Admiração

708 100 9
                                    


Segunda-feira - 12 de fevereiro.

O escritório não parecia o mesmo agora, sabendo que Seulgi não estava lá. Irene fez sua rotina habitual, mesmo que o dia estivesse muito chato.

Por outro lado, o pessoal não podia estar mais animado para o Dia dos Namorados. Eles decoraram todo o escritório com cupidos e corações por todos os cantos. Alguns colegas já estavam lutando para encontrar um presente para alguém especial. Yeri até disse a Irene que ela estaria preparando presentes para Taeyong e Seulgi. Irene não se importou, ela sabia como Seulgi se sentia sobre Yeri.

Havia momentos em que ela se pegava olhando na direção do departamento Gráfico, talvez esperando que uma determinada pessoa saísse e mostrasse o seu sorriso para ela.

Seus olhos se voltaram para o relógio de parede e notou que já era 17h01.

Só mais dois dias e tudo voltaria ao normal.

---

Quando Irene chegou em casa, viu a mãe na cozinha preparando algo.

– Oi, mãe, que surpresa você estar aqui a essa hora hoje. - Disse Irene, dando um beijo rápido em sua mãe.

– O cliente desmarcou a reunião mais cedo, então marcamos para outro dia. - Disse a mulher mais velha, olhando rapidamente para Irene e voltando a cortar os legumes.

Irene largou a bolsa na mesa e caminhou até a geladeira para pegar um pouco de água gelada. – Oh, isso é bom. Você quer sair para fazer compras ou algo assim? Talvez relaxar um pouco? - Perguntou.

– Eu não acho que relaxar é uma boa idéia agora. Vamos ficar presas no trânsito. É uma loucura essas datas antes de algo comemorativo. - Ela dizia.

– Eu apenas pensei que você poderia relaxar um pouco. Você está sempre ocupada com o seu trabalho. Talvez possamos jantar fora? - Perguntou.

– Vamos fazer isso da próxima vez, já estou preparando nosso jantar, querida. - A mais velha respondeu.

Irene se inclinou sobre a mesa da cozinha e olhou para as costas da mãe enquanto girava o copo na mão. Desde que seu pai faleceu, sua mãe se ocupou em trabalhar. A perda dele foi difícil para as duas, mas Irene sabia que era mais difícil para sua mãe. Elas até tiveram que sair da casa anterior porque a mãe dela não estava realmente se recuperando.

Apesar dos negócios e do luto, sua mãe nunca deixou de ser uma boa mãe para Irene. Ela cresceu tendo uma mãe e uma melhor amiga ao mesmo tempo. Mas havia momentos em que ela se perguntava se sua mãe estava feliz. Ela não se importava se sua mãe se casasse novamente algum dia, ela adoraria isso, pelo menos alguém iria cuidar dela de uma maneira que Irene não podia.

Mas agora, olhando para a mãe, Irene sabia que era impossível. A mãe dela nunca esqueceu o pai. Houve pretendentes que entraram e tentaram, mas nenhum deu certo. Ela sabia que sua mãe ainda permanecia na memória de seu pai. Havia noites em que ela ainda via a mãe conversando com a foto dele.

– Mamãe? - Irene a chamou.

– Hmm? - A mais velha respondeu.

– Você nunca mais quer ter um namorado? - Perguntou curiosa.

A mãe dela parou de cortar. – Que tipo de pergunta é essa? -

– Eu só estou curiosa. - Irene deu de ombros. – Eu não vou me importar, só para você saber. Eu só quero que você seja feliz novamente. - Ela dizia.

Sua mãe largou a faca e virou-se para ela com um sorriso irônico. – Por que? Você vai se casar e planeja me deixar em breve?"- Perguntou.

– Não. Eu só quero que você tenha um namorado. Isso é tudo. - Respondeu.

– E por que você quer que eu tenha um namorado de repente? Você já tem um? - A mulher perguntou olhando para a filha.

– Urgh, estamos falando de você aqui, mãe. - Irene de repente ficou na defensiva. Ela tinha medo de que essa conversa pudesse levar a mãe a bisbilhotar mais sobre sua vida amorosa. – E eu ainda estou solteira, ok? - Respondeu.

A mulher mais velha cruzou os braços sobre o peito e encarou a filha com olhos céticos.

– O que? - Perguntou Irene, sentindo-se consciente disso.

– Você pode não dizer, mas eu tenho notado algo diferente em você ultimamente. - A mais velha comentou.

Irene engoliu em seco. – Notado o que? - Perguntou.

– Apenas pequenas mudanças: sorrindo com frequência, vontade de ir ao escritório, olhando constantemente para o telefone, além de seu humor estar estranhamente leve ultimamente.- A mulher mais velha bateu um dedo no queixo. – Minha filha, por acaso, está finalmente apaixonada? - Perguntou.

Irene se sentiu desconfortável com a pergunta. Ela teve que desviar o olhar. – Eu te disse, mãe, eu sou solteira ...-

– Eu sei, mas ser solteira não significa que você não está apaixonada por alguém, certo? - Respondeu.

– Eu não estou, mãe, ok? Não se preocupe; você será a primeira pessoa a saber sobre isso, caso eu me apaixone. - Disse Irene, afastando os cabelos do rosto para encobrir seu rubor.

– Se você diz. Estou aqui sempre. Assim que você estiver pronta para me contar sobre isso , já sabe o que fazer... - Ela falou com um sorriso.

Sua mãe voltou para os vegetais. Irene aproveitou a oportunidade para fugir para o quarto imediatamente.

---

Irene se jogou na cama, torceu o nariz, massageando as têmporas com as palmas das mãos. Ela estava mexida com a conversa toda porque a única pessoa que surgiu em sua cabeça quando sua mãe fez a pergunta de um milhão de dólares foi Seulgi.

– Merda. Isso não pode ser ... - Ela sussurrou.

Não adiantava mais negar. Em algum momento, de alguma forma, sim, ela se sentia atraída por Seulgi, mas não tinha certeza se era amor ou não. Ela nunca gostou tanto de alguém antes, então não havia nenhum ponto de comparação. Além disso, ela ainda via seus sentimentos por Seulgi como uma admiração momentânea, considerando que Seulgi tinhao mesmo efeito na maioria das meninas.

Irene tirou a carteira e riu ao ver a foto delas na casa de terror. Foi quando ela percebeu o quanto estava sentindo falta de Seulgi agora. Fazia apenas dois dias desde que ela a viu pela última vez, mas parecia que elas não conversavam há anos. Ela passou o dedo pela foto lentamente.

– Me perdoe por ser teimosa sobre isso... Tudo isso é muito novo para mim. Mas se você julgasse o que estou sentindo agora, o que você diria? - Perguntou.

Irene baixou as mãos para o lado e fechou os olhos após outro suspiro alto.

– Diga-me, Seulgi, eu já estou apaixonada por você? - Ela perguntou novamente.

FIM DO CAPÍTULO

Hershe - SeulreneWhere stories live. Discover now