Imagines

Part.2 Sherlock Holmes - Invisible String

"Você se esqueceu, Sr. Holmes," S/n assobiou. "Eu não mereço falar de maneira tão mal-educada, nem devo divulgar informações pessoais simplesmente porque você está chateado."

"Vejo que você está escolhendo ignorar minha pergunta", ele retrucou.

"Porque é ridículo de sua parte reagir dessa maneira!"

Ele teve todas as oportunidades de expressar sua afeição por ela aberta e explicitamente. 365 dias, para ser exato. Por que ele estava tão chocado com a decisão dela de aceitar a proposta de outra enquanto ela tinha a oportunidade? Como ele podia se sentir tão no direito de seu tempo e sua vida?

"Esses últimos anos foram maravilhosos," S/n expressou honestamente, antes de exalar exasperadamente e encontrar seu olhar. "Não posso negar o quanto gostei de trabalhar com Enola e... e com você, mas isso estava prestes a acontecer."

"É disso que você se convenceu?"

Sherlock zombou com tanta confiança e desaprovação. S/n cerrou os dentes e se aproximou dele, sem vontade de sucumbir a qualquer uma de suas tentativas simples de menosprezar suas razões.

"Como um homem com sua inteligência ainda pode ser tão ignorante continua a me surpreender," ela cuspiu. "Sherlock... se eu ficasse, o que acontecerá quando Enola atingir a maioridade e ela se aventurar a realizar suas próprias buscas e desejos e quando você inevitavelmente retornar a Londres? Ficarei aqui sozinha e desempregada mais uma vez?"

Suas últimas palavras foram uma reminiscência da vez em que ela viu sua carruagem partir para Londres esperando que ele voltasse para vê-la acenando. Ele nunca fez. Sherlock franziu as sobrancelhas, pensando naquela época, mas apenas por uma fração de segundo, lembrando a si mesmo que não era mais aquela pessoa.

"Eu nunca-"

"Você esperava que eu apenas servisse você e sua família até que você não precisasse mais de mim por perto?" S/n franziu o cenho.

"Você sabe que isso não é verdade", ele disparou de volta.

"O que eu sei," S/n repreendeu, "- é que há um cavalheiro na minha cidade natal que está disposto a ter minha mão e agiu de acordo com seus sentimentos porque ele entende o pouco tempo que tenho para gastar em olhares roubados e conversas intensas."

Foi tudo o que eles gastaram fazendo no ano passado. Mesmo apesar de suas melhores tentativas de comunicar, ela ansiava por mais. Ela não conseguia mais conter seu ressentimento.

Os olhos de Sherlock arregalaram sua expressão em uma mistura de choque e mágoa que ele rapidamente escondeu com raiva. Sua defensiva superou tanto seu bom senso quanto a voz em sua cabeça, avisando-o para não dizer nada que ele iria se arrepender rapidamente.

"Se é assim que você se sente, senhorita S/s/n, não consigo entender por que você concordou em assumir essa posição."

"Eu assumi por Enola!" Ela gritou, antes de respirar pesadamente em silêncio e revelar toda a verdade. "... E por você! Porque, apesar de quão frustrantemente difícil, teimoso e condescendente você pode ser, ainda me vejo cuidando muito de você e sua família.

Se ele soubesse as discussões que ela teve com sua mãe quando ela a acusou de estar muito envolvida em suas vidas. S/n mal se conteve. De volta para casa, ela não tinha mais ninguém para conversar além de professores particulares e outros membros da equipe. A amizade e companheirismo que ela encontrou com Sherlock e seus irmãos era um relacionamento que ela desejava terrivelmente.

"Acho muito difícil de acreditar, considerando a facilidade com que você tomou a decisão de me deixar", ele sussurrou, muito dominado pelas emoções para perceber o que estava dizendo.