Vermelho Fogo [M]

115.

Anna

Dois meses depois...

Íris: Tu não acha que já tá na hora de ir atrás de organizar as coisas do seu casamento? — Olho para a minha amiga ao meu lado na cadeira do salão de beleza e franzo a testa. — É sério, já adiaram demais por coisas que aconteceram e o Theo já tá grandinho.

Anna: Depois de tudo que rolou a gente realmente acabou dando uma esquecida sobre esse detalhe, mas você tem razão, Theo já tá com cinco meses, vou começar a ir atrás mas vou precisar muito que você e o Rô me ajudem, é muita coisa.

Íris: Claro, primeiro e mais importante: o vestido! Você já conseguiu voltar ao seu corpo anterior então tá de boa, pesquisei umas lojas lindas de vestido de noiva pelo rio. — Sorrio animada e a moça termina de pintar a minha unha e agradeço.

Anna: Tá bom, enquanto tu termina aí eu vou pagar. — Levanto da cadeira e sigo em direção ao caixa para pagar meu cabelo e unhas, fiz uma hidratação e escova que deixou meu cabelo divino. — Vamos comigo lá na loja? Preciso ver se o Rô tá precisando de alguma coisa.

Íris: Bora que bora. — Ela aparece do meu lado e faz o pagamento também. agradecemos a todos ali e seguimos direção até meu carro. — Amanhã a gente vai no meu ou no seu?

Anna: Você que sabe amiga, mas se você quiser ir dirigindo eu agradeço. — Ela ri e acena com a cabeça e entro no carro, espero ela se ajeitar e dou partida indo em direção a floricultura.

Confesso que estou indo pra lá com menos frequência que antes, mas fico feliz que o Rô está super bem de tomar conta daquela loja, ele assim como eu é completamente apaixonado.

Dez minutos depois estaciono o carro em frente à loja e desço rapidamente indo em direção a porta, e quando abro tenho uma surpresa vendo o Pierre sentado no sofá com o Theo de pezinho na sua perna, ele segura seu corpinho e o neném gargalha achando graça de alguma coisa.

Anna: Posso saber que bagunça é essa? — Na hora os dois me olham e o Pierre sorri, o Theo percebe que sou eu e começa o escândalo dele resmungando o que só ele entende e estendendo os bracinhos pra mim. — Oi neném da mamãeeeeeee.

Pego meu bebê no colo e encho ele de beijo e cheiro pelo seu rostinho, fico passada como ele fica cada dia mais esperto com as coisas.

Pierre: Teu amigo me infernizou pra vir aqui trazer o Theo. — Ele aponta a cabeça para o Rô que revira os olhos e vem até mim.

Rô: Aí bofe, melhor meu afilhado vir me fazer companhia aqui do que ficar no meio daquele monte de fuzil. — Olho seriamente para o Pierre e ele sorri sem graça.

Pierre: Amor, eles queriam ver o Theo pô...

Anna: Já conversei contigo que não quero ninguém com arma perto dele, Pierre. — Me sento ao seu lado no sofá e sinto o Theo puxando meu cabelo. — Não pode mamãe.

Pierre: Ronald aumenta as coisas, tu conhece ele melhor que eu. — Dou risada e concordo. — Ficou gatona hein, tá maluco.

Anna: Nada como um banho de salão pra revigorar. — Dou um selinho nele e pego o paninho do Theo na bolsa que o Pierre trouxe e posiciono ele para dar de mama. — Cheio de fome, né?

Pierre: Esse safado só quer teu peito pô, quis saber de mamadeira não. — Observo ele mamando e passo a mão delicadamente em seu rostinho. — Só bebeu um pouquinho.

Anna: Tô vendo que vai ser difícil tirar ele do peito, não que eu queira até porque é uma sensação única isso aqui...Mas eu digo mais lá pra frente. — Sinto a Íris se sentando ao meu lado e quando olho para o rosto dela vejo que está mais pálida que um papel. — Tá passando mal amiga? Tu tá pálida!

Íris: Acho que minha pressão baixou, muito calor lá fora. — Ela fala com a voz fraca e o Ronald se aproxima com um copo de água. — Valeu...

Anna: Bebe bem devagar e respira fundo, encosta a cabeça no sofá. — Ela faz o que eu peço e termino o mama do Theo, cubro meu seio com a blusa que eu estava e limpo a boquinha dele e o entrego para o Pierre. — Você tá muito branca Íris, não quer ir pro médico não?

Íris: Não! Não precisa, é só minha pressão. — Ela toma toda a água do copo e coloca a mão na garganta, ela faz uma careta péssima e na hora que vou falar alguma coisa ela corre pro lixo e vomita horrores.

Anna: Você tá grávida. — Seguro seus cabelos até ela terminar de vomitar e entrego um lenço para ela limpar a boca. — Eu tenho certeza, minha intuição falou aqui.

Íris: Para de ser louca. — Ela respira fundo e não consegue nem olhar no meu rosto pra me responder. — Não tô grávida.

Anna: Então por que você não olha pra mim? Você nunca ficou sem graça assim comigo. — Sorrio de lado e ela revira os olhos pra mim indo se sentar no sofá.

Pierre: Matheus vai ser papai, aí sim pô. — Ele da risada e a Íris da um tapa no braço dele irritada. — Se tá transando sem camisinha a surpresa é essa, não um carro de última geração.

Íris: Vai trocar a fralda do teu filho Pierre, eu hein, bofe chato poxa. — Dou risada e me aproximo dela me ajoelhando a sua frente no sofá. — Anna..

Anna: Sua menstruação tá atrasada? — Ela respira fundo e diz um "sim" bem baixinho. — Quanto tempo?

Íris: D-dois meses. — Arregalo os olhos e sorrio vendo sua bochecha ficar vermelha, ela passa as mãos pelos cabelos claramente nervosa. — Eu tô com um puta medo.

Pierre: Se for medo do que o Matheus vai pensar fica sussa aê porque o maluco tá doido pra ser pai, não parava de apertar minha mente com esses papo.

Íris: Sério? — Meu homem faz que sim com a cabeça e eu sorrio mais ainda. — Cara, eu tô adiando isso um mês já..Preciso fazer o teste e tirar a limpo.

Anna: Tenho quase 100% de certeza que tu tá gravidinha, mas vou lá comprar o teste pra você. — Me levanto pegando a carteira e olho para o Pierre. — E você boquinha calada viu? Conte NADA pro Matheus por enquanto.

Pierre: Minha boca é um túmulo, minha gata. — Ele pisca pra mim e vejo o exato momento em que o Theo gorfa na calça preta dele. — Porra moleque, de novo!

Todos dali dão risada e eu saio do estabelecimento ouvindo o Pierre reclamar que a bendita calça vai ficar fedendo, ser mãe é descer do paraíso, mas para o pai as vezes também é.