36.

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Pierre

Uma hora depois estamos no Rio de Janeiro, e papo reto? O clima tá sinistro.

Mal pisamos o pé na pista e já fomos recebidos por 10 comboios, todos armados até a boca.

Você não me escapa hoje, Marcão.

Pierre: Eae, papo sério agora! Preciso de pelo menos 10 caras indo fazer a segurança da minha mulher no hospital onde ela tá internada, e mais 10 pra quando eu for sair de lá e ir atrás do filho da puta do Marcão...o restante já quero que localizem onde ele tá.

Juan: Ya hemos localizado al policía, jefe. — Juan, um dos colombianos que é meu parceiro responde dizendo que já localizaram o desgraçado.

Pierre: Certo, quero que peguem ele e levem lá pro morro no cativeiro. Torturem o máximo que conseguirem, quando eu chegar lá quero ele sem pele, agonizando. — Falo com a voz grossa e todos acenam em positivo com a cabeça, chamo a contenção e partimos todos em direção ao hospital que a Anna está.

25 minutos depois estou no hospital que me falaram, pedi pra dois seguranças entrarem comigo enquanto o restante está na porta do hospital.

Vou até a recepção e a mulher me olha assustada, falo que vou ver a Anna e entro direto, sei que ela sabe quem sou eu, pois não pestanejou em me deixar entrar.

Vou até o quarto de número 57 e bato na porta, alguns segundos se passam e o Rô abre a mesma, me olha e sai.

Rô: Eu poderia ter te matado, sabia? A tua sorte foi que o Preto me contou tudo que aconteceu. — Ele me olha com raiva e eu sustento da mesma forma. — A Anna teve que ser sedada por conta do trauma, ela ainda tá dormindo e permanece em choque. Toda vez que ela toma consciência, acorda gritando e chorando muito....tenha paciência com ela, ela não quer ver você nem pintado de ouro.

Pierre: Eu tô com o exame que comprova que fui dopado! — Levanto o envelope comigo e ele observa. — Ela não chegou a ver o vídeo da Gabrielle?

Rô: Ela não pegou no celular desde que recebeu as fotos e a ligação dizendo que a loja dela tava em chamas...enfim, vocês tem coisa pra caralho pra conversar. Mas se ela começar a ficar agitada, chama a enfermeira pra dopar ela de novo. — Faço que sim com a cabeça e me dá espaço para eu entrar no quarto.

Adentro no cômodo e fecho a porta atrás de mim, vejo a Anna com um acesso no braço, deitada, pálida....que dor do caralho ver minha mulher assim.

Me aproximo mais da garota e vejo que seu lábio está machucado e o pescoço marcado com marcas de dedo, meu sangue ferve na hora.

Marcão, hoje tu vai conhecer o inferno mermão.

Toco seu rosto pálido com meus dedos e dou um sorriso triste, me culpando amargamente por toda essa merda.

Eu deveria estar com você no seu pior momento, digo em silêncio.

Me sento na beirada da cama e faço carinho na sua mão, minutos depois a ouço se remexer e resmungar alguma coisa.

Anna: Pierre? — Ela chama meu nome com a voz fraca, sem conseguir abrir os olhos direito.

Pierre: Oi minha Estrella, eu tô aqui... — Digo com a voz embargada, sentindo meu coração se dilacerando
vendo ela assim.

Anna: Minha floricultura....por que você me traiu? — Sinto ela começar a ficar agitada e levanto da cama, ficando ao lado dela enquanto toco seu rosto. — POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO? VOCÊ...VOCÊ PROMETEU.....prometeu nunca me machucar. — A última frase sai em um sussurro choroso, e começa a gritar novamente em estado de pânico.

Pierre: Calma meu amor, por favor se acalma! Não fica agitada assim. — Entro em completo desespero vendo a vulnerabilidade dela, meu coração acelera e parece que vai sair da boca. Ela começa a falar coisas sem sentido, e eu não entendo o que tá acontecendo. — Anna?

Nesse momento entra duas enfermeiras e pedem pra eu me afastar, elas seguram a Anna na cama e injetam alguma coisa na sua veia, provavelmente mais calmante.

E a vejo se acalmar e voltar a dormir, uma das enfermeiras se vira pra mim e diz:

Enfermeira: Por conta das doses de calmante ela tende a ficar agitada toda vez que tenta acordar, e isso pode gerar algum tipo de alucinação...por isso as frases sem sentido, não fique preocupado pois estamos aqui para cuidar dela. Agora se permite, deixe ela descansar, já passou por muita coisa hoje.

Pierre: Firmeza. Vou deixar dois seguranças aqui na porta dela e só entra quem é autorizado, entendeu? — Ela acena com a cabeça várias vezes e dou uma última olhada pra Anna, dando um beijo em sua testa. — Eu vou voltar e a gente vai resolver tudo isso.

Saio do quarto e troco algumas palavras com os seguranças, dizendo para ficarem espertos ali.

Vou em direção a saída e encontro o Rô no meio do caminho.

Pierre: Ela ficou agitada como você mesmo disse, mais tarde eu volto, ainda tenho um b.o pra resolver...cuida dela por favor. — Ele respira fundo e concorda com a cabeça, voltando para o quarto da Anna.

Estralo o pescoço e falo com o resto da contenção que vai ficar na porta do hospital de vigia, dou todos os comandos pra eles e sigo em direção ao meu carro.

No momento em que dou partida vejo o comboio com 5 carros atrás de mim, eles vão fazer minha segurança até o Vidigal, caso tentem me pegar desprevenido.

Preto me mandou um rádio dizendo que já estão no cativeiro com o Marcão, e todo o resto da contenção já está lá só me esperando.

E ele me garantiu que esse filho da puta já tá sendo escaldado vivo.

Se ele achou que tá sofrendo agora, espera só quando eu chegar.

Tu vai ver que eu sou o próprio diabo na terra, Marcão.

Vermelho Fogo [M] Where stories live. Discover now