Capítulo 79 - Casais

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Verônica Iglésias  |  Point of View




Acordei com um raio de sol que invadiu atrevido a fenda de minha cortina. Espreguicei-me, peguei meu celular,
cheguei as mensagens e ligações. Em maioria de Lucy.

“Vamos sair hoje, Vero. Faz semanas que você está me ignorando. Eu estou surtando sem você, Vero. Me dá logo uma chance. Vou te esperar no japonês que jantamos no nosso primeiro encontro. Sinto sua falta.”

— Droga! Que merda. – Disquei o número de Lily. Depois de pensar muito, acabei teclando o botão de chamada... três toques.

— Hey V.

— Lily... não sei se você vai entender, mas eu estou ferrada.

— A Lucy. Deve ter voltado...

— Exatamente. Ela... a gente transou, mas na manhã seguinte... me senti culpada. Camila me deu uma lição e acabou me colocando entre a cruz e a espada. Não quero perder o convívio com elas e amo a Lucy. Desculpe.

— Não se desculpe. Isso é escancarado, V. Eu aceitei nosso término porque nunca seríamos nós duas... eu sentia o fantasma dela o tempo todo.

— Eu não queria que fosse assim. Eu queria amar você na mesma intensidade.

— Não se escolhe quem se ama, V. Se fosse fácil assim.

— Eu pedi um tempo... faz uns dias que estou enrolando ela.

— Se joga, V. Da um trato naquela puta, você não precisa assumir nada ainda, vai aproveitando com ela... Camila não é injusta, caso mais para frente você decida que Lucy te merece, Camila vai dar um jeito... vocês vão dar um jeito.

— E se Lucy só quiser se aproximar de Camila?

— Você não é mais aquela garotinha iludida, V. Você amadureceu, tanto que está pensando, se você fosse a mesma de antes, estaria com ela faz tempo. Aprendemos com os erros, se joga.

— Você é incrível, pequena. Nem acredito que você me deu esses conselhos.

— Somos amigas, V. Eu vou te levar pra sempre no meu coração.

— Eu também, pequena. Vou visitar ela então.

— Boa sorte e qualquer coisa, estou aqui.

— Obrigada. Você também.

Depois de uns segundos, ela encerrou a ligação.

Tomei um banho e coloquei uma cueca feminina, bermuda e uma camiseta do AC/DC. Passei um perfume e comprei um café, logo está interfonando.

— É a Vero, Lucy. Trouxe o café. – Não demorou um minuto e ela estava de pijama, abrindo o portão. Olhinhos inchados e cabelos bagunçados.

— Oi. – Ela me abraçou e ficamos assim por um tempo. — Senti sua falta.

— Está com fome? – Ela mordeu meu pescoço.

— De você. – Ela disse e eu me arrepiei toda.

Ficamos nos encarando... eu a puxei pela nuca e encostamos nossos lábios. Tentei adentrar a boca dela, as ela se afastou.

— Não me escovei.

— Não me importo.

— Mas eu sim.

Ela pegou minha mão e trancou o portão. Ela foi para o banheiro e arrumei a mesa para nós.

Sentei na pia a esperando, logo ela estava a minha frente, cabelos presos e sorrindo.

— Porque voltou? – Ela perguntou sorrindo... ela estava diferente.

— Cansei de adiar o inevitável.

— Quase surtei. – Ela selou nossos lábios e me abraçou de novo. Ficamos assim um tempo, depois tomamos o café.



Camila Cabello  |  Point of View




Eu estava organizando umas cartas que havia recebido do templo, ainda bem que o templo recebia muitas visitas, não sabia que na cidade havia tantos budistas, e fora os das cidades vizinhas que vinham meditar por dias. Os governantes da cidade queriam mudar meus métodos, pois viram o templo como um modo de trazer mais turistas a cidade, mas capital não é o objetivo do meu templo.

O celular tocou... era minha esposa.

— Oi amor.

— Oi Camz. Não fique nervosa, mas você pode vir para casa?

— Aconteceu alguma coisa? – Eu disse tirando meu manto vermelho e pegando as chaves do carro.

— Dirige com calma.

Ela disse e desligou. Meu coração estava acelerado, mas dirigi com calma... mesmo que minhas mãos estivessem tremendo, eu devia chegar ela para poder ajudar.

Cheguei na nossa casa e estranhei as cortinas fechada, entrei senti um cheiro de bom... Lauren estava sentada no sofá da sala, com uma cinta-liga preta... linda. A mão segurava uma taça de vinho tinto e ela sorriu quando me enxergou.

— Desculpa se te assustei.

— Não precisa se desculpar.

— Bom... são duas horas... consegui uma folga, pedi para seus pais pegaram Bia na escolinha, depois das oito eles a trazem aqui, pois acho que precisamos de um tempo só para nós. – Sentei ao lado dela e fiquei a encarando de cima a baixo. Lauren... tão gostosa. — Não vai falar nada?

— Gostosa. – Ela sorriu e deslizou o dedo por minha nuca, me arrepiando inteira.

— Você fica uma perdição com essa roupa branca. Tão soltinha, parece a do dia do nosso casamento. Por isso me sinto descontrolada quando te vejo com ela. Isso é errado.

— Acho que é bom perder o controle.

— Acha?

— Sim... – Ela abriu os botões de minha camisa. Serviu uma taça para mim e me entregou. — Vira para a guarda. – Eu
virei ela tirou minha camisa e começou a me massagear.

— Que delícia. – Eu disse depois de tragar um gole do vinho.

— O primeiro que saiu da nossa adega. Estréia.

— Falei das suas mãos. – Ela ficou de joelhos atrás de mim e deslizou as mãos por meu peito e arranhou minha barriga, beijando minha nuca.

— Você não precisa ir para o templo tão cheirosa. – Ela disse e eu tomei mais vinho.

Ela deslizou mais para baixo e desabotoou minha calça, arranhando minhas coxas... Terminei de tirá-la e me virei para ela, ficando com o rosto perto do abdômen dela... depositei beijinhos por ali e arranhei suas costas... fiquei olhando aquela cinta e deslizei meus dedos por dentro dela, você parando na meia que terminava a cima de seu joelho.

— Você não pode rasgar essa... – Ela disse colocando as mãos sobre as minhas.

— Como você adivinhou?

— Seu olhar está te entregando.

— Como está meu olhar? – Eu disse a encarando. Ela se inclinou e mordeu meu lábio inferior.

— Faminto.

E ela estava lendo bem meu olhar... eu estava faminta mesmo. Por ela sempre vou estar…

TramaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora