Capítulo 66 - Adeus

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— E Bia? – Ela perguntou.

— Está dormindo. Agora nunca vou tirar da cabecinha dela que meditar e dormir são coisas diferentes. – Ela soltou uma risadinha. Ela tocou minha mão e eu a tirei de perto dela.

— Vai ser assim?

— Vai. – Ela tirou os óculos e me encarou. — Não consigo fingir que está tudo bem ainda mais depois da cena comovente que presenciei neste jardim... não tem como.

— Ok! Camz me desculpe. Eu não planejei o que aconteceu aqui, eu só estava brincando com minha filha...

— Nossa filha e seu ex.

— Meu ex, Camila. Eu confio nele, ele é meu amigo... você fala como se fosse recente... faz tanto tempo. Você não acredita na nossa amizade? É tão surreal ser amigo de um ex?

— Eu o odeio, Lauren.

— Porque aceitou?

— Porque não tive escolha.

— Eu perguntei para você e você disse que estava tudo certo.

— Depois mudei de ideia. E você sabe.

— Eu já tinha o convidado, Camila...

— E como você não pode magoar o amiguinho... – Eu disse levantando.

— Camila...

Novamente a deixei sozinha.




Lauren Jauregui  |  Point of View




Camila saiu. Nunca vi a Camila tão transtornada e achei que nada que eu argumentasse, bastaria para ela. Tirei o
celular do bolso e disquei o número de Tyler. Chamou algumas vezes.

— Hey Laur...

— Oi Ty... – Esse não é o tipo de conversa que é fácil de ter.

— A Camz está irritada comigo ainda? Ela está bem? Eu fiz algo errado?

— Camila está muito irritada... eu acho melhor você não vir mais aqui.

— Mas e a Bia? Sou padrinho dela.

— Ty... eu não queria fazer isso, mas eu não posso arriscar meu casamento. Camila não se sente bem com essa situação.

— Laur... nós juramos estar sempre um para o outro... não importa o que acontecesse.

— É a Camila, Ty. Você sabe que eu faço qualquer coisa por ela.

— Isso é extremamente injusto. Eu amo a Bia, adoro você e... você é minha única amiga de verdade.

— E você é o único que permaneceu comigo. Até nos tempos nebulosos você me aturou. Mas na cabeça da Camila nossa amizade não pode ser sincera, por mais que eu adore você, tenho que fazer isso... sobre a Bia, vou passar essa responsabilidade para Camila. O que ela decidir sobre a relação de vocês, vou apoiar.

— Eu entendo... nossa. Senti um tesãozinho quando ela me expulsou daquele jeito. – Eu gargalhei.

— Para idiota! É sério.

— Sério... eu estava acostumado com ela calma... me ignorando... falando devagar... quando ela chegou gritando e falando rápido... céus! Que calor me deu.

— Para de bobagem!

— Tudo bem... vou acatar sua decisão, não de bom grado, mas você é a mestre do seu destino.

— Mestre do destino? Está mesmo se interessando pelo budismo?

— Muito... estava super empolgado, iria pedir para Camz me ajudar, mas pelo visto, ela iria me estrangular quando eu fechasse meus olhos.

— Desculpe por isso. É um ciúme... uma mágoa por tudo que não vivemos e eu entendo a situação geral, mesmo não
concordando.

— Eu entendo também, Laur. Só continuo não aceitando o fato de você ter contado que transamos... foi tão sem necessidade e agora terminamos a amizade de... contando o tempo de namoro... doze anos.

— Precisei ser sincera sobre tudo, Ty. Eu disse que não significou nada, mas ela não acha que seja uma coisa banal.

— Estávamos duros de cachaça... não lembro nem como entrei no quarto... significou a pior ressaca da minha vida.

— Nem me lembra... minha cabeça lateja só de lembrar. – Ficamos em silêncio por um tempo.

— Precisamos dizer adeus... acha que é uma coisa definitiva?

— Não sei. – Eu disse.

— Adeus, Laur. Espero que tudo dê certo para você e que você seja muito feliz... e eu te adoro e amo muito aquela pequena. Não se esquece disso.

— Desejo tudo de melhor para você também. E obrigada por entender.

— Não agradeça.

Depois de uns segundos encerrei a ligação. Fiquei sentadinha ali, analisando a conversa toda novamente.

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