Capítulo 99 - Reencontro 2

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Lauren Jauregui  |  Point of View




Após um banho, estávamos no carro e como de costume, Camz sentou no carona, esperou que eu sentasse e puxou meu cinto, pois segundo dela, eu sempre esqueço. Depois pôs o dela e sorriu ao me olhar.

— Eu senti tanto a sua falta. – Eu disse suspirando e ela fechou os olhos. — Você fecha os olhos sempre que eu falo alguma coisa.

— Eu tinha até me esquecido o quanto é bom sentir o que você diz, pois eu sempre sinto...

— Aquele arrepio na coluna e o frio na barriga. – Dissemos juntas e acabamos sorrindo.

— Droga! Preciso sair logo dessa garagem ou vou desistir de te dividir com as meninas. – Ela gargalhou.

— Coitadas, amor. Eu estou com saudade delas.

— Eu sei... – Eu disse ligando o carro.

— Não faz bico, Sra Cabello.

— Não estou fazendo. – Ela desprendeu o cinto e me abraçou.

— Senti saudade das suas manhas. – Acabei sorrindo e aproveitando o abraço, mas tive que sair, pois a historia de desistir é mais que verídica.

Paramos em frente ao prédio da escolinha da Lu, que sai sempre meia hora antes da irmã e Camila esfregava as mãos.

— Eu estou suando, não sabia que ficaria tão ansiosa. Ela cresceu muito?

— Não. Continua aquela coisinha gordinha e mega fofa, falando tudo errado.

— Ainda bem. – Ela disse emocionada. — Não me perdoaria se meu descontrole me privasse do crescimento delas.

— Hey... está tudo bem e no lugar agora. – Apertei a mão dela. — Não se martirize.

Ela assentiu e eu desprendi nossos cintos, limpando as lágrimas de seu rosto e selando nossos lábios.

Descemos do carro e entrelaçamos os dedos para entrar no prédio. Ficamos na frente da porta e Camila bateu na mesma, pedindo licença e ganhando um sorriso exagerado na professora de Lu. Entrei atrás dela e a professora me cumprimentou com um sorriso bem menor.

— PAPI! – Voltei atenção para o fundo da sala, onde um pequeno furacão correu em direção de Camz, a mesma abriu os braços e se abaixou, abraçando a filha que chorava e sorria ao mesmo tempo. — Viu mama? A Papi vultô. – Ela disse e eu assenti, abobada com as duas, mas Lu se afastou de Camz e colocou a mãozinha na cintura, apontando o dedinho para a Papi dela. — Voxê demolô. Plometeu errado. Tô bem blaba com voxê. – A professora e eu nos olhamos e rimos.

— Me perdoa, pequena. Eu fiz o possível para voltar, mas agora estou aqui e não vou a lugar nenhum sem você. – Ela arqueou uma sobrancelha e analisou Camila.

— Plomete pla valê? – Ela perguntou e Camila ergueu o mindinho.

— Prometo! – Lu entrelaçou o dela e abraçou Camila forte.

Quando dei por mim, todos haviam saído e Lu e Camz estavam em uma troca de carinhos, sorrisos e declarações.

— Vamos, amores? Bia deve estar esperando. – Camila pegou Lu no colo e caminhou até sua mesa, juntando seus
materiais e colocando na mochilinha dela.


×××


Chegando a escola de Bia, deixamos o carro no estacionamento e Lu estava agarrada a Camz assim que desceu do carro. Lu literalmente está contando em detalhes tudo que aconteceu durante dos meses que Camila esteve fora.

— Vem, Lu. Senta aqui com a mama. Deixe sua Papi encontrar sua maninha. – Ela assentiu e sentou-se ao meu lado, abraçando meu braço e eu nos acomodei melhor, pois tenho certeza que vou chorar.

Camila esfregava as mãos nas laterais das calças e o sinal soou. Bia saiu pelo portão, ela estava rodeada das amigas e parou quando enxergou Camz. Largou a mochila no chão e começou a chorar. As amigas perguntaram se ela estava bem, mas Camz apressou o passo e abraçou Bia, que continuava sem ação.

— Que saudade, princesinha! – Camila exclamou, erguendo Bia e a rodopiando no ar. Bia abraçou o pescoço dela e gargalhou, mesmo soluçando. — A chata da papi voltou. – Camz disse e as amigas de Bia também estavam emocionadas com a cena. Até comemoram com palminhas.

— Eu nunca mais vou te chamar de chata, papi. Eu nunca me senti tão mal na vida como nesses dias... eu não posso ficar sem minha papi. – Bia disse e abraçou Camz, chorava de soluçar e Lu estava com a expressão preocupada, pois não entendia o que acontecia de fato.

— Eu não vou mais sair do lado de vocês, amor. Não vou suportar isso de novo. – Camila disse e beijou a testa da filha, a ajeitou no colo e a carregou até nós.

Fomos para o carro e Camila sentou atrás para conversar com as meninas. Bia não falava, apenas alisava o braço de Camz, pois elas estavam separadas pela cadeirinha de Lu, que continuava empolgada contando tudo que havia acontecido.

— Vamo pá Disnê minhã? – Lu perguntou e Camila sorriu.

— Amanhã não, mas logo iremos. Vamos passar no templo que a papi ficou, pois meu mestre quer conhecer vocês.

— Eu já estou de saco cheio de ouvir falar em templos e em mestres. Eu não entendo nada desse budismo, mas já odeio. – Bia disse.

— Bianca! Respeite sua mãe.

— Mas é. Ela fica uma caralhada de tempo fora...

— Bianca... não use esse linguajar. Não tem problema não gostar, religião é algo complicado e você é nova demais para entender o que a minha fez por mim. – Camila disse e eu voltei à atenção para a estrada.

— Desculpem... eu não quis ofender. Só senti sua falta.

— Eu também senti a sua, mas eu não estava lá por causa do budismo, estava lá por que eu estava adoecendo. Não posso deixar que você julgue o budismo por meus erros.

Depois disso o carro ficou em um silêncio totalmente desconfortável.

— Pelo meno vamo pá Disnê, né? – Lu disse e caímos na gargalhada. Até Bia não se conteve.

Ela revirou os cabelos da irmã e segurou a mão de Camz mais uma vez. A mesma sorriu, pois minha esposa é iluminada, não guarda rancores. Bem diferente de mim.

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