Primeira carta para Flora.

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Opa, tudo bem chuchu?

Eu sou a vallient (no twitter vallieent), mas você pode me chamar de Lua, caso queira ter mais intimidade.

Essa obra faz parte da saga "Para Nos Eternizar", sendo esse o livro de número 2, o de número 1 está disponível no meu perfil e se chama "Um Livro Para Melinda". Mas não se preocupe se não, tudo de importante para o desenvolvimento do relacionamento entre Serena e Flora está aqui, mesmo que eu ainda aconselhe que comece pelo início para que entenda as possíveis referências usadas.

Ao decorrer da história poderá conter: Palavreado de baixo calão, abuso de poder, uso de drogas lícitas, insinuações a sexo, cenas de sexo explícitas, negligência, violência (psicológica, física e sexual) e morte.

Então se for sensível a qualquer tópico acima, recomendo não prosseguir com a leitura.

Estejam preparados para absolutamente qualquer coisa!

É uma obra fictícia que retrata um romance entre duas mulheres em uma época em que não era permitido pela religião e pelos costumes de uma determinada comunidade.

Se puderem e quiserem, interajam com a história, isso faz com que ela cresça e mais pessoas tenham a oportunidade de ler. Eu também vou adorar ver as suas reações e esclarecer possíveis dúvidas. Só não serão bem-vindas críticas sem embasamento, ou destilação de ódio a minha pessoa, meus personagens e as minhas histórias.

Já deixando claro que não sou contra a religião de absolutamente ninguém, isso não é uma crítica!

Divirtam-se!

— Serena, você viu o papel e a caneta que coloquei na mesa agora há pouco? — A mulher mais velha perguntou de forma dócil.

A morena negou com a cabeça, cruzou seus braços como se prendesse algo em sua própria roupa e continuou imóvel até sua mãe sair do cômodo.

— Providenciarei outros depois, agora eu preciso ir. — Ela deu de ombros. — Mais tarde volto para lhe ensinar a bordar. — Falou andando até a porta.

— Certo, mama. — Disse a jovem adulta concordando com a cabeça.

Serena aproveitou que estava sozinha e correu até o seu quarto, ergueu seu vestido até acima do umbigo e puxou a folha de papel e a caneta que estavam grudados em sua pele. Riu de forma divertida e travessa tentando desamassá-la, sentou-se em uma cadeira de madeira e colocou os objetos na sua escrivaninha. Apanhou todas as flores de tangerina, que havia colhido mais cedo para fazer seu perfume, e que tinha deixado em cima da mesinha, jogando-as no chão, para que tivesse mais espaço.

Segurava a caneta de forma um tanto insegura, pressionava e batia ela nos lábios carnudos pensando no que escreveria. A ideia foi tão de repente e realizou-a também, que não teve tempo de formular o que queria passar por aquela carta. Decidiu ser ela mesma, com seu jeito agitado e sincero. Se inclinou sob o papel de forma com que dificultasse quem estava de longe de ver o que ela fazia, daria tempo de esconder tudo caso sua mãe tornasse a voltar para casa.

Me encontra

Me pede pra eu te colorir

Me encontra

Me olha, que eu já te vi...

"Olá! Eu vi você!

Não sei se deveria estar escrevendo uma carta para ti, não sei se mulheres devem escrever cartas para outras mulheres... Mas quem se importa? Vamos quebrar paradigmas.

Confesso que me perdi um pouco em seus olhos, você sabia que eles tem uma profundidade fora do normal? Alguém já deve ter lhe falado isso. Eles parecem o oceano. Seus cabelos vermelhos como o fogo também chamam a atenção, assim como as pintinhas que tem na pele e que parecem estrelas.

Flora, não é? Achei ter escutado seu nome em alguma conversa, se referiram a você como "moça nova da comunidade", eu prefiro chamar de Flora, seu nome é bonito.

Então Flora, venha em minha casa qualquer dia para tomarmos um chá, eu adoraria fazer amizade com você, sou sua vizinha do lado.

Me responda, se quiser.

Abraço!                                      

                     - Serena. "

Me retorna quando der, viu?

E me encontra...

Os olhos cor de mel passearam rapidamente pelas letras escritas de forma cursiva e tremida pela falta de hábito, mas estava satisfeita com o resultado, dobrou o papel com toda a sua concentração.
Levantou-se apanhando também a caneta que havia raptado, colocou ela de volta na mesa que sua mãe havia falado e a folha escondeu entre os seios avantajados.

Aproveitou a oportunidade de estar sozinha e saiu de casa com todo o cuidado, olhando para os lados com medo de ser vista, pois a ordem da sua matriarca era para que Serena não saísse. Mas ela desobedeceu, caminhou até a casa da sua vizinha do lado esquerdo, olhou pelas enormes janelas de vidro para ver se os pais da moça também estavam presentes, certificando-se que não.

Parou em frente a porta, empurrou o papel dobrado por baixo dela, bateu três vezes na madeira para chamar atenção e saiu correndo para se esconder.

Da sua própria casa, de forma escondida, viu a moça ruiva sair, ela usava os cabelos ondulados soltos e um vestido grande. Pisou em cima da carta sem vê-la, olhou para os lados procurando alguém e não achou.

Serena suspirou em decepção, pois suas esperanças da moça ler o que havia escrito tinham baixado, mas quando a mulher ruiva iria entrar, abaixou seu olhar para o chão, se deparando com o papel embaixo do seu pé descalço. Fez uma expressão de supresa e sorriu logo depois de ler que aquele bilhete era para ela, agachou e capturou-o, então entrou, correndo logo em seguida para o seu quarto e deixando Serena com um sorriso bobo para trás.

Não sei por que você parece melodia

Pra cada verso meu

Em cada riso meu tem você

Não sei dizer, te vi e já sabia

Que era pra ser...

Cartas para Flora - Lésbico. (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now