra cidade resolver uns assuntos dela e eu tive que ir com ela, porque eu queria também, aproveitar um momento assim com ela, de fazer algo. Tivemos uma mini tarde de compras e eu confesso que adorei, mesmo que tenha sido uma coisa rápida.

Prezo por momentos assim com a minha mãe, pelo fato se não termos momentos juntas mais tão recentes e só de vez em quando, o que também posso chamar de raro.

Estou agora me arrumando para a aula particular de hoje, penúltima da semana, prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo, por estar fazendo calor hoje. Acho que estou animada por ver Victor, porque será a primeira vez que vamos nos ver e ficar a sós, depois do acordo que fizemos. Quero ver o que vai acontecer, como vai ser a nossa relação agora, se alguma coisa mudou ou não. Acho que esse é o real motivo por eu estar animada para ter uma aula particular com meu professor.

Sinceramente, não sei e nem faço ideia do que vai acontecer, apartir do momento que eu apertar a campainha do seu apartamento, avisando que cheguei. Não sei como vai me tratar, depois do nosso acordo. Não contei a ninguém isso e não quero contar, assim como prometi a ele e quero cumprir a promessa. Vendo as horas no celular, vejo que já é hora de ir. Chamo por um táxi no aplicativo, que por sorte está próximo do meu endereço e pego minha mochila, saindo do quarto e descendo as escadas. Avisto o táxi vindo e espero parar para que eu possa entrar. Dou o endereço ao taxista e ele começa a dirigir até o endereço do prédio de Victor.

Entro no prédio, depois de pagar a corrida ao taxista e caminho em direção ao hall, para pegar o elevador e subir. As portas do elevador se abrem e eu saio, indo em direção ao apartamento de Victor, como todas às vezes. Ao ficar de frente com a porta, uma sensação de frio na barriga aparece e começo a me sentir nervosa. Não é pouco nervosismo e sim muito, pelo fato de que eu não sei o que vai acontecer, depois que ele abrir a porta e nos encararmos, pela primeira vez depois do nosso acordo, aqui na sua casa, sozinhos.

No dia da sorveteria não consegui conversar com ele direito, por estar ocupado e não deu tanta atenção pra mim, então não deu nada certo e só piorou, quando Bryan apareceu. Quis morrer de vergonha o dia todo ao lembrar da cena. Também era isso que me deixava preocupada. Victor não me respondeu quando pedi desculpas pelo o que Bryan disse, só visualizou as mensagens. Não sei se está bravo comigo, irritado ou qualquer coisa do tipo, depois do acontecido da sorveteria, então espero muito que esteja tudo bem entre nós depois disso.

Suspirando e aceitando encarar o que me espera, aperto a campainha. Pela primeira vez, parece demorar uma eternidade para vir me atender, que até penso em tocar de novo a campainha, para ter certeza de que eu cheguei. Escuto a porta ser destrancada. O nervosismo aumenta e meu coração dispara, quando Victor abre a porta. Viro a cabeça, para sua direção, depois de ter olhado para os dois lados, tentando me acalmar de tudo. Nos olhamos, sem dizer nada, até que para acalmar meus nervos, decido cumprimentá-lo.

— Oi.

— Oi. — pigarreia, colocando a mão na boca e abre espaço para eu entrar. Passo pela porta, de cabeça baixa, não querendo encarar seus olhos tão rápido assim.

Deixo minha mochila no sofá, me virando para ele, que começou a recolher seus materiais de trabalho da mesa de jantar, guardando algumas folhas dentro de uma pasta. Me aproximo, para ver o que é e para puxar assunto, querendo ter a sorte de estar tudo bem entre nós.