Te procuro.

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Por onde quer que eu ande

Aonde quer que eu olhe

Nada afasta essa lembrança de você

Tem vezes que eu canto

Pra ver se você volta

É impossível

Eu não consigo esquecer...

Serena estava encostada no único poste qua tinha no centro do vilarejo, bem no meio do círculo, que poderia ser visto por todos os moradores, esperava por Lucian e a sua futura noiva.

Estava trajada com uma blusa folgada que deixava todo seu abdômen liso amostra, uma saia cintura baixa e algumas correntes de ouro no quadril, tinha argolas nos braços e nas orelhas, muito bem vestida assim como sua mãe havia pedido.

Nesse momento Flora saiu de casa com a cabeça baixa, não queria que ninguém visse o hematoma em seu rosto, e se sentou na escada para tomar seu sol enquanto costurava, como de costume, acabou não notando a presença da morena... Mas as orbes cor de mel alcançaram e analisaram o corpo da ruiva nervosamente, a sua vontade de se aproximar era intensa, mas não o fez, continuou ali tentando se acalmar.

De longe, Serena viu Lucian andando com uma mulher e à medida em que eles se aproximavam a visão ia ficando mais nítida, o que fez a morena arregalar seus olhos em surpresa por identificar quem era.

Eu já fiz de tudo

Já te pus pra fora

E ainda te procuro

Eu te procuro toda hora...

Seu primo estava barbudo, tinha o cabelo baixo e os dedos lotados de anéis grossos de ouro, mas o que lhe chamava a atenção mesmo era a moça ao seu lado, que vestia um vestido colado no corpo que demarcava bem todas as suas curvas e usava uma corrente de ouro no pescoço, os cabelos cacheados pretos e grandes... E aquele olhar, aqueles olhos escuros cheios de indecência, ainda que estivesse prestes a se casar... Serena a conhecia, muito bem.

— Maria!? — Questionou em surpresa com um sorriso enorme do rosto. — Não me diga. — Negou com a cabeça. — Então você será a sortuda que se casará com Lucian.

O homem riu com a afirmação e tomou a frente da sua mulher, envolvendo o corpo da prima nos braços, admitindo saudade e questionando onde estava os seus familiares, a morena apontou para a casa e ele logo partiu empolgado, deixando as duas para trás.

— Serena Kalitch. — A voz sensual da mulher pronunciou lentamente, pensativa. Era inevitável que a morena ainda mexesse com o seu coração, pelo menos um pouco, seu olhar passeou dos pés a cabeça da moça a sua frente, estava mais bonita do que nunca e adotava uma postura mais madura. — A cigana dos olhos de mel. — Então foi sua vez de abraçar a moça, mas fez de um jeito que era de costume.

A mão foi até a nuca com os dedos se entrelaçando nos cabelos castanhos, o outro braço envolveu a cintura, conhecia bem aquele corpo apesar de nunca ter tocado por inteiro, e ali ficaram em um abraço intenso.
Não era desconfortável para Serena, tinha um carinho muito grande por Maria, a dona do seu primeiro beijo.
O nariz da moça roçou no pescoço moreno, ela deixou um beijo na bochecha de Serena, bem estalado e demorado, não era de se esperar uma atitude diferente de Maria.

Cartas para Flora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora