Capítulo 33 - Passado

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Lauren Jauregui  |  Point of View





— Lauren! – Camila me despertou.

— Sim...

— Nossa! Você começou a chorar e não me respondia. Que susto! O que houve? – A abracei forte...

— Desculpe, Camila. No dia em que você se despediu de mim, eu queria ter ido atrás de você, queria te dizer o quanto eu também te amava e que você tinha que ficar comigo... eu só não consegui.

— Esquece isso, Lauren. Nós prometemos deixar o passado no passado.

— Vou esperar você... – Entreguei meu endereço pra ela. — Se quiser me mandar alguma carta. – Ela pegou e guardou no bolso.

— Eu vou. Pode deixar... e quando chegar... quero uma resposta sincera.

— Sobre? – A voz mecanizada soou e anunciou meu vôo.

— Seu vôo já vai sair. Eu amo você, Lauren.

— Eu também amo você, Camila. Não demora! É sério!

— Não vou... prometo. – Ela disse e selamos os lábios.

Eu acenei pra ela antes de entrar no corredor e voltar pra minha cidade... ela me mandou um beijo.

Acho que eu teria que conversar com minha amiguinha.

Acordei e aceitei o jantar. Estava morrendo de fome... mas acho que a saudade de Camila, mesmo que tão pouco tempo de separação, me consumia mais.

No avião... eu fiquei um pouco decepcionada por Camila não ter rotulado nossa relação. Eu sei... é muito rápido, mas o que eu responderia se me perguntassem como estamos? Sempre achei tão superficial o estamos bem. Acho que ela não pode me pedir estando lá... que loucura! Cabello monge.

Eu fui muito idiota! É ela! Sempre foi ela... eu não devia ter duvidado disso. Dela! Eu não devia ter duvidado dela!


×××


Minha mãe me buscou no aeroporto, lógico que eu já havia contado sobre tudo... ela estava mais feliz que eu.

— Mãe... porque você nunca me falou sobre a Camila? Vocês se comunicavam.

— Lauren... você era muito arredia sobre ela. Não queríamos discutir com você.

— Entendo... me deixe na casa da Lucy. Quero conversar come ela.

— Ok. Mas não demore, seu pai está fazendo o jantar no seu apartamento.

— Não vou...

— Leve ela. O Tyler vai ir.

— Acho que ela não vai ir. – Ela fez uma cara de duvido muito. Ela não rejeita comida de graça. Fiquei em silencio.

No percurso até o quarto dela, fiquei mentalizando como começaria nossa conversa.

Abri a porta com a minha cópia da chave e ela estava atirada no sofá, lendo o jornal.

— Oi. – Ela virou e sorriu pra mim.

— Laur... como senti sua falta. – Ela disse e me abraçou, depois de correr até mim.

— Como ficou?

— Levei. E você?

— Foi muito bom esse tempo lá.

— Foi? E o nosso plano?

— Sabe, Lu... eu não tive coragem.

— Viu, Lauren. Eu disse que tinha que ser comigo. Podemos voltar lá e tentar.

— Acho que não é mais necessário.

— Não?

— Não. Camila conversou comigo... eu escutei ela... eu juntei todos os fatos.

— O que ela inventou? Não acredite nela, Lauren. Ela é a mesma galinha manipuladora.

— Ela? Acho que não precisa mais mentir, Lucy.

— Do que está falando?

— Tyler... minha mãe... Camila... são tantos fatos contra você. Nem adianta tentar.

— Ótimo. Culpada! Qual meu delito? – Ela disse voltando a sentar no sofá.

— Você gostava da Camila?

— Gostava! Não me condene! Toda a escola queria ela... e eu estava de olho nela muito antes de você a amarrar.

— Foi um consenso, Lucy. Eu amarrei ela porque ela quis ser amarrada... por mim.

— Isso era injusto, Lauren. Eu fiz de tudo pra ficar com ela... custava esperar ela me dar uma chance?

— Porque você não me contou?

— Achei que acabaria algum dia...

— Nossa! Grande amiga.

— Oh céus, Lauren. Tudo você! Você! Você! A melhor amiga, a melhor aluna, a melhor dançarina, a melhor filha... poxa! Ela nem fazia seu estilo. Virgenzinha e recatada. Ela combinava muito mais comigo e você levou ela na mão grande...

— Mas eu nem sabia... você nunca me falou sobre ela.

— Eu não queria ser fracassada. Eu contaria quando conseguisse.

— E você é tão egoísta a ponto de me deixar acabada? Um lixo? Me sentindo usada? Só pra ter sua grande chance?

— Eu era louca por ela... faria qualquer coisa.

— E hoje? Você faria tudo?

— Ela está aqui? – Ela me perguntou rápido, respondendo minha pergunta.

— Não... – Não posso dizer que estou ficando com Camila... vai saber o que essa louca faria.

— Lauren... eu gosto de você. Qualquer coisa que eu falei... fora o assunto Camila... foi sincero. O problema é que eu amo ela. Sempre amei. Então... não duvide da minha amizade... mas vou ser sincera... cuide bem dela, caso ela volte.

— Bom... pelo menos você foi sincera...

— Mas você não quer mais ser minha amiga.

— Nunca fomos amigas, Lucy. Pena que eu só percebi isso hoje. Amizade não é título... é conteúdo. Acho que nunca tive sinceridade de você.

— Ela continua a mesma?

— A mesma delícia de sempre. – Eu disse levantando. — Bom... você é minha amiga, então é de praxe que eu conte pra você como foi minha primeira vez e como eu escolhi o momento certo para isso.

— Lauren, eu não quero saber.

— Claro que quer... você sempre me perguntou como tinha sido.

— Não, Lauren.

— Sim. Você não me perguntava? Bom... eu decidi olhando ela no pátio da escola. A gente devia estar conversando, você devia estar falando comigo, mas eu só conseguia ficar olhando ela e mandando beijos.

— Eu me lembro disso.

— Sim... ela estava falando sobre algo com os meninos, mas estava me olhando de forma tão doce... só senti ali que era ela. Eu nunca tinha pensado no futuro, mas qualquer caminho depois daquilo não importava, eu queria lembrar dela como minha primeira pessoa. Então... eu pedi pra ela me levar pra jantar e me buscar de carro. Esperei a mesma Camila largada e com chinelo...

Continua...

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