73.

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Pierre

Chegamos em casa e já vou direto pro banho, preciso tirar essa inhaca que eu tô e tentar ao máximo relaxar nesse chuveiro quente.

Anna disse que ia preparar uma parada pra nois comer e disse que quando terminasse subia pra me fazer companhia, e papo reto? Se eu não tivesse essa mulher pra me dar apoio agora acho que deixaria minha vida pra morrer, é mais sofrimento que alegria porra.

Apoio a testa na parede fria do box e respiro fundo, sinto duas mãozinhas envolverem minha cintura por trás e sei que é a Anna.

Mordo meu lábio inferior com tanta força que consigo sentir o gosto metálico do sangue, quero chorar pra caralho, tô cansadão mané.

Anna: Você sabe que tá tudo bem chorar, né? Isso não te faz fraco...desabafa amor, eu tô aqui contigo. — Ela sussurra com os lábios colados as minhas costas e acaricia meu abdômen com carinho.

Pierre: Tô exausto. — Tento segurar o máximo que consigo mas o choro explode da minha garganta e eu me permito chorar naquele momento, meu corpo treme e sinto minha mulher me abraçar com mais força. — Eu não posso perdeu meu irmão..

Anna: Ele vai ficar bem, meu amor! — Ela me vira com cuidado fazendo eu ficar de frente pra ela, segura meu rosto com as duas mãos e fica na ponta dos pés pra me dar um selinho calmo. — Você e ele são as pessoas mais fortes que eu já conheci, eu tenho certeza que o Matheus tá lutando pra acordar! Ele tem muita coisa legal pra viver ainda, eu sei que ele vai acordar.

Pierre: Tô me apegando a isso amor, papo reto... — Olho pra cima e respiro fundo fazendo minhas lágrimas cessarem por hora, observo a mulher a minha frente e sorrio fraco. — Não ia aguentar toda essa parada sem vocês comigo. — Coloco minhas duas mãos em seu ventre, sentindo um leve tremor.

Anna: A gente também não ia aguentar sem você aqui, te amo.

Pierre: Também te amo minha patroa. — Ela sorri e terminamos nosso banho, ela me puxa até a cozinha e vejo a mesa com um puta banquete. — Oloco, tu que fez essa lasanha?

Anna: Na verdade foi tua vó, mas eu ajudei. — Dou risada e me sento com ela a mesa, nos servimos da massa e começamos a comer com vontade. — Tava azul de fome já.

Pierre: Eu também pô. — Coloco a coca em dois copos e dou um pra ela, bebendo o meu em seguida. — Preciso descansar um pouco, mas nem sei se vou conseguir pregar os olhos...

Anna: Tem um calmante que eu tomei na época que aconteceu todo aquele b.o, ele não é tão forte então você pode tomar...tu precisa descansar. — Balanço a cabeça em positivo e termino de comer a comida. — Vou deixar na lava louça.

Ela se levanta e coloca todas nossas louças dentro da máquina, guarda o que tinha que guardar na geladeira e sobe comigo pro quarto.

Pego uma garrafa de água no frigobar e ela me entrega o comprimido do remédio, tomo e deito imediatamente.

Anna: Logo tu capota. — Se deita ao meu lado na cama e nos cobre com a coberta. — Se permite relaxar.

Pierre: Tu que manda patroinha. — Ela sorri e se aconchega perto de mim, 10 minutos depois sinto o relaxamento tomar conta do meu corpo e quando menos espero já capotei, pegando em um sono pesado.

Horas se passam e só acordo porque meu celular tá tocando loucamente, quando o pego debaixo do travesseiro vejo que é a Íris.

Meu coração bate freneticamente com medo do que possa se tratar.

Ligação ON:

Pierre: Qual foi Íris? — Ouço sua respiração ofegante atrás da ligação.

Íris: Matheus acordou, Pierre. — Sua voz é trêmula e consigo ouvir sua fungada de choro. — Vem pra cá.

Ligação OFF.

Nem me despeço dela e encerro a ligação pulando da cama, a Anna se assusta e eu olho pra ela sorrindo.

Pierre: Matheus acordou!

Vermelho Fogo [M] Where stories live. Discover now