Capítulo 91 - A ciumenta

1.1K 76 5
                                    

Verônica Iglésias  |  Point of View





— Lukas! O que eu disse sobre esses brinquedos espalhados na sala?

— A pãe disse que alumava...

— Ótimo, Keana. Pensei que tínhamos concordado em distribuir algumas responsabilidades com ele.

— Ele parece tanto com você, amor. Ele só vai fazer três aninhos e eu não sei dizer não para ele.

— O problema é que ele sabe disso. – Eu disse e revirei os olhos. — Preciso de ajuda, querida.

— Lu... junta suas coisas na caixinha, ok? Essa é sua tarefa agora.

— Ta bom, pãe.

— Obrigada. – Eu disse sentando na bancada e Keana colocou uma taça de sundae na minha frente. — Uau...

— Eu vi o jeito que você assistiu aquele comercial... ficou parecidinho, mas tem meu ingrediente especial.

— Hum... – Eu levei uma colherada a boca e estava divino. — Maravilhoso, amor. Que ingrediente é esse? – Eu me inclinei e selei nossos lábios.

— Não é óbvio? – Eu arqueei uma sobrancelha. Acho que deve ser rum... — O amor, baby.

— Aaaah. Você é tão fofa, amor. Assim não consigo me controlar. – Eu levantei e fui abraçar ela. Depois selei nossos lábios e dei início a um beijo intenso. Suavemente ela envolveu minha cintura com seus braços e relaxando o corpo, se escorando na bancada.

Algum tempo depois, meus pulmões ardiam pela falta de oxigênio, nos afastei, mas ela me puxou de novo.

— Preciso respirar... – Eu disse e ela sorriu, beijando meu pescoço.

— Lembrete... fazer sundae com frequência nessa casa. – Eu gargalhei.

— Sua boba.

— Pontinho, mãe... na caxinha.

— Lindo, gatinho. A pãe fez um mega sorvete para você.

— Ebaaaa. – Ele correu para a bancada e ergueu os braços para Ke o colocar sentadinho ali.

O interfone tocou e atendi.

— Oi V. É a Lauren e estou com a família toda no seu portão.

— Keana já vai, Lo.

— Ok. – Quando eu disse Lo, Lukas já me encarou rapidamente.

— Abri o portão para Milão, amor. – Ele já abriu um sorriso enorme.

Logo elas estavam na sala e fomos para lá. Cumprimentei todos e Lukas também, deixando Luana para o final.

— Oi Lu... – Ele disse corado e sorrindo. Ela do mesmo jeito sorridente dele escondeu um pouco do rosto na perna da mãe.

— Oi Lu. – Camila estava vermelha de raiva, mas Lauren já a avisou para não se meter nas interações deles, pois é algo completamente inocente.

— Pãe fezi sovete pa eu. Qué?

— Queio... – Ela disse e ele estendeu a mão para ela, que pegou e se foram para cozinha. Keana foi atrás deles.

— Esse dia está cheio de emoções. – Camila disse e eu gargalhei.

— Meu garotão não perde tempo. – Vero disse orgulhosa do filho.

— Mas vai perder o pinto. – Camila disse e eu parei de rir.

— Parem vocês duas. – Lauren disse e sentou no sofá. — Só viemos dar um oi, V.

— Por quê? – Disse decepcionada.

— Papi vai me ensinar a andar de skate, dinda. – Bia disse e sentou no meu colo.

— Olha... já contou que treinou?

— Todo mundo sabia disso? – Camila perguntou... exagerada.

— Sim. Só os neuróticos possessivos não podiam saber. – Camila revirou os olhos e Bia riu, escondendo o rosto na curva do meu pescoço.

Ficamos conversando e eu notei que ela havia dormido.

— Acho que ela dormiu.

— Sim. Ela acordou muito cedo para o treino e não quis dormir depois do almoço por conta da ansiedade de andar com a Papi mala dela.

— Hey! – Camila exclamou e acabamos rindo. — Alguém naquela casa tem que me amar, né? – Camila disse e Lauren ficou séria.

— Não seja dramática – Eu disse e ela levantou.

— Vou ver aqueles dois.

— Keana está lá. Relaxa.

Ela me ignorou e segui a conversa com Lauren. Logo já estava com Lu no colo e o meu Lu caminhou atrás dela. Camila sentou no sofá e Lukas sentou ao seu lado.

— A dinda ama você, filho. – Camila disse. — Mas dá um tempinho...

— Camila! – Lauren repreendeu ela e Bia acabou acordando. — Vamos ao parque logo, antes que a Camila tenha um AVC. – Eu tive que rir e nos despedimos.



Lauren Jauregui  |  Point of View




Depois de sair da casa de Vero, entramos no carro e eu liguei a DVD para as meninas.

— Já não conversamos sobre tratar o Lukas mal?

— Eu disse que amava ele.

— Camila... eles só tem dois anos...

— Vão fazer três.

— Acha mesmo que ele pensa como você? Eles são inocentes.

— Ela é inocente...

— Eles são e quando visitarmos a sua amiga você tem o dever de respeitar o filho dela. É a última vez que vou falar disso, na próxima vai ter castigo e vai ser pesado.

Ela assentiu freneticamente e logo chegamos ao parque. Bia ajudou a irmã a soltar-se da cadeirinha e elas desceram
do carro, correndo para pista. Camila estava as observando.

— Nem lembro mais como anda de skate. – Ela disse e eu sorri.

— Deve ser como bicicleta.

— Tomara.

— Ela disse eu fui descer do carro, mas ela puxou meu braço e ficou com o rosto próximo ao meu.

— É um pecado eu ter uma mulher linda dessas e não a ter beijado decentemente. – Passei meu dedo por seu pescoço e pousei minha mão na nuca dela.

— Sim... se alguém não desse tanta atenção as filhas e lembrasse que é casada, talvez isso fosse evitado.

— Desculpe, amor, mas realmente estou entendo que... Elas cresceram. Tenho sido um péssima esposa, mas vou
mudar.

— Eu sinto sua falta, Camz. Não temos uma conversa com mais de dez minutos a semanas.

— Me perdoa, Lauren. Segunda vou fazer uma meditação, colocar as ideias no lugar e organizar uma rotina para mim. Prometo a você, amor. Você não merece uma esposa psicótica e ausente e não terá.

— Quero só ver. – Ela me puxou pela nuca e minhas pernas tremeram. Ela vai fazer isso por mais dez anos e não vai mudar a sensação que me causa... ela é minha perdição.

— Eu amo você, Lauren. – Ela me deu vários selinhos.

— Eu amo você, Camila.

Descemos do carro e ela colocou o braço sobre meus ombros quando ficamos lado a lado, agarrei a cintura dela.

TramaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora