85.

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Anna

Minha mente começa a despertar aos poucos mas tenho muita dificuldade em abrir meus olhos, sinto como se um trator tivesse passado por cima de mim.

Tento mexer meus braços e pernas e percebo que estou amarrada, QUÊ?

Abro os olhos assustada e me arrependo no mesmo instante quando uma vertigem me atinge em cheio e sinto muita vontade de vomitar, a dor no pé da barriga parece trezentas vezes mais insuportável.

Percebo que meu corpo se movimenta para lá e para vá, provavelmente estou dentro de algum veículo e sei que não é no jatinho do Pierre.

Me recordo de poucas coisas depois que minha pressão começou a baixar e eu apaguei, mas aparentemente não estava delirando sobre o barulho de tiro e gritaria.

Alguém me sequestrou.

Olho ao redor tentando ver onde estou mas é inútil, pois o carro está completamente lacrado com as janelas e seu insufilm escuro, o desespero começa a se apossar de mim.

O homem no banco do passageiro a frente percebe a minha movimentação e me olha, um arrepio sobe pela minha espinha e se concentra na minha nuca, seu olhar sombrio em cima de mim com um sorriso que até o próprio diabo ficaria com medo.

Ele aparenta ser um homem grande, tem cabelos claros mas muito bem cortados em um estilo militar, sua mandíbula é bem marcada, seus olhos são mais pretos que a escuridão e seu sorriso é o mais aterrorizante que eu já pude presenciar em vida, como se fosse um predador prestes a atacar sua vítima.

Ele levanta calmamente seu corpo do banco e aproxima-se de mim, me observa por alguns segundos até abrir a sua boca para disparar palavras que me deixam atordoada, eu vou morrer essa noite.

Sequestrador: Oi, filha. — Arregalo os olhos e antes que eu possa fazer alguma coisa, seu punho vem em direção ao meu rosto e sinto uma dor insuportável tomar conta da minha face com o soco que recebo.

E mais uma vez a escuridão me pega de jeito.


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Não faço a mínima ideia de quanto tempo fiquei desacordada, mais uma vez.

Sinto um desconforto pior do nunca e me aterrorizo quando me dou conta de que estou presa com os punhos para cima, literalmente suspensa com uma corda amarrada em algum suporte no teto.

Observo o espaço e estou em um lugar que parece um galpão abandonado, é enorme e tem somente duas janelas, o chão está completamente sujo de terra.

Olho para minha frente e há alguns metros de distância tem uma porta enorme de metal, logo a minha direita à frente da janela tem uma mesa velha com quatro cadeiras em volta.

Aparentemente estou sozinha, só não sei até quando.

Tento me mexer mas a dor infeliz nos meus braços se fazem presentes ali, minhas axilas doem e parece que estou a ponto de deslocar todos os meus músculos.

Estou pendurada nessa porcaria como se fosse um porco acabado de ser abatido, mas isso não é o pior, olho para meu corpo e vejo que estou completamente despida.

Tiraram minhas roupas, me deixaram pendurada, o que pretendem fazer agora?

Vejo que não estou mais sangrando, porém a dor permanece presente..isso é bom ou ruim? Eu não faço a mínima ideia, me sinto vulnerável e a espera da minha morte.

Minha boca está seca, meu rosto está doendo, na verdade meu corpo todo está, mas nada se compara ao meu mental.

Se eu sobreviver, nunca mais serei a mesma.

Vermelho Fogo [M] Where stories live. Discover now