I'm not the only one - Vinnie Hacker

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  O pai de Cassie estava do outro lado da sala com uma cara nada boa, eu liguei para ele assim que cheguei ao hospital pois o mesmo precisava saber o que acontecia com sua filha, ele estava em uma longa viagem e deixou a garota sozinha durante todo esse tempo, podia ver que ele se sentia culpado por ter a deixado, mesmo que estivesse na cidade vizinha.

  -- Acompanhantes de Cassie McKay? - um doutor baixinho que parecia ter o dobro da idade do pai de Cassie se aproximou de mim e Olívia e me levantei em um pulo juntamente com o mais velho do outro lado da sala.

  -- Sim. - falei em uníssono com seu pai e o médico nos encarou.

  -- A senhorita McKay está estável, conseguimos reanima-la e tratamos de seus ferimentos, mas infelizmente o... - uma mulher com roupas azuis de enfermeira chegou e tocou em seu ombro o olhando profundamente, como se fosse um sinal ou algo do tipo.

  -- O que foi? O que aconteceu? - o mais velho perguntou ao meu lado e senti minha cabeça latejar.

  -- Ela já está acordada, podem vê-la e... Conversem com calma. - falou com a voz suave e assenti rapidamente com a cabeça. - Posso deixar que apenas os dois vão, um de cada vez. - completou olhando para Olívia e a mesma assentiu e se sentou novamente na cadeira.

  -- Por aqui. - a enfermeira deu um sorriso de lado simpático e apontou para aquele longo corredor em que já estive da outra vez que Cassie esteve aqui.

  Minhas mãos tremiam e eu suava frio, minha respiração começava a ficar acelerada novamente e eu implorava aos céus para que estivesse tudo bem com Cassie.

  -- Eu vou primeiro. - o mais velho disse e já foi entrando pela porta marrom do quarto 15, suspirei e apertei os olhos com força, cruzei os braços e me encostei em uma parede, esperava que ele não demorasse muito pois aquela ansiedade começava a aparecer.

  Pensava em mil e uma maneiras de como poderia me aproximar dela, não queria que ela ficasse agitada ou pior do que já estava, queria apenas que ela soubesse que eu estaria ali para qualquer coisa que acontecesse.

 
  Dez longos minutos se passaram enquanto eu tentava não invadir aquele quarto pra saber o que estava acontecendo, a grande janela de vidro estava coberta pela persiana do lado de dentro então eu não conseguia ver absolutamente nada do que estava havendo.

  Já estava quase enlouquecendo quando a porta se abriu e o pai de Cassie saiu, seus olhos estava avermelhados e ele parecia cansado, como se tivessem tido uma longa conversa.

  -- Como ela tá? O que aconteceu? Por que essa cara? - perguntei tudo rapidamente, sua expressão era de tristeza e pânico ao mesmo tempo.

  -- Pode entrar, seja cuidadoso por favor. - foi só o que o homem disse antes de sair dali e me deixar sozinho.

  Puxei todo o ar a minha volta e segurei na maçaneta, girei a mesma e entrei, meu olhar foi de encontro ao de Cassie e a mesma sorriu de lado, havia cansaço em sua face e podia ver que ela quase pegava no sono, provavelmente por causa dos remédios.

  -- Oi. - me aproximei lentamente de sua cama e parei ao seu lado.

  -- Hey, parece que você teve que vir de novo né. - soltou uma risadinha e segurou minha mão, seu toque era fraco e suas mãos estavam quase tão gélidas quanto o inverno mais intenso de Washington.

  -- Você tá bem? - perguntei em relutância, não queria a aborrecer com perguntas idiotas.

  Haviam pequenos cortes por seu rosto, hematomas eram evidentes em seus braços e pescoço, a culpa tomou conta de mim e pensei em mil jeitos diferentes de matar quem fez aquilo.

  -- Claro, pronta pra próxima. - soltou uma risadinha e senti um grande aperto no peito, sabia que ela estava apenas disfarçando para que pensássemos que ela não estava tão mal, odiava quando ela fazia isso.

  -- Me desculpa por não estar lá com você, eu não deveria te deixado sozinha. - meus olhos arderam e ela negou com a cabeça.

  -- Calma, está tudo bem, não tinha como você prever isso. - acariciou minha mão com seu polegar na tentativa de me acalmar.

  Só então percebi que havia uma pequena espécie de foto ao lado de sua cama, um daqueles raio-x que sempre tiram, mas não era um raio-x comum, meu coração acelerou ao reconhecer o que tinha na imagem.

  Olhei em volta novamente percebendo uma pequena câmara um pouco afastada de sua cama, como se fosse um pequeno berço.

  Berço.

  O quarto tinha detalhes rosas e brancos  e havia uma pequena pulseira vermelha no pulso de Cassie, um grande nó se formou em minha garganta e um grande desespero tomou conta de mim.

  -- O q-que é aquilo? - perguntei sentindo minha respiração falhar e apontei para a imagem azul com preto.

  -- Eu... Perdi. - deu deu ombros e forçou um pequeno sorriso de canto, mordi o lábio inferior e meu coração parecia querer sair pela boca.

  -- P-perdeu? - perguntei e foi inevitável controlar as lágrimas que escorriam por meu rosto.

  Um grande vazio tomou conta do meu peito, aquele desespero e ansiedade sumiram deixando espaço para o simples vazio.

  -- S-sim, mas tá tudo bem, eu tô bem. - se sentou na cama e segurou em minhas duas mãos.

  Não conseguia dizer nem uma palavra sequer, era como se tudo à minha volta tivesse parado, não saía nenhum som de minha garganta e podia jurar que meu coração não batia mais.

  -- V... Olha pra mim. - pediu com a voz suave, eu não consegui.

  Não consegui ficar naquele quarto por nem mais um segundo, me desvencilhei de seu toque e saí dali. - VINNIE. - a garota me chamava mas eu não conseguia ficar.

  Quando percebi eu já estava do lado de fora daquele hospital, minha mente gritava incansávelmente e eu não conseguia pensar em mais nada.

  Seu olhar estava frio e calmo, como se nada tivesse acontecido e eu não entendia o por que.

  Por que ela parecia não se importar?

  Por que aquilo tudo não havia a assustado?

  Por que ela não estava no mesmo estado que eu?

  Várias perguntas rodeavam minha mente e eu não conseguia nem mesmo prestar a atenção das coisas a minha volta.

  Cassie estava grávida, era o meu filho e ninguém tinha o direito de tirar isso de mim.

  Meu corpo caiu sobre aquele chão e lágrimas rolavam por minhas bochechas com toda a liberdade, estava em total desespero e aquela sensação horrível tomou conta de mim novamente, mais uma vez.

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  ...

  Sem palavras pra esse capítulo...

  Espero que gostem e que não me matem, amo muito vocês e feliz dia das mães atrasado❤️
Lembrando que animaizinhos também contam como filhos ksjskssk❤️✨
Ily💙