Estamos juntas.

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Aviso de conteúdo sensível: Insinuações a sexo e cenas de sexo explícitas.

— Não fique triste, meu amor. — Flora falou comovida com Serena que mexia em seu pé de tomate. Ele agora não tinha mais folhas vibrantes e não dava mais frutos, havia murchado um pouco e a morena quando o viu naquele estado automáticamente desanimou. — Ele vai viver novamente, só precisamos ter paciência.

— Ele estava tão bonito... — Disse cabisbaixa mexendo nas terras um pouco úmidas. — Será que ele escutou o que falei mesmo de longe? — Se referia a quando comentou que não gostava tanto de tomates.

Flora pendeu a cabeça para o lado, sua esposa agora parecia uma criança desolada que procurava um porquê da sua planta ter murchado, puxando totalmente a culpa para si. Não tinha como negar, era culpa de Serena sim, o tomateiro deveria ser regado todos os dias devidamente e provavelmente ela não havia se atentado a isso, ele não morreu porque a moça havia falado que não gostava tanto dos frutos e sim pela falta de cuidado. Mas decidiu adotar um tom infantil também.

— Ah meu amor, claro que não. — Flora negou ajudando a esposa a arrumar a planta. — Ele só precisa de mais água, não desista dele. — Incentivou a mulher.

— Será? Está tão murcho. — Constatou em desânimo, as folhas estavam secas demais.

— Continue regando, você verá que ele irá reviver e te dará bons frutos. — Não era atoa que Flora tinha esse nome, sua mãe era apaixonada por flores e plantas, a ruiva havia sido ensinada sobre o assunto desde muito pequena, Zoraída dominava a área.

— Mas não seria melhor deixar ele ter o descanso dele e plantar outro? — Ela sussurrou como se o tomateiro fosse capaz de ouvi-la. — Com todo respeito, tá bom? — Direcionou a planta que estava a sua frente. A esposa da morena segurou o riso, contendo-se e achando tudo muito adorável.

— Confie no que digo e não desista independente do tempo que passe, não deixe de regar. — Flora sabia do que falava, poderia demorar, mas ele viveria outra vez. — Vai ficar tudo bem, amor.

— Amor... — Flora chamou arrastadamente lançando um olhar convidativo para Serena que estava do outro lado da sala.

— Sim? — Questionou insegura ao ver o sorriso que já conhecia aparecer naquele rosto, a ruiva se abanava com as mãos, tinha as bochechas ruborizadas e gotículas de suor na nuca, trajava apenas uma blusa de botão que era de Serena e passava das suas coxas, totalmente desabotoada.

— Venha aqui. — Pediu parando perto do colchão que tinha no chão.

— Temos que ir embora. — A morena tomou um caminho mais racional.

— Mas já? — A ruiva expressou desânimo, ainda abandando-se, tinha feito um coque justamente para refrescar a nuca.

— Sim, você disse que precisava chegar cedo em casa... O sol está caindo. — Alertou apontando para a janela e depois observou a mulher pálida. — Quanto calor, não? — Se referiu a ela que estava um pouquinho suada e agitada.

Flora passou a passear pela casa fechando janela por janela e cortina por cortina, deixando tudo absolutamente escuro a ponto de só conseguirem ver os vultos e as sombras dos móveis.

Para Serena havia sido uma surpresa esse comportamento de última hora, tinha sido um dia cansativo demais, pois haviam plantado flores pelo jardim da frente inteiro e arrumado as plantas que davam frutos no quintal, Flora normalmente seria a primeira que iria querer se deitar e dormir, havia se esforçado demais. Um pico de energia ou excitação naquele momento era surpreendente.

Cartas para Flora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now