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Pierre

Anna: Eu vou ficar quietinha em um canto de boa Pierre, eu me conheço e sei que tô de boa pra ir. — Tô deitadão na cama vendo a Anna se arrumar toda pra resenha do Matheus, falei pra ela que nois não ia mas ela tirou o dia pra bater cabeça comigo.

Pierre: Não vou discutir não cara, mas não é ambiente pra tu. — Já tinha tomado banho e tô só com a toalha enrolada na cintura. — Vai ser parada rápida, não pensa que tu vai ficar lá até cinco da manhã.

Anna: Não enche, tu sabe muito bem que não aguento ficar até essa hora em rolê. — Vejo ela enrolando as pontas do cabelo com uma parada comprida e franzo a sobrancelha. — Vai se trocar Pierre, quanto antes a gente chegar mais cedo a gente vai embora.

Respiro fundo e me levanto indo em direção ao guarda roupa, pego um conjunto bolado todo preto da lacoste e é isso mermo que vou vestir.

Visto rapidão, já coloco o tênis da nike branco, passo perfume, coloco meus cordão de ouro e dou uma ajeitada no cabelo que nem precisa mexer porque tá na régua, fui ontem no barbeiro.

Observo a Anna que ainda se arruma virada pro espelho da penteadeira e sorrio vendo o quão linda essa mulher fica a cada dia, ela tá vestindo um vestidinho bem curto preto com alguns brilhos que imita couro e de alcinha fina, sua barriga cada dia mais aparente ficou perfeita na vestimenta.

Pierre: Tu é gata hein? Sempre vai ser a primeira dama. — Ela se vira pra mim e vem na minha direção pra me abraçar. — Cheirosona.

Anna: Te amo. — Sorrio e dou um selinho em seus lábios. — Será que combina se eu for com uma rasteirinha pretinha? Não vai dar pra ir de salto.

Pierre: Põe lá pra eu ver. — Ela sai do abraço e busca a rasteirinha no guarda roupa, ela coloca e desfila pra eu ver. — Ficou linda amor.

Anna: Ok, só falta um detalhe. — Ela vai até o porta joias em cima da penteadeira e mostra o colar que dei pra ela com um "P", todo cravejado no diamante. — Coloca em mim. — Sorrio e caminho até ela, coloco seu cabelo pro lado e fecho o colar em seu pescoço delicado.

Pierre: Gostosa. — Sussurro em seu ouvido e puxo seu rosto pra mim, dando um beijo sensual em seus lábios. — Só não te fodo agora porque não da, mas espera tu ficar 100% de novo.

Anna: Safado. — Ela da risada e eu pego meu celular e minha carteira, deixando os dois no bolso da calça. — Já tô pronta.

Pierre: Partiu. — Vejo ela pegando a mini bolsinha dela e colocando seu celular e documento ali, apoia no ombro e entrelaça sua mão a minha.

Desço com cuidado com ela até a garagem e entramos no carro indo em direção a casa do Preto, é cinco minutos descendo o morro mas não vou ir a pé por conta da Anna, já não to confiante dela insistir em ir mas ela é a teimosia em pessoa.

Estaciono o carro na vaga em frente a casa dele e vejo que já tá lotado de gente, isso que é uma resenha, imagina se fosse baile.

Desço do carro e dou a volta abrindo a porta pra Anna sair, travo o veículo e a galera para pra olhar a gente, não falo nada e só vou subindo as escadas com ela ouvindo o pessoal me cumprimentar.

A casa do Preto é grande igual a minha, depois das escadas já da pro terraço que é enorme e tá com um número considerável de gente.

Tem uma mesa enorme lotada de bebida importada, lá no canto esquerdo tem uma churrasqueira e um cara assando carne.

Dou um 360° tentando achar o desgraçado do Matheus e quando olho pra uma das cadeiras em volta da mesa de bebida vejo o Zeus ali, franzo a sobrancelha e respiro fundo sentindo uma parada estranha dentro de mim.

Sei que ele é do comando e pá, mas nunca quis subir na favela pra nada. Qual foi agora?

Anna: Minha mão, Pierre. — Ouço a Anna falar pra mim e viro pra ela me ligando que tava apertando sua mão. — O que foi?

Pierre: Nada. — Sorrio e dou um selinho rápido nela. — A Íris ali. — Aponto e a loira bem vestida bem até nois com um sorrisão no rosto.

Íris: Como você tá linda amiga! — Ela se solta da minha mão e abraça a amiga. — Tu também Pierre.

Pierre: Cadê o Matheus? — Ela ponta pra dentro da casa e me viro pra Anna dando outro selinho nela. — Fica aí de boa com ela, qualquer coisa grita.

Ando em direção a casa e passo pela porta de vidro logo vendo o Matheus, vestindo uma calça preta e uma camisa branca da lacoste.

Pierre: Zeus tá aqui por que? — Ele se vira pra mim pois estava de costas e sorri, cumprimento ele que respira fundo.

Preto: Vamo beber um bagulho. — Ele pega dois copos que estavam no frigobar e me entrega um, bebo o líquido e sinto descer rasgando pela minha garganta. Whisky. — Quer sentar?

Pierre: Fala logo porra, por que o Zeus tá aqui? O cara nunca sobe a favela. — Ele toma uma golada da sua bebida e respira fundo me olhando no fundo dos olhos.

Preto: Ele falou comigo hoje cedo, me ligou. — Passo a mão no pescoço. — Foi pra boca do povo que tu ia se desvincular da parada e a galera não curtiu muito, por mais que gostaram da ideia do novo chefe ser eu porque nois é irmão...Eles ainda querem que tu continue sendo o chefe do Vidigal, pra deixar do jeito que tava mermo.

Pierre: Eu sabia que foi fácil demais esse caralho. — Dou uma risada seca e bebo um gole grande do líquido amarelado, olho pra fora da sala e vejo a Anna conversando animada com a Íris. — Sei nem o que falar, papo reto.

Preto: Zeus tá aqui pra conversar contigo e te dar uma contra proposta, tu sabe que ele gosta de tu pra caralho por conta do Jorge. — Ele põe a mão no meu ombro e aperta. — Mermo eu querendo isso pra minha vida, isso tudo aqui é teu e tu nasceu pra comandar essa favela Pierre. — Mordo o lábio inferior e presto atenção no homem a minha frente. — Sei o seu motivo pra largar isso de mão e te entendendo pra caralho, mas eu sei que independentemente da sua decisão, a Anna vai te apoiar.

Ele bate no meu ombro e sai do cômodo indo em direção a Íris, que ainda conversa com a Anna.

Minutos depois eu volto pra fora e o Zeus já tá de pé me olhando encostado em uma pilastra afastado da maioria das pessoas, vou até a Anna e dou um beijo rápido em seus lábios e aviso ela que vou conversar uma parada com ele.

Ando em passos firmes e posturado até o homem corpulento e paro uns 5 passos afastado dele, ele sorri de canto e me olha.

Zeus: Já tá sabendo das paradas? — Afirmo com a cabeça e ele continua. — Então é isso mermo, o pessoal quer que tu continue sendo chefe dessa favela porque confiam demais em você e tu é justo pra caralho. Se fosse outro moleque eu já tinha trocado faz tempo, mas o Jorge tinha um carinho enorme por tu e agora vejo que a favela toda também tem e da pra perceber que não é atoa. — Troco o peso de uma perna pra outra e termino de beber meu whisky. — Te dou mais condição do que tu tinha antes, e muita segurança pra tua mulher e filho, dou minha palavra de homem. Aceita ficar no comando como chefe?

Vermelho Fogo [M] Where stories live. Discover now