Capítulo 103 - Ajuda

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Camila Cabello  |  Point of View





Abri meus olhos e a claridade adentrava o quarto, me virei para abraçar Lauren, mas só consegui pegar o travesseiro dela, mas sorri quando senti o cheirinho dos cabelos dela ali.

Levantei e fui tomar um banho, vesti algo confortável e fui para o quarto de Bia. Era domingo, mas ela tinha o costume de acordar cedo. Ela estava escrevendo algo na mesa do PC dela.

— Bom dia, princesa.

— Bom dia, papi.

— Como estamos essa manhã?

— Bem. Só estou terminando uma redação, ia terminar ontem, mas fiquei com muito sono.

— Termine e vamos tomar café juntas, tenho que ir ao templo hoje.

— Tudo bem. Estou quase. – Beijei a testa dela e quando fui me afastar, ela me puxou e abraçou apertado.

— Amo você, princesa.

— Amo você, papi.

Deixei-a se concentrando e fui ao quarto de Lu. Ela estava sentada na cama, cabelinhos bagunçados, esfregando os olhos, com o bico na boca e segurando um ursinho de pelúcia. Logo que me viu, ergueu os bracinhos e eu a peguei no colo.

— Bum dia, papi.

— Bom dia, meu bebê. Como essa delícia gordinha passou a noite? – Ela gargalhou quando fiz cócegas bem sua barriguinha.

— Bem, papi. Quelo mimir masi. – Ela disse e escondeu o rosto na curva do meu pescoço.

— A papi vai para o templo, depois do café sua irmã e você podem dormir. Sua mãe deve estar cansada também.

— Putê? – Ah... como explicar que a mãe dela fez sexo comigo a noite toda... se bem que isso não precisa de muita explicação.

— Ela acordou com preguiça também, amor... não sei o porque disso.

— Tendi. Vamo icovar?

— Vamos! – Entrei no banheiro com ela. — Quer pipi? – Ela assentiu. — Vou ficar de costas e você faz. – A coloquei perto do vaso e fui colocar pasta na escova dela. Depois de um tempo, ela já estava puxando minha blusa e eu a peguei. Ajudei-a se escovar e a deixei no quarto trocando o pijama. A mesa estava posta, de maneira farta como Lauren adora ter. Fora que o cheiro das panquecas dela estava maravilhoso, minha barriga roncou fortemente.

Lauren estava escorada no batente, levando o copo de suco boca, aparentemente, o suco era de pêssego. Ela tinha um sorriso nos lábios e parecia pensativa.

— Bom dia. O que minha linda esposa tem nos pensamentos? – Ela emaranhou as mãos nos cabelos e os colocou para trás. Ela tinha camisa e cueca minhas cobrindo seu corpo.

— Ótimo dia, mas estou pensando na noite passada. – Eu sorri e fiquei em frente a ela, ficamos sorrindo uma para outra.

— A minha foi incrível. – Eu disse e beijei a mão dela.

— Incrível é pouco. – Ela deixou as mãos no meu peito. — Eu dormi tarde e acordei com um ânimo divino. Camz, eu me sinto tão plena ultimamente. E a culpa é sua. – Ela disse e tocou a ponta do meu nariz.

— Acho que com essa culpa eu consigo conviver. – Eu disse e selei nossos lábios. Ela levou a mão a minha nuca e aprofundou o beijo, confesso que mesmo que tenham se passado todos esses anos, o gemido quando nossas línguas se encostam, sempre escapa. O frio na barriga e o meu coração acelera. Nossas línguas se acariciavam e minhas mãos pousaram na cintura dela.

— Eca! – Ouvimos nossas filhas e nos afastamos. Elas vieram cumprimentar a mãe e eu fui ocupar meu lugar.

— A mama fez panquecas. – As meninas se olharam e sorriram.

— Pantetas. – Lu disse pulando no colo de irmã.

— Panquecas... panquecas... panquecas... – Bia disse e veio pulando com irmã pulando em seu colo.

— Nossa... que sucesso estou fazendo. – Lauren estava com a alegria estampada no rosto.

— Pantetas da mama são as meloles.

— Melhores eveeeer. – Bia disse.

Foi assim que curtimos o nosso café. Depois me vesti para ir ao templo.


×××


Quando estávamos nos organizando no palco do templo e um jovem entrou correndo. Sentou-se e estava atordoado,
caminhei até ele.

— O que aconteceu, meu filho? – Ele estava abalado.

— Ela terminou comigo... ela não pode. Eu a amo tanto, não vou conseguir sem ela...

— Trás uma água pra ele, Mark. – Ele assentiu e eu repousei minha mão no ombro dele. — Se acalme, filho. Você não vai pensar direito. Quem sabe ela só precise de um tempo para pensar.

— Não. Ela disse que está há meses conversando com um cara e mesmo que não tenha me traído fisicamente, eles têm uma conexão. – Ele se desandou o chorar mais e me entregou o copo. — Eu a amo tanto e isso é tão injusto.

Ouvi barulhos e o templo começou encher. Lauren e as meninas chegaram. Fiquei as encarando até que elas chegassem ao eu lado.

— Amores? Aconteceu alguma coisa?

— Não. Só queríamos passar o domingo todo juntas. – Lauren disse e eu beijei a testa das três.

— O tê voxê tem? – Lu perguntou para o garoto.

— O deixe, bebê. Ele está machucado.

— Tá dodói? – Ela perguntou e ele assentiu. — Fica tiste não... loguinho paxa. – Ela disse e ele sorriu.

— Passa sim. Você é linda.

— Bligada. – Ela disse e corou, indo sentar ao lado da mama dela.

— Fique conosco, filho. Quero conversar com você hoje. Fique aqui e escute minhas palavras.

— Tudo bem... eu nem sei por que entrei aqui, mas vou ficar.

— Eu sei perfeitamente porque entrou aqui você precisa de ajuda e eu vou tentar te ajudar. Ok?

— Ok.

Então... eu tinha que programar uma conversa completamente diferente, pois se ele entrou aqui, mesmo que involuntariamente, ele precisa de luz.

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