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Pierre

Observo a mulher da minha vida subindo as escadas com nosso filho e coloco a cabeça entre as mãos quando ouço a porta sendo trancada, respiro fundo e fico cinco minutos naquela merma posição tentando entender tudo que tá acontecendo agora.

Apertei a mente da Bruna pra caralho lá na salinha e ela tá convicta de que esse filho é meu, e papo reto? A criança não tem nada a ver com essa merda, mas eu sei que não é meu. Eu sei.

Nem queria fazer esse exame mas só vou fazer pela Anna, porque a minha consciência tá limpa até demais que não é meu e que essa puta não sabe quem é o pai da criança e tá querendo me extorquir com isso.

Tô ligado que essa parada de DNA normalmente demora mas eu falei com um médico foda que atende a bandidagem e já mandei o papo falando que quero que ele venha coletar as parada e que o exame esteja na minha mão até amanhã, e claro que ele concordou.

Lopes me manda uma mensagem falando que o doutor já tá chegando e decido avisar a Anna, subo os degraus de dois em dois e tento abrir a porta mas vejo que tá trancada, dou duas batidas leves e falo com a boca perto da porta.

Pierre: Anna, tô indo fazer o exame. — Respiro fundo quando não tenho respostas do outro lado. — Logo to de volta aê, eu te amo.

Saio de casa e pego a moto descendo o morro até a salinha, estaciono de qualquer jeito e entro já vendo a vagabunda sentada com os braços cruzados e o Lopes tomando conta dela, poucos minutos depois o doutor entra.

Dr.Thiago: Bom dia a todos, Pierre pode se sentar que já iremos começar os procedimentos para o exame. — Ele coloca a mala dele em cima da mesa e abre ela tirando todas as paradas que vai usar. — Será completamente indolor, usarei a saliva para coletar...Mas não estou vendo a criança em questão, preciso coletar a saliva dela também.

Bruna: C-como assim? — Olho pra ela que ficou nervosa de uma hora pra outra e franzo a sobrancelha sem entender.

Dr.Thiago: A coleta da saliva precisa ser feita pela mãe, criança e o suposto pai. — Ele arruma o óculos com a ponta do dedo e observa nois dois.

Bruna: A Érica mora longe, ela deve tá com o Giovanne lá na casa dela...N-não tem como.

Pierre: Não tem como o caralho, tá me tirando de troxa porra? Tá achando que tu vai ficar falando merda por aí e eu não vou querer esse teste? Lopes, aciona a mina e manda alguém ir buscar ela.

Érica: Não precisa, eu já tô aqui. — A menina ruiva entra na salinha com a criança no colo e olha pra cada um de nois e foca o olhar na Bruna. — Você é uma safada sem vergonha na cara!

Bruna: Érica... — Ela diz entredentes com os olhos fervendo de fúria. — Por favor!

Pierre: Qual foi caralho? — Levanto a voz e me coloco de pé ficando de frente pra tal Érica. — Da o papo logo que eu tô querendo ir embora pra minha casa.

Érica: A Bruna é minha irmã Pierre, você não lembra de mim porque na época eu vivia com minha avó, tinha só 15 anos. — Ela respira fundo e acalma o bebê em seu colo. — Giovanne é meu filho, MEU! Ela só tá fazendo isso pra te tirar dinheiro, ela tá envolvendo MEU filho nessa merda toda.

Bruna: ELA TÁ MENTINDO! — Ela berra e se levanta tentando ir pra cima da ruiva mas o Lopes segura ela com força pelos braços. — PARA DE ME PREJUDICAR.

Érica: TE PREJUDICAR? — Ela ri sem humor e nega com a cabeça. — Você nunca me ajudou com porra nem uma, só soube me julgar até o último minuto quando soube que eu tava grávida! Você tá envolvendo meu filho nesse ninho de bandido, tu tem noção dessa merda?

Bruna: ELE É MEU FILHO E O PAI É O PIERRE! — Ela grita a todos os pulmões e tenta se soltar do aperto do Lopes. — Eu posso provar!

Érica: Provar o que? Que você é uma vagabunda dissimulada? Não que eu deva explicações pra alguém nessa merda, mas toma essa porra e vejam vocês com seus próprios olhos. — Ela tira uma certidão de nascimento do bolso da calça e joga pra mim, vejo o nome dela, da criança e do pai da criança.

Pierre: Eu vou te matar, Bruna. — Entrego o papel pra mina e olho diretamente nos olhos daquela vagabunda. — Tu quase acabou com meu casamento por causa de pilantragem, e ainda envolve uma criança que nem tem como se defender.

Bruna: P-pierre... — Não permito que ela fale e vou pra cima dela esmagando seu pescoço com as minhas duas mãos, ela arregala os olhos e tosse tentando procurar ar.

Pierre: Eu. Vou. Te. Matar. — Falo entredentes e aperto mais o pescoço a vendo ficar vermelha, solto por hora e me viro em direção ao Lopes escutando ela tossir. — Fala pro Preto ir buscar a Anna e trazer ela aqui, e tu Érica, quero que fale pra minha mulher tudo que tu disse pra mim agora pouco. E fala pro Matheus levar a Íris pra ficar com o Theo por enquanto.

Lopes: Pode pá chefe. — Ouço ele falar com o Matheus no telefone e logo desliga dizendo que ele já vai tá trazendo a Anna, respiro fundo e passo a mão na cabeça indo pra fora da salinha tomar um ar.

Olho pra cima e pra baixo do morro da minha favela e pego um cigarro de maconha bolado no meu bolso, acendo com o isqueiro e coloco nos lábios dando uma longa tragada.

Minutos depois o Preto chega de moto com a Anna na garupa e os dois descem vindo em minha direção, tiro o cigarro da boca e deixo preso entre os dedos e pego a Anna pela nuca e dou um beijo desprevenido nela, mas ela me retribui da mesma forma.

Anna: Pierre...

Vermelho Fogo [M] Where stories live. Discover now